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quarta-feira, 29 de junho de 2011

O menino revirado

Esta semana fizemos os últimos exames no Pedro por conta do hemangioma cutâneo. Para quem não sabe (e eu não sabia) hemangioma é uma mancha na pele que pode ou não reduzir ao longo do tempo. O Pedro nasceu com uma mancha na perna que sobe até a barriga em forma de raiz. Nem por isso é menos bonito. Pelo contrário, como eu já disse aqui, é o bebê mais lindo do mundo. Mas, independentemente do sucesso que ele fez com as meninas do berçário, fomos aconselhados a realizar um monte de exames para ter tranqüilidade de que não havia um hemangioma interno.

No meio do caminho apareceu a tal hérnia que nos deu aquele baita susto. Por causa da hérnia, nosso menino foi operado e precisou fazer outros exames. Ou seja, com menos de três meses o menino já foi totalmente revirado por diferentes médicos. Já fez raio x de abdome e de tórax, ultra-som do testículo, ultra-som de abdome total, ultra-som transfontanela (a famosa moleira), eco-cardiograma e eletro. Já mediu a pressão várias vezes e fez exame de sangue. E pensar que ficamos preocupados com o teste do pezinho!!!

Fico imaginando o que passa na cabecinha dele, tadinho. Ele deve pensar "caraca, essa vida é estranha mesmo. Se continuar neste ritmo, com 18 anos terei uma coleção de mais de 100 filmes de radiografia!!!". Não filho, não vai continuar neste ritmo. Graças a Deus você está ótimo por dentro e por fora. Está tudo bem com você e daqui para frente vamos trocar os laboratórios pela praia e o raio x pelos raios de sol! E chega de revirar o menino!!!

Beijos do pai mexido e remexido.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Brinco

Um dia desses meu pai me lembrou uma história muito interessante da minha pré-adolescência. Eu devia ter uns 13 ou 14 anos quando tive vontade de colocar um brinco. Note que em 1990 não era tão comum o uso de brinco, pois ainda nem existiam os piercings que hoje já estão super difundidos.

Na escola onde eu estudava, por exemplo, nenhum menino usava brinco. Era uma escola pequena, de classe média tijucana. Apesar de ser uma escola com muita liberdade, estava muito longe de ser uma escola cheia de pessoas modernas.

Pois é, nem sei de onde foi que eu tirei a idéia do brinco, mas o fato é que cheguei em casa dizendo que eu queria furar a orelha. A reação da grande maioria dos pais daquela época seria dizer que eu estava louco, perguntariam por que eu queria parecer um revoltado se não tinha motivos ou que isso não era coisa de homem.

Mas meu pai teve uma reação totalmente oposta. Achou a ideia super legal e me levou para furar a orelha na Mesbla no Centro da cidade. Chegando lá na Mesbla do Passeio a máquina estava quebrada, então voltamos para a Mesbla da Tijuca onde ele pagou pelo furo. Como o preço incluía a opção de furar duas orelhas e eu queria apenas um, ele quase furou a orelha dele também. Só não furou porque eu avisei que doía.

Quando eu cheguei no dia seguinte na escola foi um alvoroço. Coordenadores, diretores e alunos vieram me perguntar por que eu havia feito aquele furo na orelha e a minha resposta era muito simples: "sei lá, porque eu fiquei com vontade". Não havia um grande motivo por trás daquele brinco e eu não estava tentando provar nada a ninguém. Mas o mais interessante foi, sem dúvida, a reação dos meus pais. Lembro de um garoto uns dois anos mais novo que eu dizendo que o pai dele o tinha proibido de furar a orelha, mas que ele furaria um dia desses mesmo assim.

Pois é, mas isso não quer dizer que meus pais era super-modernos ou me deixavam fazer o que eu queria. Sempre foram pais abertos ao diálogo e me criaram muito bem (aliás, obrigado por isso!). Mas também eram pais bastante controladores, preocupados e cuidadosos. Ao longo de minha infância e adolescência disseram muitos "nãos" e vários assuntos foram objeto de negociação extensa. Mas, por algum motivo, acharam que colocar aquele brinco era um direito meu e que não seria um problema.

Continuo usando o brinco, simplesmente porque gosto, mas agora sou pai. E aí fico pensando que tipo de coisas o Pedro irá querer fazer e até que ponto nós permitiremos que ele faça? O que se tornará um conflito entre as nossas gerações e o que estaremos dispostos à ceder? Se o Pedro quiser furar a orelha com 13 anos, com certeza isso não será um problema. Se ele quiser colocar um piercing, também não. Mas, e se ele quiser fazer uma tatuagem? Com quase 35 anos, estou pensando em fazer a minha primeira agora.

Acho que estas questões não podem ser respondidas agora. Primeiro porque, por mais que eu fique pensando nisso, com certeza o Pedro irá nos surpreender com um algo a mais que não pensamos. Segundo que tudo vai depender de quem ele será aos 14 anos. E terceiro que, depois que o Pedro nasceu, descobri que nossas teorias não conseguem prever a dimensão que as coisas tomam quando se tratam do seu filho.

Então é torcer para que tudo dê certo. Ou que possamos corrigir o que der errado.

