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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Novos Vocabulários

Nosso Pedrinho está crescendo rápido como um furacão. Na viagem para o hotel que fizemos na semana retrasada, por exemplo, fomos surpreendidos com um rapaz independente (que pediu para ficar no clubinho sozinho com os amigos), que sabia o número do seu quarto e dos outros quartos do grupo e que conversava com adultos e crianças sem nenhuma cerimônia.

Mesmo tendo alguns dos seus melhores amigos com ele, fez novas amizades. Mesmo estando acompanhado de seu próprio staf adulto (mamãe, papai, vovó Beth, didi e titio) não deixou de falar e conversar com outros adultos do hotel, como na hora que se pendurou no balcão para dizer "moço, consesta meu carstão que não está abrindo a posta? Meu quaxto é o um, um, tlês" ou quando abordou um casal com um bebê chamado Miguel na praia dizendo "sabia que na minha sala, que é do pré um, também tem um Miguel que é meu amigo?!".

Mas o mais legal é quando ele começa a usar novas palavras que está aprendendo, mesmo sem saber (ou será que sabe?!) exatamente o seu significado. Um dia desses ele me disse "Papai, hoje estou superficialmente triste". "É filho, ainda bem que é só superficialmente né?". Dizer o que numa hora dessas?

Quando fomos brincar de pirata na piscina ele foi logo escolhendo o nome de seu personagem. "Papai, eu sou o capitão infantil!". "Ah tá filho, então eu sou o capitão adulto". "Não papai, você tem que escolher um nome para ser você. O meu nome é infantil ué, capitão infantil".

Mas o incrível mesmo é quando ele cria o seu próprio idioma, mas de uma genialidade tão grande que mesmo ignorantes como nós acabamos entendendo de primeira.

Olhando os caranguejos no mangue ele me fala: "Papai, se sesse mais grande, era caranguejão, não é mesmo?". É filho, é mesmo. Se sesse seria.

Beijos do pai-do-poetinha

Nosso poetinha

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Não é oferenda

Esta semana Bernardo foi apresentado ao mar e à Yemanjá. Meio que virou uma tradição em nossa família trazer os (dois) bebês ao mar de Angra para molhar seus pezinhos pela primeira vez no oceano. Foi assim com o Pedro aos três meses, foi assim com o Bê aos quatro meses.

Além de ser uma tradição maravilhosa, porque adoramos ir ao Portobello, então é sempre bom arrumar uma desculpa, realmente é algo que transformamos em uma espécie de ritual.

Já da primeira vez, com o mais velho, ao baixá-lo enquanto a onda vinha molhar seus pés, eu proferi algumas palavras. Falei alto o suficiente para que Yemanjá ouvisse, mas bem baixinho para que nenhum outro hóspede achasse que eu fazia parte de uma excursão do Pinel.

Saiu como se fosse uma oração e, de certa forma, era isso mesmo. Sem que houvesse religião que a legitimasse ou um texto sagrado a ser repetido. Era apenas algo especial entre mim, Pedro e a Senhora das Águas Doces e Salgadas e da Maternidade.

Ainda lembro das palavras, foi algo mais ou menos assim: "olá Yamanjá, este é o Pedro, meu filho. Peço que olhe bem para ele pois há uma chance de que, assim como o pai e a mãe, ele venha a adorar o mar. Então peço que sempre cuide dele e lhe dê proteção".

Na vez do Bernardo achei justo que a mamãe tivesse o privilégio. Fiquei tirando foto (outro ritual da família é fotografar e postar no blog, para o Deus da Internet e da posteridade cibercósmica...), mas avisei à mamãe Ligia que ela também teria que preferir umas palavras.

No início mamãe ficou meio tímida ("fala você", "tem que ser em voz alta?" e "mas, se ela achar que é uma oferenda?"), mas depois entrou na onda  (ou fingiu, para agradar ao pai maluco). Assim como o Pedro, Bê parece ter gostado do mar e não chorou em seu primeiro "batizado".

