Dia de ir embora de Brugges. Fomos com a certeza de que voltaremos um dia, talvez com mais calma para "morar" nesta cidade por alguns dias e conseguir visitar outras cidades próximas. Também era o dia de ir embora da Bélgica e passar para uma outra fase da viagem. Saímos com a impressão de que a Bélgica ainda tem muito a oferecer e que é um destino subestimado pela maioria dos turistas que o utilizam apenas como passagem entre a França e a Holanda ou para
one-day trips.
Mas tínhamos uma longa estrada pela frente com o GPS apontando um pouco mais de quatro horas de percurso. Nossa decisão para amenizar o deslocamento foi parar em Lille, uma cidade francesa que fica próxima à fronteita belga, a mais ou menos uma hora e meia de Brugges. Por que Lille? Porque ela está lá no meio do caminho. Não possuía qualquer referência sobre a cidade e nunca havíamos passado por ela, mas pesquisando na internet descobri que ela tem um jardim zoológico que poderia servir de distração para o Pedro no meio da viagem.
Seguindo as instruções do GPS entramos em Lillie e percebemos que se trata de uma cidade grande (bem diferente de Brugges, por exemplo), mas que parece ser uma cidade bem bonitinha e interessante. Provavelmente uma cidade que merece uma visita e a passagem de uma noite. Paramos o carro em um mega estacionamento ao lado do parque onde fica o tal jardim zoológico e fomos correndo. Literalmente correndo porque o Pedro entrou no parque e disse sua tradicional
"você não me pega não papai".
Começamos a correr em direção a entrada do zoo e eu percebi, olhando por cima dos arbustos, que passaríamos perto de um parquinho que estava lotado de crianças. Tentei distrair o pequeno mas sua visão periférica captou o colorido dos brinquedos e ele imediatamente mudou o rumo. Se tivesse pneus ao invés de pernas, com certeza teria derrapado e feito aquele barulho de pneus cantando. Naquele instante eu soube que o zoo estava perdido, mas acabou que o parquinho era um mega parque como só vemos fora do Brasil e o Pedro divertiu-se ao extremo.
Além do parque cumprir o seu papel estratégico de divertir o Pedro para que ele pudesse se cansar e dormir o resto da viagem tranquilo, ainda foi um laboratório interessante para papai e mamãe aqui. Existe um livro que está na minha lista de leitura futuras chamado
"Crianças Francesas Não Fazem Manha". Ele foi escrito por uma mãe americana que vive na França e, abismada com a diferença de comportamento de suas próprias crianças quando comparadas às crianças francesas, resolveu investigar o que era feito de diferente neste país para que suas crianças não fossem manhosas.
Ainda vou ler o livro, mas bastava dois minutos no parque para saber responder a pergunta.
As crianças francesas não fazem manha porque não terá nenhum adulto por perto para ouvi-las manhando. Por transitividade, também devem parar de chorar quando se machucam porque não haverá nenhum adulto para acudi-las. Não sei se a França toda é assim, mas naquele parquinho de Lille a maioria das crianças pareciam estar por sua própria conta e risco enquanto pais, professores ou responsáveis descansavam a cabeça ali por perto.
Depois que o Pedro se divertiu bastante, comemos um
cheeseburger na lanchonete mais demorada da Europa e pegamos a estrada para encontrar o Mickey, vovô Nilton, vovó Sonia, vovó Angelina, primo Santi, tia Luba e tio João.
Beijos do papai-duda
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"Lá vou eu!" |
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Coisinha mais linda essa criança. |
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Sem supervisão? Nã-nã-ni-nã-não. |
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No trem. |
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Dirigindo o trem. |
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Usando o trem como parede de escalada. |
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"Yahoo!" |
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"Mamãe, me ajude" |
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"Vou pular!" |
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"De costas é bem legal também!" |