Beijos do pai.





segunda-feira, 20 de junho de 2011

Primeira saída sem o Pedro

Domingo de manhã fomos ao curso de batismo na igreja que fica pertinho da nossa casa. O curso foi muito legal, melhor do que poderíamos imaginar. Mas este assunto eu tratarei em outro post, pois hoje gostaria de falar da primeira vez que o Pedro ficou longe dos pais. Desde o dia em que nasceu, Pedrinho sempre pôde contar com a presença de um de nós dois. Quando a Ligia precisou sair para ir ao médico ou resolver qualquer outro problema eu assumia o plantão. Quando eu saio para trabalhar, a Ligia assume o plantão. Mas pelo menos um de nós dois estamos sempre presentes. Este domingo os dois precisavam sair para participar do curso.

Para ser justo, na verdade na verdade, não foi a primeira vez. Há mais ou menos um mês fomos visitar a creche que fica a uma quadra de casa e deixamos o Pedro sozinho com a vovó Beth. Mas foi uma visita à jato que não durou nem meia hora. E a Li já estava nervosa querendo voltar correndo para casa! Mas neste domingo passado ficamos quase duas horas fora de casa! E na igreja que fica bem mais longe, a uma quadra e meia do nosso apartamento! Quem ficou cuidando do menino desta vez foi a vovó Sonia. A Prima Bruna e o vovô Nilton também foram tirar uma casquinha do Pedrinho.

Depois que o curso acabou e voltamos correndo para casa, uma coisa ficou muito clara: papai e mamãe vão demorar muito mais a se adaptarem às pequenas ausências que o menino. Ele, parece, nem percebeu que tínhamos saído. Dormiu, sentiu fome, mamou com a vovó e depois ficou mexendo e soltando pum no berço. (Para aqueles que não entendem o motivo de anunciar os puns do Pedro, saibam que eles continuam sendo muito comemorados lá em casa. Em algum momento vamos parar e começaremos a explicar ao garoto que isso não se faz em público, mas por enquanto ele vai soltando pum e nós batendo palma).

Mas voltando à ausência, enquanto estávamos nos longos 120 minutos do curso recebemos duas mensagens com foto dizendo que o Pedro estava bem. Mas não foram suficientes para acalmar os ânimos de uma mãe nervosa e cheia de saudade. "Que ele está bem eu sei, mas quero abraçá-lo!". No início ela até pensou que deveria ter levado o filho para aula, mas conforme a sala foi enchendo de gente com tosse e espirro, mudou de idéia. Mas, na minha opinião, serviu para nos mostrar que também não é nenhum grande mistério. E mais, que daqui a dois meses e pouco, quando mamãe precisar voltar ao trabalho, teremos que enfrentar esta questão. Que começa agora e não termina nunca porque depois vem a primeira noite na casa de um amigo, o primeiro final de semana em viagem, o intercâmbio de seis meses em outro continente e a viagem de exploração ao cume do K2...

Acho que está na hora do papai e a mamãe darem aquela saída para comer um pizza sozinhos na esquina.

Beijos do pai pronto para o batismo e semi-pronto para sair e deixar o filho em casa.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Você tem fome de quê?

Antes de começar a ler este post, por favor, entenda que esta é a minha visão na condição de pai observador e participativo. Não necessariamente reflete a opinião da Ligia, verdadeira interessada no assunto junto com o nosso filho Pedro. Muito pelo contrário, ela até me disse que não se sentiu do mesmo jeito que eu. Dito isso, vamos em frente.
 
A alimentação do bebê é provavelmente a função mais importante que ele tem na vida e que depende totalmente de uma outra pessoa. Respirar, por exemplo, ele respira sozinho, mas sem comer ele não consegue se desenvolver e manter as outras funções vitais funcionando. Portanto ela é a primeira grande responsabilidade dos pais. Mais tarde também precisamos nos preocupar com criação, educação e em pagar as passagens de ônibus para jovens que não têm um carro aos 18 anos. Mas nos primeiros dias, desde as primeiras horas, é a alimentação que pesa.
 
Isso fica claro, por exemplo, quando a enfermeira leva o bebezinho para o quarto depois de um tempo na incubadora. A primeira coisa que ela faz é tentar colocar o bebê no seio da mãe. Se não for mamar, pelo menos vai se acostumando. Esta também é a primeira pergunta que o médico e os familiares fazem, "está mamando direitinho?". É claro que isso tudo é muito natural, pois como eu mesmo disse, está é a função mais vital que deve ser desempenhada pela mãe e pelo pai no início da vida de seu filho.
 
Mas acontece que, por mais bonito e importante que seja, a função de alimentar o filho nem sempre é fácil. A mãe de um amigo meu fala, com muita razão, que para amamentar tem que ser macho. Também concordo plenamente com o médico que escreveu que "amamentação está mais associada à prática e método do que a amor e intuição" (infelizmente não lembro o nome dele). Com o Pedro sentimos isso na pele. Quer dizer, para ser justo, a Ligia sentiu na pele, eu senti no coração. Digo isso porque vi como é difícil para uma mãe e seu bebê lidar com todas as dificuldades do processo. E para completar ainda estão sujeitos a uma pressão social gigante.
 
