sábado, 14 de julho de 2012
Pedro e os seus pequenos mundos
Esta semana tivemos a nossa segunda reunião de pais na creche e desta vez assistimos a palestra de uma pedagoga chamada Anna Maria Lacombe. Simplesmente adoramos a palestra. Eu particularmente fiquei encantado com esta senhora por dois motivos: primeiro porque concordo e super acredito na maioria das coisas que ela falou.
Segundo porque esta senhorinha me lembrou demais a minha vó Philomena. A semelhança é impressionante. Fisicamente e, principalmente, no jeitinho de falar, olhar, mexer a boca e sorrir. Mesmo que ela falasse um monte de besteira eu automaticamente sentiria um grande afeto por ela apenas por esta semelhança. Só que ela falou um monte de coisas legais.
Uma destas coisas foi justamente sobre a visão de mundo que um bebê tem. Em suas palavras, o Pedrinho ainda é um turista neste mundão em que vivemos. Se eu, que já estou aqui há mais de trinta e seis anos, ainda me surpreendo todos os dias com suas maravilhas e desgraças, imaginem uma criança que existe há apenas 24 meses! (contando o tempo na barriga da mamãe)
E como começou o mundo deste bebê? O primeiro que ele conheceu era aconchegante, quentinho, úmido e seguro. Este serzinho que começava a se formar, durante nove meses, achava que o mundo se resumia à barriga da mamãe. Ele crescia em um espaço que crescia junto com ele, mas que depois ficou apertado. Neste mundo confinado ele recebia de mão beijada sua alimentação e tudo o mais que ele precisava para existir e crescer.
Este mundo também era repleto de barulhos diferentes. No início alguns destes barulhos o assustavam, mas com o tempo ele foi se acostumando e até passou a gostar de alguns. Tinha a batida do coração da mamãe, que geralmente se mantinha lento e constante, mas às vezes acelerava. Tinha um tal de estômago que de vez em quando fazia um barulhão engraçado.
E tinha uma voz que toda noite cantava e conversava com ele bem de pertinho. Esta voz sempre começava com "oi meu filho, é o papai". E com este mundo ele foi se acostumando e gostando de viver. Era um mundo conhecido e confortável até que, de repente, tudo mudou. O mundo cresceu, ganhou luz, cores, sensações, novas vozes... Pedrinho sentiu frio pela primeira vez na vida, depois fome...
E finalmente conheceu a mamãe pelo lado de fora. E finalmente conheceu o dono daquela voz que cantava todas as noites. Pronto, estava na hora de conhecer um novo mundo. E aí começou a exploração...
Beijos da voz que canta toda noite.
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Dudinha, você sabia que às vezes me faz chorar?
ResponderExcluirQue post lindo,lindo como você meu filho, lindo por dentro e por fora.Pedro, meu netinho querido desculpe,mas desta vez meu elogio vai todo para o papai.Bjs muitos bjs dessa mãe super emocionada
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