Agora é preparar para os próximos rituais como o batizado na igreja, a primeira visita ao Eiffel (Deus das torres europeias), Disney (Deus da fantasia e pai de Dragões, Ratos Falantes e Mestre da Força)... E lá vamos nós orando, fotografando e postando.

Beijos do papai-doido





terça-feira, 5 de abril de 2016

Minha vez de escrever

Oi.

Já tem um tempão que eu nasci e estou planejando escrever aqui neste blog, mas ainda não tinha tido a oportunidade. Na verdade estava esperando um pouco para ver com o as coisas se desenrolariam com a minha chegada.

No início estava meio desconfiado, sei lá, chegando em uma casa que já tinha uma criança, indo dormir no quarto dele, que até pouco tempo tinha seu nome na porta. Indo dormir no berço que foi dele, com as roupas que foram dele, achei que escreve no nossopedrinho.com era demais.

Tudo bem que papai até mudou o nome do blog para Nossos Pedrinho e Bernardo. Mas não venham querer me enganar com roupas de segunda mão e blogs reciclados que logo percebi que teria que me esforçar muito para conquistar o meu próprio espaço.

Resolvi logo de cara fazer tudo diferente. Tumultuei o início da gravidez para deixar claro para a minha mãe quem é que manda. Cheguei com muito mais peso, mais altura, mais duas semanas e mais cabeça que meu irmão (e olha que esta última parte foi bem difícil). Mas não tenho problema com desafios.

O pior é depois disso tudo ouvir de muita gente que eu sou igualzinho ao meu irmão. Nada contra, meu irmão é lindo, carinhoso, amoroso e dedicado. Já é um ótimo irmão, apesar de achar que manda no nosso quarto. Deixa ele. Por enquanto...

Mas, voltando ao assunto, o pior é dizer que somos iguais quando eu faço tudo diferente! Estou, por exemplo, numa corrida desenfreada para alcançar logo o meu irmão nas roupas que ele usa hoje em dia. Assim: com um mês já estava usando as roupas de dois meses do Pedro. Com dois meses, usando as roupas de quatro meses do Pedro. Agora já estou partindo para as roupas de seis a nove meses dele.

Continuando assim neste ritmo, tenho fé que logo logo o alcançarei e poderei finalmente ganhar as minhas próprias roupas e, quem sabe, deixar algumas velhinhas para ele. Dá trabalho, admito. Tenho que me esforçar na amamentação e agora nas frutinhas que mamãe está me dando. Quem sabe ela não lê este post e começa logo a me dar algo com mais sustância tipo farinha, macarrão, brownie e açaí?

Também tem todo um lado psicológico, de sofrer bullying com meu pai me chamando de bochecha, uns e outros me chamando de bolotinha... Mas juro que não desistirei nunca! Agora me deem licença que preciso fazer uma boquinha e já já estou de volta...

Beijos do gordo.

"Hum... este livro parece interessante...
Será que tem receitas?"

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Passeio com o papai

Há algumas semanas, como a maioria sabe, passamos por um período mais complicado e intenso por causa da cirurgia que o irmão mais velho fez. A cirurgia foi tranquila, mas em certo ponto o pós-cirúrgico quase enlouqueceu papai, mamãe e B. Vocês podem se perguntar "mas por que enlouqueceu o bebê também se ele não sabia o que estava acontecendo?". Mas, se tem duas coisas que eu aprendi depois do Pedro e do Bernardo, é que os bebês são, na verdade, velhos e sábios anciãos que vão virando criança conforme crescem e que funcionam como um espoja de todos os sentimentos que estão ao seu redor.