Sei que as pessoas não fazem por mal, mas a pressão social existe e gostaria de aproveitar este espaço para refletir sobre o assunto. Esta pressão sempre me deixou um pouco chateado, mas me deixava realmente irritado quando vinha de um homem. Homem nenhum poderá jamais sentir o que uma mulher sente em relação ao seus seios, então precisamos tomar muito cuidado com os nossos comentários. Quando vejo homens dizendo que é um absurdo não amamentar um bebê ou que qualquer mulher pode amamentar se tentar suficientemente, eu logo penso na seguinte situação: estou jogando futebol (o que, para quem me conhece, sabe que é por si só uma situação surreal, mas enfim...) e de repente levo aquela bolada no saco. O ar desaparece, as pernas fraquejam e os joelhos dobram. Me vejo me contorcendo no chão, gemendo e com os olhos cheios de lágrimas. Aí chega uma mulher e fala "deixa de ser fraco, levanta e bate logo esta bola para o gol". Na boa, mulher não sabe como é tomar uma bolada no saco. E homem não sabe o que é ter um seio.
 
Além disso, a ditadura do aleitamento materno tem muita força. Note bem uma coisa, não discuto que o aleitamento é a forma mais saudável, prática, completa e barata de alimentar uma criança. Mas parece até que ela é a única forma sagrada de alimentação e que qualquer outra opção é pecaminosa, prejudicial, incompleta, capitalista, corrupta, irresponsável e tudo de ruim que existe. Quando uma criança está sendo alimentada com leite industrial as reações variam de revolta ("Absurdo!") a pena ("Não teve leite, né? Também, magrinha desse jeito...").
 
Aleitamento no peito é muito mais saudável. Respirar ar puro também, mas nem por isso vamos nos mudar para a floresta com as nossas crianças. Cada criança é uma criança e cada mulher uma mulher. Conversando e ouvindo as histórias dos outros isso ficou ainda mais claro. Uma amiga contou que alimentou o filho até cinco anos (o que eu, particularmente acho um exagero. Mas como acredito no direito que cada um tem de optar sobre isso, não faço cara feita, não recrimino e não descrimino) e não conseguiu alimentar a filha mais nova por mais de dois meses. Detalhe: ela amamentava o menino antes e continuou amamentando depois que a menina parou. Isso mostra que cada criança é uma criança diferente e que a amamentação não depende apenas da mulher.
 
Outra amiga, por razões pessoais, amamentou muito pouco seus dois filhos. Apesar disso o primeiro sempre esteve acima do peso enquanto o mais novo sempre esteve abaixo do peso. Bem mais velhos, os dois se aprovimaram da tal curva de evolução do peso e são crianças lindas, saudáveis e muito ativas.
 
Para os pais de primeira viagem e que querem fazer o melhor possível para o seu filho, tudo é novidade e tudo dá medo. Gostaríamos que tudo fosse perfeito, que nosso menino recebesse o melhor em todos os aspectos. Mas, às vezes, só conseguimos dar o melhor possível. E, nestas horas, ouvir consolos e lamentações do tipo "o importante é dar carinho", é fogo.
 
Enfim, Pedro está ótimo, cada dia mais esperto e lindo. Está se alimentando vorazmente com Aptamil 1 e às vezes tem cólica. Mama mais ou menos de três em três horas, apesar de às vezes dormir seis horas seguidas ou exigir leite a cada duas horas. Costuma nos avisar que está na hora de alimentá-lo mais ou menos assim (em seu próprio idioma): "Mamãe e papai acho que estou ficando com fome. Ih, fiquei faminto!!!".
 
Beijos do papai que adorou a possibilidade de amamentar o seu filho mesmo não tendo leite.

Pedro com um pouquinho mais de um mês

O primo estava de olho na mamadeira?

Dinda Fê já está treinando para as noites de sábado

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Novidadezinhas do Pedro

Já não é de hoje que o Pedro começou a dar os chamados sorrisos sociais. Antes ele já dava sorrisos lindos, mas que eram totalmente acidentais. De uns tempos para cá ele sorri porque gostou de alguma coisa. Em geral é a mãe falando com ele. Ri que se acaba. Papai não tem conseguido tanto sucesso, mas desconfio que a mamãe fique treinando com ele o dia todo, só para fazer inveja quando o papai chega em casa.

Seu pescoço também está bem forte. E olha que para sustentar aquele cabeção tem que ser forte mesmo! Ainda seguramos a cabecinha dele quando vamos pegá-lo no colo, mas ele sustenta bem a cabeça e gira de um lado para outro com toda a desenvoltura quando vê algo que interessa a ele. Ele gosta muito de acompanhar as pessoas ou ficar olhando para a claridade, mesmo quando viramos para o outro lado. Um dia desses fiquei com medo de presenciar uma cena do Exorcista quando o Pedro quase virou a cabeça para trás, tipo coruja.

Outra novidade é que ele já está controlando muito melhor seus bracinhos. Ontem, por exemplo, ele conseguiu coçar um dos olhos, demonstração tradicional de que está com sono. Podia ser acidental, mas ele repetiu o gesto várias vezes. Mas é engraçado que ele nem sempre consegue, às vezes a mãozinha passa do ponto e bate no nariz. Mas ele não desiste, fica tentando até que consegue novamente.

