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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

São Jorge, por favor, segura o dragão.

Voltando e saudosamente relembrando a viagem e as férias, logo no primeiro dia do ano resolvemos passear por Lisboa e visitar o Castelo de São Jorge. Fizemos uma consulta ao site e lá havia a informação de que o castelo estaria aberto naquele dia. Fomos almoçar com a turma toda em uma hamburgueria (que, pelo jeito, também virou mania por lá) e depois pegamos um táxi até o castelo, acompanhados do vovô Fernando (também conhecido como vovô Sinistro) e a vovó Nádia.

Chegando ao castelo nos deparamos com um aviso de que a prefeitura optou por dar dispensa de ponto aos trabalhadores do castelo. O problema é que no caminho fomos propagandeando para o moleque que visitaríamos um enorme castelo onde costumava viver um dragão. Procurar o dragão é uma das brincadeiras preferidas do Pedro e nos ajuda a fazer algumas visitas nas viagens. Às vezes precisamos correr e derrubar alguns japoneses e suas máquinas fotográficas que estão no caminho, mas ainda assim é um jeito de passear nestes locais.

Então, com o moleque excitadíssimo, demos de cara no portão fechado do castelo. Como nós, havia vários turistas, alguns inclusive pulando um portão pequeno apenas para ter a chance de tirar uma foto em parte das muralhas do castelo. É claro que o moleque ficou super frustrado e queria, porque queria, entrar no castelo. Foi desolador vê-lo pendurado no portão trocando o seguinte diálogo com a mamãe:

Pedro: "Mas mamãe, onde ele está?"
Li: "Quem, meu amor?"
Pedro: "O dagrão mamãe!"
Li: "Ah filho, ele está lá dentro, ele fica lá naquele buraco da parede, tá vendo, lá no fundo?"
Pedro: "Mas eu quero ir lá procurar, mamãe"
Li: "Eu sei meu filho, mas o portão está fechado, hoje não pode entrar..."
Pedro: "Mas aquele moço entrou!" (apontando para o segurança dentro do castelo).
Li: "É que aquele moço é o guarda do castelo, ele fica aí cuidando para o dragão não fugir. Mas não fica triste que amanhã a gente volta, tá?"
Pedro: "Ahhhhh... eu queria entrar hoje... Moçôôô, não deixa o dagrão fugir que amanhã eu voltooooooooo!!!!".

Foi uma tristeza, mas foi tão lindinho que tivemos que rir, né?

beijos do papai-duda.


"...mas mamãe e se ele fugir?..."

"Hu hu, vamo invadir!!!"


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Lariposa

Tanto tempo sem escrever que parte dos três leitores assíduos do blog estavam começando a reclamar. Com medo de perder nosso público, estou fazendo um esforço e escrevendo este post no celular enquanto assisto à natação do Pedro. E olha que neste meio tempo não faltaram estórias interessantes, já que o moleque continua crescendo e se tornando cada vez mais engraçado e divertido. Até quando ele tem medo de alguma coisa é divertido.

No carnaval, por exemplo, passamos uns dias em Teresópolis. Além de ser um local super agradável, com clima mais ameno e que o Pedro adora, Terê também é um lugarzinho cheio de bichos. Insetos, para ser mais exato. Muitas vezes me pergunto como é possível gostar de um lugar assim, apesar de que eu também adoro. Mas o Pedro, não sei bem por que razão, tem medo de insetos.

Um dia desses, por exemplo, ele estava brincando tranquilamente em seu quarto lá na casa de Terê quando de repente veio correndo em nossa direção e gritando em desespero, com os olhos arregalados e os braços balançando para cima.

"O que foi Pedro? Tá tudo bem?"
"Uuuuummmaaa bor-bo-le-ta...."

Foi mal, mas tive que rir. A cena parecia alguém fugindo de um t-rex no filme Parque dos Dinossauros, mas era o Pedro correndo de uma borboletinha minúscula e amarela. Quem sou eu para desprezar o medo dos insetos usando como justificativa o tamanho deles... mas foi uma cena bem engraçada porque daquela cara de desespero podíamos esperar qualquer coisa, menos que sairia a palavra "bor-bo-le-ta" de sua boquinha com dentes trincados.

Ri, mas não fiz graça dele. Peguei-o no colo para que ele se sentisse protegido e lhe disse que não precisava ter medo de borboleta, que elas não fazem mal e que, de qualquer jeito, papai e mamãe estavam por perto. O susto com os insetos ao longo da semana foi tão grande que lhe rendeu vários pesadelos. Em alguns ele acordava balançando as pernas como se aranhas estivessem subindo. Em outros ele começava a bater desesperadamente em insetos imaginários que, a julgar pelos tapas que eu recebi, ele achava que estavam voando bem perto do meu nariz.

Mas, bonitinho mesmo, foi quando ele começou a perder o medo. Um belo dia ele acordou e a primeira coisa que falou, antes mesmo de dar "bom-dia" ou dizer que estava "um dia lindo", foi "Papai-mamãe, eu hoje vou ser amigo das borboletas". Esse foi o jeito que ele encontrou de nos dizer que não tinha mais medo. Depois ele virou amigo das abelhinhas-cachorro, "mas não das abelhas bravas, aquelas que picam". Já no finalzinho da viagem um novo bicho entrou em sua lista de amigos: a "lariposa".

Beijos do papai-que-não-é-amigo-de-nenhum-inseto

"Uau, que lariposa diferente!"

"Eu sou amigo das minhocas."

"Essa formiga tem bum-bum amarelo!"