Papai, Mamãe e Pedro estavam loucos, então por consequência o pequeno enlouqueceu também, dentro de suas possibilidades é claro. O molequinho estava acostumado a tirar alguns cochilos e um longo durante o dia. Assim ele demorava um pouco mais para iniciar o sono noturno e passava a noite quase toda dormindo. Não foram as poucas vezes que o bochecha adormeceu às 19:00h e só foi acordar para mamar às 4:00h. Mamou e foi dormir mais duas ou três horas. Não conseguimos esta façanha com o primeiro, então no segundo usamos o método "pura sorte" que deu muito certo.

Mas nas duas semanas após a cirurgia a coisa degringolou um pouco. Estávamos tensos e agitados, então o Bê passou a não tirar cochilos longos durante o dia. Às vezes dormia 10 minutos e logo acordava e, por isso, acabava começando o sono noturno muito cedo. Conclusão, ao invés de acordar definitivamente às 6:00h ou 7:00h, despertava para um novo dia de risos e brincadeiras por volta das 4:00h. Ficamos beeeeeem cansados nesta semana.

Aí teve um dia que eu resolvi sair um pouco de casa para espairecer e levar o bolotinha comigo. Inventei uma desculpa altamente crível do tipo "Bernardo precisa muito de um mordedor novo. Vamos sair para comprar" e lá fomos só os dois, tendo uma conversa séria de homem para homem no caminho:

- Filhão, eu sei que está difícil dormir de dia...
- Ah-guuuuuu
- Sim, mas você tem que tentar descansar um pouco...
- Guuuuuuuu-Ah
- Isso, dormir um pouco durante o dia para deixar o papai e a mamãe dormirem até mais tarde...
- Ahhhhhh-guuuuuu-ah?

Fomos até o shopping, entramos na loja de brinquedos (que tem mordedor) e Bernardo logo foi cercado por todos os vendedores da loja, a ponto dele ficar meio assustado e começar a chorar. É que todos já conhecem o Pedro (que vai a loja com mais frequência que alguns vendedores) e já tinham visto muitas fotos do irmãozinho no celular do vovô. Então foi aquela festa. Subimos, escolhemos um mordedor que não fez o menor sucesso e voltamos para a casa mais leves, principalmente depois que os olhinhos do pequeno fecharam e ele tirou, pela primeira vez naquela semana, um belo cochilo enquanto voltava para casa.

Beijos do papai-do-B-e-do-P


sexta-feira, 1 de abril de 2016

Conversa de adulto

Nina é a "melhor amiga menina" do Pedro, como ele mesmo diz. E ela vem praticamente toda terça-feira aqui pra casa depois da natação. A dupla segue um mesmo ritual sempre: eles tomam banho, se arrumam vendo filme, brincam, tomam café, pedem para brincar mais um pouquinho e finalmente vão para a escola, momento em que sinto como se estivesse entrando em um spa!

É impressionante como duas criaturas tão pequenas podem fazer tanto tumulto. Mas é delicioso vê-los juntos. Uma amizade fofa demais. Sinto uma enorme satisfação em ter a Nina aqui, mesmo depois do fatídico - "Pedro, você é da mamãe, só da mamãe" - "Sou seu e um pouquinho da Nina também".

Ok, já me sinto quase totalmente recuperada deste golpe quase fatal.

Mas voltando à dupla, na terça da semana passada, enquanto escolhiam o filme, Duda escutou o seguinte diálogo:

- "Pedro, você vem pra cama da sua mãe de noite?"
- "Não, a cama da minha mãe é aqui" (Pedro responde sem entender a pergunta)
- "Sim, você vem pra cá de noite?"
- "Sim, venho!"
- "Mas aí você deixa seu irmão sozinho?"

... Pedro reflete um pouco mais sobre a pergunta e...

- "É, mas ele é só um bebê"

... tipo; não sabe e não se importa ainda...
... e agora é a vez da Nina refletir sobre a resposta...

- "É... eu também" (Nina tem um irmão 3 meses mais velho que o Bernardo)

É ou não sensacional?

Muito adultinhas estas crianças.