Pedrinho também tem conversado bastante com a gente ou com os brinquedos que ele mais gosta. Ontem, por exemplo, ele travou uma conversa longa e entremeada de sorrisos com o polvo colorido que a tia Tila trouxe no final de semana. O "Ah-guuuu" às vezes sai "Ah-buuuu". Às vezes ele também grita um "gay". Acho que é saudade do dindo, que não aparece há muito tempo. Já expliquei que o dindo não é gay, é só metro-sexual, mas o conceito ainda é muito avançado para a cabecinha dele. Ontem ele foi chorar e soltou um "buáááá". Tipo choro de revista em quadrinhos mesmo.

Enfim, nosso menino está se desenvolvendo e os pais ficando cada dia mais bobos.

Beijos do pais orgulhosos.




domingo, 12 de junho de 2011

o papel do pai e o papel da mãe

Tenho pensado muito na educação do Pedro, nos valores que pretendo passar para ele e em tudo que gostaria de ensiná-lo. Um dia desses, inclusive, comentei com a Lígia que estava ansioso por esta parte e ela me disse "mas por que? Esta é a parte mais difícil!".

Pois é, fiquei refletindo qual o motivo de ficar ansioso por uma parte que é tão delicada e importante e meio que me dei conta sobre o papel do pai na criação de seu filho. Como ainda sou um pai trainee, provavelmente mudarei de idéia na semana que vem, mas por enquanto estou formando uma opinião sobre este assunto.

Para começar considero extremamente importante que uma criança seja criada por um pai e uma mãe. Mesmo que ambos os papeis sejam cumpridos por uma única pessoa. Deixa eu explicar melhor, acho que a criança precisa que os papeis "pai" e "mãe" estejam presentes. Isso não significa que precisa ser um casal, homem e mulher, casados e morando juntos.

Aliás o IBGE apontou no ultimo censo que mais da metade das crianças do Brasil vive em lares que possuem uma configuração diferente desta. São crianças criadas por uma mãe ou pai solteiro, pais separados, filhos com guarda compartilhada, crianças criadas por avós ou casais homossexuais. Ou seja, se antes preocupava-se com o preconceito que estas crianças sofreriam, hoje elas são maioria.

Mas, independentemente disso, há um papel "mãe" e um papel "pai". E são estes dois papeis que eu considero super-importante na vida de uma criança. Bem, pelo menos na vida da criança que me compete, que é o Pedro.

E o quais seriam estes papeis? Com certeza não existe uma lista completa de direitos e deveres ou uma Carta de Alçadas. Mas me parece que a mamãe acabará sempre assumindo uma postura de maior acolhimento e proteção. É aquela que toma conta do ninho e de sua cria.

O pai, então, deve ser aquele que mostra o mundo ao filho. Aquele que arrisca tirar o filhote do ninho para que ele possa aprender que existe vida lá fora. Então eu acho que é por isso que estou ansioso para o Pedro crescer, apesar de curtir cada minutinho da nossa vida juntos.

Hoje o Pedro foi conhecer a rua onde moramos. Papai e mamãe deram uma meia volta no quarteirão e parece que ele adorou ouvir novos barulhos, sentir novos cheiros, ver um monte de árvores e ficar tremendo no carrinho por causa das pedras portuguesas.

Mas como aqui em casa eu sou pãe e a Li é mai, a brincadeira fica cada dia mais divertida.

Beijos papãe.



sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carol e sua mãe

Um dia desses desci o elevador do prédio onde fica o escritório da minha empresa com a mãe da Carol. Só para esclarecer, eu não conheço nem a Carol nem a mãe dela. Mas como estávamos esperando o elevador juntos e, por coincidência, fomos buscar nossos carros no mesmo estacionamento, não pude evitar de ouvir a conversa da mãe da Carol com a filha ao telefone. A cena era a seguinte: a mãe da Carol é um pouco mais velha que eu e parecia ocupada no meio do dia, indo de um lugar para outro precisando resolver assuntos diversos. Por mais estressada que ela parecesse antes, quando atendeu o telefonema da filha falou de forma alegre e sorridente “Oi minha filha!”.

Alguns segundos de silêncio para mim, o expectador, que só consegui ouvir uma parte da conversa. Mas o rosto sorridente da mãe rapidamente voltou ao semblante de estresse que estava antes. Acho que até pior. Ela começou a falar “Ir aonde minha filha? Hã, como? Com quem? Agora? Não, não. Carol, não foi isso que combinamos. O combinado era você ir direto para casa. Não Carol, nós combina... Carol, escuta filha. Caroool, escuta. Não, minha filha. Eu não gosto das coisas feitas assim em cima da hora... Carol, escuta, você combina outro dia com a amiga. Carol, filha, escuta... Caroool... estou entrando no elevador a ligação vai cair... Carol, não Carol. Vai cair a ligação. Você fica aí onde está. Carol? Carol? Caiu.”.

