Quando achamos que já havíamos passado por nossa grande provação no que tange à logística militar e vigilância no sábado, com as crianças correndo, brincando e se misturando no parquinho do Planetário, algum pai (ou mãe) aventureiro (ou doido) teve uma grande ideia para o passeio de domingo: que tal levar a turma ao Parque dos Patins na Lagoa?
Parecia uma boa ideia, afinal acho a lagoa um dos locais mais bonitos do Rio de Janeiro. Na noite anterior à operação, Ligia chegou a comentar que, de repente, conseguiríamos tomar um chope enquanto as crianças brincavam. Também parecia uma boa oportunidade para o Pedro treinar a bicicleta porque confesso que isso foi algo que negligenciamos. Pedro é uma criança cheia de habilidades motoras como andar de patinete, agir com naturalidade na piscina ou escalar o que não deve, mas é uma negação no futebol (este papel era do dindo. Ou do titio. Ou do primo. Porque se depender da minha habilidade com a bola ele está ferrado) e na bicicleta.
Enfim, no dia seguinte tudo que parecia uma boa ideia começou a cheirar mal quando percebi que o passeio começava com a quase-impossível tarefa de sair de casa carregando Pedro, patinete, bicicleta, carrinho de bebê, mochila do Pedro, bolsa do Bernardo, canguru (aquela mochila de carregar crianças) ... lá pelas tantas eu pensei em gritar lá da porta "Ligia, tem certeza que a gente precisa levar este bebê-bochecha hoje?". Mas fiquei com medo de ser acusado de negligenciar o caçula em prol de um patinete e me calei.
Ainda na nossa rua avistei logo à frente o carro dos pais de um amiguinho do Pedro. Logo ali estava João, com seus pais, dirigindo-se ao mesmo campo de batalha. Querendo fazer graça avisei ao Pedro só para passar o resto do caminho com ele gritando no meu ouvido "vai pai, corre, passa ele, eles vão chegar na nossa frente, corre papai, corre papai". Foi bem tranquilo. Quando chegamos esperei educadamente que a mãe do João estacionasse o carro enquanto os gritos passaram para "eles estão saindo do carro... me espeeeeeeeeera João Mena!!!!".
Estacionei. Tirei carrinho. "Espeeeeeeeeeeera João Mena!!!!". Tirei bicicleta. "Não vão sem miiiiiiiiiiiiim!!!!". Tirei patinete. "Eles estão indo! Ele estão indo!". Abri carrinho. "Ah não, eeeeeiiiiii, me espera!!!". Pendurei bolsa do Bernardo no carrinho. Chegou mais uma amiga. "Paoooola, me espeeeeeeeera!!!!". Pendurei mochila do Pedro no carrinho. "A Paola está indo na frente!!!!". Tirei Pedro. "Pedrooooo, aí passa carro. Fica parado!!!!" - agora era eu gritando. Tirei Bernardo, acho que o pendurei na minha cabeça. "Pedro, espera meu filho, sua mãe ainda está presa do carro". Fui tirar a Ligia, mas ela saiu sozinha ligeiramente irritada porque eu parei em uma vaga apertada (mas que tinha o tamanho igual a TODAS as outras vagas do estacionamento).
Pronto, tínhamos chegado. Mas eu já estava exausto, então propus a volta para casa imediatamente. Recuar a tropa, retirada emergencial. Ideia imediatamente rechaçada pelo comande Pedro que, a esta altura, já estava sentado no carrinho elétrico perguntado "como faz isso aqui para andar?". É, a aventura não tinha nem começado ainda.
To Be Continued...
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"Agora sim, em velocidade adequada, não aquela lerdeza do meu pai!" |
Tolinhos... da próxima vez deixa o bebê-bochecha comigo !
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