Como todos sabem, Didi e Titio-Dindo estão grávidos. Fato
maravilhoso e muito muito esperado por todos nós.
Quando Pedro recebeu a notícia, ficou feliz e certo de que
viria uma menina. Ele não cogitou a possibilidade de ser um menino e a prima
passou a, de fato, existir na vida dele. Era Mel para lá, Mel para cá (porque
Didi disse que se fosse menina, ela estava pensando em Mel ou Sofia e Pedro
escolheu, além do sexo, o nome). E a cada comentário do pequeno, percebíamos
mais amor e apego.
Duda foi brincar em relação ao bebê da Didi e foi
repreendido pelo primogênito, que falou “papai, a Mel não vai gostar de você
assim”.
Na Semana Santa, fomos à feirinha de Terê para comprar
pijama e calça para os meninos e acabei comprando presente para a filha do
Andrezinho, que tinha acabado de nascer. Pedro veio ajudar a escolher e logo
perguntou: e para a Mel, você não vai comprar?
- “Filho, não sabemos se é menina ainda. E este presente é
muito feminino”.
- “Mamãe, eu sei que é menina. Eu pedi a Deus e ele gosta de
mim. Lembra do Bernardo? Então, eu pedi e ele me atendeu. Então eu sei que vai
ser uma menina.”
De novo nos vimos naquela ansiedade por mais uma concessão divina.
Outro episódio marcante se deu durante um Base Net,
realizado no Santuário de Fátima no Recreio. Eu estava conversando com o Pedro
que era importante ele ficar quieto durante a missa, pois Deus estava ali mais
perto da gente naquele momento e naquele lugar e era uma boa hora de agradecer
pela vida maravilhosa que ele nos dá, com tanta saúde e realizações. Pedro perguntou
se ele podia também pedir coisas a Deus, já que ele estava ali tão perto. Eu
disse que sim, que era um bom momento também, embora fosse mais importante
agradecer. Eis que escuto uma voz sussurrando “Deus, eu queria muito um Bakugan
e também que a filha da Didi fosse a Mel”. E eu instantaneamente iniciei uma oração
em virtude deste último pedido do meu filho!
Eis que chegou o grande dia: o chá de revelação! Muita
animação, samba e felicidade no ar. Duda pega o envelopinho para descobrir se
Mel estava a caminho, Pedro corre e fica na linha de frente dos espectadores,
Fê e Rê começam seus experimentos científicos que dariam o tom do resultado e
lá vem um AZUL!
Pedro sai correndo e some. Encontramos o pequeno sentado quietinho,
abraçado nas próprias pernas, desolado e perguntando o que ele tinha feito de
errado para Deus não gostar mais dele. “É pedir muito ter uma prima, mamãe? Eu
queria uma PRIMA. Já tenho vários primos. Não é justo. Por que a Didi fez isso
comigo?”
Meu coração estava partido em um milhão e depois de explicar
que isto não era culpa da Didi, nem de Deus, nem de ninguém, que era uma
questão biológica, perguntei o que eu podia fazer para ele ficar mais feliz. A
resposta veio tipo soco no estômago: “me dar uma irmã, ora!”.
É filho, acho que aprender a lidar com as frustrações é fundamental
para o crescimento pessoal. Mamãe vai correndo amanhã cortar fora as trompas, o útero e o ovário para
que nem Deus, nem a ciência, nem qualquer entidade superior neste universo
sejam capazes de atender tal pedido.
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No Santuário, feliz depois de ter feito
seu pedido pertinho de Deus... |
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E no chá da Didi, já recuperado e
de bem com a madrinha novamente. |