Ficamos os dois no elevador esperando enquanto ele ia em direção ao térreo. Ela com cara de preocupada e sem entender porque aquele maldito elevador levava tanto tempo para descer. Eu estava sorrindo e fingindo que não era dela, para não pegar muito mal. Cheguei a pensar que deveria fazer um comentário ou uma piadinha, mas desisti. Nem sempre as pessoas estão de bom-humor. Sobretudo quando um estranho está prestando atenção em sua conversa ao telefone. Mas também, fazer o quê? O celular tem esta característica, leva a sua conversa para locais públicos e nem sempre você pode contar com a boa educação das pessoas, que não devem ficar ouvindo sua conversa. Chegando ao térreo fomos caminhando pela rua para o estacionamento e confesso que me distraí e perdi parte do diálogo. Nem tinha reparado que ela estava indo para o mesmo estacionamento.

Só quando estava na fila catando o maldito papel do estacionamento escuto ao meu lado: “Não Carol, já disse que não... Filha, em casa a gente conversa. Não filha não quero falar com sua amiga... filha?... Oi Helena... não Helena, eu não vou deixar... porque eu não gosto das coisas feitas assim em cima da hora... deixa eu falar com a Carol... não Helena, outro dia ela combina com você, mas hoje não. Deixa eu falar... Oi Carol... filha, eu não vou deixar hoje, não adianta. Eu sei, a Helena falou, mas eu não vou deixar mesmo assim...”. A conversa continuou mais ou menos neste tom até que o meu carro chegou e fui embora pensando que eu já tinha vivido aquela cena algumas vezes. No lugar da Carol.

Me lembrei, por exemplo, de quando eu e a Luba, minha prima, pedimos às nossas mães que nos deixassem ir caminhando sozinhos para o Popeye. O Popeye era uma lanchonete que ficava a mais ou menos quinze minutos de caminhada do nosso condomínio em Iguaba. Saíamos do nosso condomínio (muito seguro) pela praia, passávamos pelo condomínio Villagio de Iguaba (seguro também). Depois passávamos pelo Aldeia 99, outro condomínio (muito seguro) de casas. Saindo do Aldeia 99 vinha o trecho mais perigoso... eram mais ou menos 100 metros na beira da Lagoa de Araruama onde havia um terreno baldio. Imaginem o que podia acontecer com duas crianças em um terreno baldio como aqueles. Entre monstros e pescadores, nossas mães ficaram horrorizadas com estes pensamentos e não permitiram.

Ou seja, éramos as únicas crianças da nossa idade que não podiam ir sozinhas andando para a tal lanchonete. As outras crianças do condomínio iam e voltavam escapando das garras dos tais pescadores violentos e sexualmente perturbados que moravam no terreno e viviam à nossa espreita. Mas, como queríamos muito conhecer o mundo fora dos muros do condomínio, a pressão foi grande. Em determinado momento as outras crianças do condomínio se juntaram abaixo de nossa varanda e ficaram gritando “deixa... deixa... deixa...”. Nesta hora eu não sabia se ficava emocionado com a força da massa ou me jogava de cabeça lá de cima morrendo de vergonha. Mas acabou que deu certo. Quer dizer, mais ou menos.

Recebemos o passe livre para ir ao Popeye! Eu teria uma dívida difícil de pagar com todos os meninos e meninas de três ou mais condomínios de Iguaba, mas a mobilização tinha dado certo! Já podia me imaginar passando triunfante pelos tais pescadores violentos, chegando sozinho ao Popeye e, sem a supervisão dos pais, encher a cara de coca-cola e sorvete chica-bom (apesar dos pescadores com distúrbios sexuais, eram tempos muito mais inocentes). Só que as filhas de Dona Iaiá têm o seu jeitinho especial de fazer as coisas e mais ou menos quando está vamos chegando ao Aldeia 99 resolvemos olhar para trás. Adivinhem quem vinha saltitante e serelepe caminhando a uma “distância segura”?

Em uma incrível coincidência, minha mãe e minha tia tinham decidido conhecer o Popeye exatamente 5 minutos depois que eu e minha prima saímos. Não sei se fantasiei esta parte, mas me lembro de um dos garotos perguntando “aquelas duas lá não são sua mãe e sua tia?”. “Não sei, não estou enxergando. Eu tenho problema de vista. Aliás, eu também tenho problemas na cabeça. Vou enterrá-la aqui neste buraco por dois ou três verões e depois eu encontro vocês lá no Popeye, beleza?”.

É Carol, confie em mim, é melhor aceitar o não de sua mãe do que encontrá-la sabe-se lá onde a Helena quer levar você. É Pedro, sinto muito mas eu sou neto de Dona Iaiá e desconfio que sua vida não será mais fácil que a da Carol. Ou do Duda.

Beijos do pai ansioso para atender um telefonema do filho.

Brincadeira de menino

De quem é este pé gordinho?...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dois meses

Ontem o Pedrinho completou dois meses e, depois do susto da semana retrasada e da semana de médicos e exames, tínhamos muito o que comemorar. Mamāe pôs a mão na massa e preparou dois doces para cantar parabéns: uma siricaia, doce português que gostamos muito, e bolinhos de banana. Papai também foi buscar alguns ki-hamburguinhos e ki-franguinhos para a mini-festinha.

