Aliás, aquele dedinho em riste ele aprendeu rapidinho. É interessante observar como tem patrão naquela casa. É todo mundo achando que pode levantar o dedo e dar ordem. Em mim! Mas a vida não é assim não! Eu só obedeço porque quero, não porque preciso.
Enfim, ele já se comunica na maior parte das vezes. Mas em muitos momentos eu gostaria de saber, de verdade, o que se passa naquele cerebrinho em franco e acelerado crescimento.
Às vezes acho que isso vai começar a mudar quando ele aprender a falar, o que já está quase acontecendo! Ela já soltava algumas sílabas perdidas que, com algum esforço, poderíamos traduzir para mamãe (ou mamá, que é mais provável). Mas semana passada eu tive certeza que ele aprendeu a falar "mão".
Assim, lá em Terê ele teve dificuldade em descer e subir sozinho o pequeno degrau que existe entre a copa e a cozinha. No início ele ficava frustrado, mas depois aprendeu a esticar seu bracinho em nossa direção e falar algo parecido com "mão" (que no fundo quer dizer "me dá logo essa mão e me ajuda antes que eu perca a paciência"). Mamãe e eu percebemos isso, mas não tivemos certeza.
Mas alguns dias depois, de manhã enquanto zumbizávamos pela casa (ele porque anda cambaleando como se fosse um zumbi, eu porque àquela hora da manhã em que ele me acorda, ainda sou um zumbi), ele de repente perdeu o equilíbrio e caiu sentado no chão. Em outros tempos ele meio que chorava de chateado. Neste dia ele simplesmente olhou para mim, esticou o bracinho e disse muito claramente: mão.
Dei a mão e logo ele estava de pé navegando pela casa. No que tange à minha jurisdição, deixo registrado que a primeira palavra do Bê foi "mão".
Beijos do papai-zumbi
Carinho de irmão... |