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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Eu quirío

Umas as coisas mais bonitinhas dos nossos filhos são que eles falam errado e ainda assim achamos uma gracinha. Porque são nossos filhos e porque é uma gracinha mesmo. Mas o problema (ou melhor, a solução!) é que com o tempo estas palavrinhas vão sumindo e ficando apenas em nossas memórias, enquanto as crianças vão crescendo. Se eles estão crescendo, nós estamos envelhecendo e isso significa que a nossa memória acaba se perdendo. E aí... por que mesmo que eu comecei a escrever sobre isso? Ah, já sei! Para dizer que a gente precisa registrar os erros-gracinha antes que a memória se perca das lembranças.

O Bernardo tem uma que eu acho muito fofinho que é "o pa... o pa... pa... pa... papai... eu quirío, sabe o que eu quirío? Eu quirío um biscoito da Maria". Primeiro tem a gagueira que, no início nos deixou preocupados, mas que depois fomos tranquilizados, que se trata mais de ansiedade de falar do que gagueira mesmo (e de fato tem melhorado muito com o tempo). Mas este "quirío" é demais, muito mais legal do que "queria"!

Tem um que o Pedro também erra às vezes e, acho que por isso, o Bernardo aprendeu assim: tavo. Não reconhece, então veja agora do contexto:

Papai: Meninos, por que esta confusão?
Pedro: Papai, eu tavo brincando de lego e o Bernardo tava mexendo!
Bernardo: Eu não tavo mexendo não!

Também acompanhando o vocabulário do irmão "Pêdo" o cavalinho dele não faz pocotó, faz potocó. O vovô é "Nilto" e a vovó Beth "tira" confete. A vovó Sonia gosta de brincar de "capaninha". Outro dia tinha uma mosquinha morta no banheiro e o Bernardo veio me mostrar. Eu falei que ela estava dormindo e ele me disse: "não papai, ela tá morrida". Todo dia de manhã ele nos pede para ver um pouquinho de "telelisão" mas não erra nem o Netflix, nem o YouTube.

É claro que tem mais, só que eu não me lembro agora. Sem problemas, conforme for lembrando vou deixando registrado aqui.

Beijos do papapapapapapai


"Minha cor favorita é vemelho"