Pedrinho recebeu visitas que vieram comemorar esta data com ele. O primeiro a chegar foi o vovô Nilton que aproveitou a ocasião para carregá-lo no colo pela primeira vez. Em outra oportunidade ele segurou o Pedrinho, mas não levantou do sofá e nem mexeu os braços, ficando logo com cãibra. Ontem a performance já foi muito melhor e como o Pedrinho não caiu no chão, vovô está aprovado para segurá-lo no colo sempre que quiser.

Logo depois chegaram a dinda Fê, o tio Rê e a vovó Beth. Mas aí o Pedrinho já tinha dormido e nem viu a comemoração de seu mensário passar. Até o parabéns cantamos baixinho para não incomodar o guri. Papai recebeu o primeiro pedaço, pois desconfio que o mensariante tenha deixado instruções bem claras com a mamãe antes de dormir. Pedro deve ter dito: "Mamãe, se eu dormir antes do parabéns dê o primeiro pedaço para o meu pai, por favor. Eu queria dar o primeiro pedaço a você, mamãe, mas tadinho do papai... sente tanta saudade de mim durante o dia... vamos fazer um agradinho, né?".

Vovó Sonia estava arrasada que não pôde vir, mas está muito gripada e ficou preocupada de passar o vírus para o guri. Até porque ele só pode ficar doente agora depois que fizer 15 anos, lembram? Dindavó Eliane e dindo Luiz bem que tentaram ir também, mas chegariam muito tarde e a festinha já teria terminado. Mas o Pedrinho, apesar de estar dormindo e nem ter visto quem apareceu, sabe que todos vocês estavam presentes de coração, ao lado do coraçãozinho dele.

De presente, o Pedro ganhou um campeonato e a certeza de que escolheu bem o seu time de futebol. Já estamos até vendo daqui a uns dezoito anos ele dizendo:

- Pai e mãe, estou indo ver a final do Vascão em Curitiba...
- Como assim Pedro, você vai de carro?
- Claro que não! Lembrem-se que eu não tenho carro, pois perdi a chance quando torrei todo o dinheiro em hérnias...
- É verdade filho, como você vai então?
- Ué, vou de ônibus com os mulekes...

Sei lá, mas de repente a vida parece tão simples aos dois meses...

A foto é antiga, mas muito pertinente

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aprendizado

Hoje o Pedro teve mais uma consulta, desta vez, na cardiologista, ainda por conta do hemangioma congênito. Está tudo ótimo com ele. Não é sobre isto que eu quero escrever, mas sobre a Dra Rosa Celia. Figura interessante e fantástica por dedicar sua vida profissional basicamente para ajudar crianças carentes portadoras de cardiopatias importantes.

(Pedro fez um ecocardiograma e um eletro! Muito bonitinho, gente. Queria ter fotografado. Tá muito adultinho este meu bebê.)

No final da consulta ela começou a falar sobre como devemos ter serenidade para criar o Pedro. Segundo ela, toda a mãe adoece e algumas enlouquecem, mas o pequeno ser depende de nós, então, temos que nos “curar” e seguir em frente.

Ela explicou que não devemos estimular um bebê tão pequeno. Nada além de um mobile, música calma  e poucas palavras. E que qualquer coisa além disto só serve para elevar o batimento cardíaco de 150 para 180.  Portanto, o bouncer está de licença momentaneamente.

Que ela não entende porque nos dias atuais compara-se tanto as crianças, valoriza-se tanto o estímulo e tão pouco a tranquilidade.  Que é através do silêncio que vem o autoconhecimento e, em consequência disto, a felicidade. Que ao sair com o Pedro, devemos mostrar a ele uma árvore!

Foi tudo tão bacana. Ela tem uma visão tão enriquecedora de mundo. Acho que todos os pais deviam marcar uma consulta com ela.  Nem precisam levar seus bebês!

E, para completar, ganhei um texto que acredito descrever perfeitamente a maternidade.

“Ser mãe é amor. É responsabilidade. É instinto. É muito medo de falhar.
A relação começa no útero e vai crescendo até o primeiro respirar, quando o laço se aperta e vai apertando tanto que nunca se desfaz.
Não se aprende a ser mãe com manual. É cada dia um aprendizado. A responsabilidade de ser mãe é muito grande. Aquele ser pequenino aprende a confiar naquela figura gigante. Assim é a visão dele.
A mãe precisa alinhar seus passos. Precisa ser protetora para que o filho cresça com uma base sólida para seguir o seu caminho e ir afrouxando o laço da dependência maternal, mas não da confiança.
O filho tem que ser cuidado com muito amor e respeito. A poda tem que ser cuidadosa para não ferir o tronco. Falar com doçura. Calar a boca, muitas vezes, é um exercício necessário.
A mãe vive dentro de uma mulher que luta também para se encontrar. Que trabalha, que estuda, que briga com seus conflitos internos e externos e que se sente responsável por aquele ser que saiu de dentro dela.
Mãe é vida para toda a vida.”

Se preparando para o eletro

Em casa, fantasiado de árabe

terça-feira, 7 de junho de 2011

Saúde perfeita

Ontem o Pedrinho foi a dois médicos de uma só vez! O cirurgião tirou o curativo e ficou espantado com o próprio trabalho. Quase não há cicatriz, "parece cirurgia espiritual!". Já que é assim, doutor, ao invés de pagar os seus honorários vou apenas rezar para os seus santos, ok? Não colou, mas também ficamos super satisfeitos com o resultado.

Saímos de um consultório direto para o outro e o pediatra deu uma geral no menino. Além de ser uma criança sem hérnias, Pedro está crescendo e engordando muito bem, obrigado. Ele está pesando 4,850 Kg, o que significa duas coisas: primeiro que ele manteve a média de engordar 50g por dia. Segundo que está cada dia mais difícil mamãe segurá-lo no colo.

Pedro também cresceu e está medindo agora 54,5 cm, já quase não cabe na banheira. Outra informação importante (atenção Juliana) é que o seu perímetro cefálico está exatamente na média. Ou seja, apesar da cara redonda, nosso menino não é cabeçudinho!!!

Ontem também foi dia de vacina, o que fez o garoto chorar. Ou melhor, gritar, um pouco. Mas de volta à nossa casa tudo ficou bem novamente. E a sensação é que agora os dias poderão passar mais tranqüilamente.

Beijos do pai aliviado.

Atento

Se divertindo

Relaxado

Lindo

Com soninho

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Brincadeira de bebê

Hoje apresentamos dois vídeos do nosso pequeno em seus momentos de lazer, curtindo algumas brincadeiras enquanto seus pais ficam babando em volta.

O primeiro vídeo já foi feito há um tempo, em uma das primeiras vezes que colocamos o Pedro no tapetinho. É muito lindo vê-lo tentando pegar a argolinha que fica pendurada abaixo do passarinho. Atualmente ele está mais encantado com o esquilo laranja. Acho que, conforme sua visão vai se apurando, novas cores se tornam mais atraentes.


O outro vídeo, mais recente, é do Pedro no bouncer. Para quem não sabe (eu não sabia...) o bouncer é uma cadeirinha que balança, tem bichinhos e objetos pendurados e toca várias músicas. Outro dia lemos que nesta fase o bebê balança as pernas como forma de mostrar alegria, felicidade e excitação. Note que o Pedro reage assim às músicas e, em alguns momentos, parece até que está gritando "u-hu!".


Beijo dos pais hipnotizados pelo bebê mais lindo do mundo.

domingo, 5 de junho de 2011

Só Alegria

Já contei aqui que, durante a gravidez, a cada mexida do Pedro, eu tinha vontade de falar para todo mundo “ele mexeu, ele mexeu!”. Pro Du eu falava mesmo e às vezes eu tinha a nítida sensação de que o Du pensava “ É assim mesmo, Li, ele vai mexer muito ainda. Você não precisa ficar me falando isto toda hora”.

E agora, não está sendo diferente. Eu simplesmente AMO ficar olhando as carinhas e os novos barulhinhos do Pedro. E consequentemente chamo o Du cada vez que o Pedro faz algo assim. Ou seja, eu chamo o Du toda hora e ele deve continuar pensando “Sim, Li, ele faz estas carinhas e estes barulhinhos toda hora pois é só o que ele sabe fazer.”.

Mas eu não me canso! Cada vez que eu presencio momentos como estes eu rio muito e converso muito com o Pedro. E, por diversas vezes, mesmo sabendo que era pura coincidência, ele reagiu com a expressão facial ideal para o que eu estava falando.

Meu menino está muuuito fofo e esperto. Aliás, sempre foi, né?

Uma amiga super querida minha, escreveu algo perfeito: Pedro, Pedroca, Pedrinho, Pedrão, Guerreiro e tirando onda ... Largou peito cedo que isso é coisa para baby e ele é homenzinho ... 1 mês foi para emergência operar , ou seja, nunca vai ter medo de bicho papão, prova de matemática, andar de bicicleta sem rodinha, namorada ciumenta, bronca do pai e da mãe ....

É isso aí, meu filho, você já nasceu mostrando que só faz o que quer e que vai dar trabalho mesmo. E esta família que te ama mais que tudo está pronta vai curtir você de montão.

Estou tão ansiosa pela evolução do Pedro que esta noite sonhei que ele já estava andando, que correu para dentro da banheira antes da água estar morna e fez a maior bagunça. Acho que minha irmã não está menos ansiosa que eu, pois me ligou cedo para dizer que tinha sonhado com o Pedro andando!

Hahahahaha E o pior é que quando ele começar a andar vamos sonhar com ele bebezinho no carrinho, sob nosso total controle.

Bem, já que o baby bassoul resolveu largar meu peito cedo, que hoje o dia está LINDO e neste momento ele acabou de mamar e está dormindo o sono dos justos, mamãe e papai vão tomar uma cervejinha!


Até amanhã, gente.



Saudade da amiga Tati

Melhor amigo do papai.

Tem uma criança ali embaixo?

Sono tranquilo.

Vida de rei...

sábado, 4 de junho de 2011

Um dia de cada vez

Pedro está em plena recuperação. Está, inclusive, se recuperando muito mais rapidamente que os pais! Não fomos fisicamente cortados, mas ainda estamos muito machucados e assustados. A sensação é muito estranha e só quem tem filho consegue entender. Mas, como diz uma amiga, bem-vindo ao mundo dos pais. Criança é assim mesmo. Foi o primeiro susto mas, com certeza, não será o último. Já negociei com o Pedro o seguinte: ele  gastou um cartucho, mas tem direito a outros. Ele pode, por exemplo, torcer o dedo mindinho do pé esquerdo quando fizer 15 anos.

Segunda-feira chegamos em casa destruídos, mas passamos uma noite tranquila. Terça e quarta também foram dias muito tranquilos, parece até que o Pedro ainda estava sob efeito da anestesia. Os dias voltaram a ficar mais agitados na quinta-feira, quando a maldita cólica chegou novamente a nossa casa. Muito mais anena do que na semana passada, mas papai e mamãe tinham a ilusão de que o Pedro não ia mais chorar depois da retirada da hérnia.

Por outro lado, Pedro está cheio de novidadezinhas gostosas. Ele está curtindo muito o bouncer que o primo Rafael emprestou. Ele curte todas as musiquinhas, mas tem uma particular que ele gosta muito. Agita as perninhas, balança os bracinhos tentando pegar os bichinhos e reclama na hora que a música acaba.

Continua cheio de expressões faciais. Só que agora elas vêm acompanhadas de som. Às vezes ele acorda assustado e quando nos vê faz carinha de "ufa, está tudo bem, foi apenas um sonho". E a carinha vem acompanhada de um suspiro. Papai e mamãe sabem que é pura coincidência, mas quase morrem desmilinguidos de orgulho do rapaz.

Ele continua curtindo muito o seu móbile. Quando o colocamos no trocador ele fica com a cabecinha virada na direção do móbile. Se, por acaso, não acionamos o móbile ele solta um grito enfurecido. Não é um grito de choro, é apenas uma demonstração de que não está feliz com a nossa displicência.

E, para completar, ele agora luta para não dormir. Sabíamos que isso aconteceria, afinal os momentos que ele passa junto com pais tão legais (e modestos) são muito interessantes. Só não esperávamos que isso aconteceria tão cedo.

Beijos das migalhas de pais que estão cada vez mais juntinhas.

Esta cadeirinha parece legal...

Tudo mexe, acende e pisca! 


Esta música é a minha música.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Em plena recuperação

O Du descreveu de forma muito emocionante cada segundo desta jornada hospitalar. Sei que correu tudo bem e que o problema do Pedro foi simples, mas acredito que levaremos um tempo ainda para voltar ao normal. Talvez nunca sejamos como antes, pois momentos como estes nos fazem refletir sobre inúmeras coisas e mudar. Mudar para melhor, acredito.

Ainda estou bastante sensibilizada e chorosa só de lembrar. Quando entreguei ele para o cirurgião na porta do centro cirúrgico só conseguia ver a carinha dele em várias situações nestes 1 mês e meio de vida. Como um filme feliz mas extremamente saudoso. Medo imenso dele não voltar daquele centro cirúrgico. Do telefone não tocar para irmos buscar o meu menino... Não me deixaram assistir a cirurgia. Queria estar lá quando o Pedro acordasse. Queria que ele não se sentisse sozinho. Queria que ele visse um rosto conhecido e acalentador.

Todo mundo diz que o Pedro não vai lembrar disto. Mas eu jamais vou conseguir esquecer, pois até hoje foi a pior dor que senti na vida e o maior medo e susto também.

Mas quero falar das coisas boas, pois Deus, mais uma vez, está nos presenteando. Pedro está cada vez melhor, mamando como nunca e mostrando que o trauma está passando. Segundo Dr. Nicanor (o cirurgião), os bebês ficam traumatizados quando passam por experiências de dor como esta. E que levaria alguns dias para ele se sentir seguro novamente. E que temos que dar ainda mais amor, mais colo, mais calor para que tudo passe mais rápido. Eu, ainda sem saber disto, fiz um tour na casa com o Pedro assim que chegamos. Queria que ele reconhecesse o lar dele. Coisas de mãe mesmo.

Pedro ontem acordou gritando umas 3 vezes e não aceitava ficar no carrinho. Hoje ele só fez isto uma vez e já conseguimos que ele “brincasse” no bouncer, além de ter ficado no carrinho bastante tempo. Tudo está voltando ao normal!

E ele está cheio de novidades. Já está balbuciando “ahgu” e fazendo dancinha  tipo fat family (cabecinha mexendo, muito lindinho). Papai tem tentado convencê-lo a pedir hagendaz ao invés de angu. É realmente mais difícil, mas acredite filho, compensa.

Estamos cada vez mais apaixonados…

Falei com o Du que precisaria fazer uma análise para aceitar que, no futuro, teria que negar coisas ao Pedro. Agora, nem assim! Meu filho, vou ter que contratar uma  personal educadora para você e talvez tenha que demiti-la se ficar te repreendendo muito.

Beijo da mamãe sofrida mas agradecida.

De volta aos nossos braços, graças a Deus.

Parece uma luvinha de kick boxer!

Tirando pressão. Olha o tamanho do aparelhinho!

Estamos todos de olho nele, sempre, a cada segundo.