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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Muito pouco para muita diversão


Uma das primeiras coisas que o Pedro nos ensinou foi que  ele precisa de muito pouco para se divertir muito. É claro que ele vibra cada vez que ganha um presentão ou um brinquedo novo. Mas não é incomum ele dar mais importância à farra do papel de presente e da caixa do que ao presente em si.

Outras vezes compramos um super presente e alguma besteirinha e ele gosta mesmo é dessa besteirinha. Sabe aquela porcaria de camelô ou aquele produto baratinho que fica ao lado do caixa. Pois é destes que ele acaba gostando mais, desde que possa fazer farra com eles.

A mesma coisa acontece quando saímos para passear com ele. Para começar ele adora sair. Ele pode estar fazendo qualquer coisa que, se ouve o barulho de chaves ou da porta, dá um pulo e sai correndo e apontando para a rua.

Quando está no corredor fica excitadíssimo. Roda de um lado para o outro, bate na porta dos vizinhos e fica urrando para o elevador que não chega.

Um dia desses eu falei para ele que parecia até a porta dos desesperados do Sérgio Malandro. Quando o elevador chegou e eu abri a porta, não é que ele levantou os bracinhos e entrou correndo e gritando no elevador?! "Ahhhhhhhhhh"...

Outro dia fomos ao supermercado com ele e o colocamos na cadeirinha do carrinho de compras. O moleque adorou e se divertiu demais. Parecia que estávamos em um baita parque de diversões! Foi neste dia que resolvi trocar as férias da Disney por uma compra de mês no Mundial...

Beijos do papai que já tem tudo o que precisa para se divertir muito.






segunda-feira, 25 de junho de 2012

Duro é não estar lá para ver



É gostoso demais acompanhar cada etapa de crescimento do Pedro. Ver suas conquistas, suas descobertas e até os seus erros é, sem dúvida, uma das maiores diversões. Apesar do trabalho e do dia-a-dia que nos consome, fazemos um esforço para garantir uma convivência intensa com o nosso pequeno, para curtir e estar ao seu lado o máximo possível e não perder quase nada.

Mas o moleque não fica 24hs com a gente. Ele vai para a creche uma parte grande do dia, enquanto estamos trabalhando. Mesmo depois que chega em casa, ainda leva um tempo até a hora em que chegamos para, muitas vezes, encontrá-lo já dormindo. Talvez este seja um dos motivos de levarmos o Pedro para a nossa cama todas as madrugadas, só para tirar uma casquinha dele e estar presente na hora em que ele acorda.

Apesar disso tudo, ainda assim é duro saber que ele está fazendo suas gracinhas longe de nós. Por estes dias, por exemplo, a professora da creche nos contou sobre um lado diferente e inusitado do moleque. Segundo ela, ele toca o maior terror na hora de dormir. Bem, sabendo como ele é agitado, isso não chega a ser uma surpresa. Mas o jeito dele tocar esta bagunça foi que nos surpreendeu.

A professora contou que quando todo mundo já está pronto para dormir, ele levanta e vai passando por cima dos coleguinhas para dar um beijo na bochecha de cada um. Além de muito atencioso e carinho da parte dele, deve ser a coisinha mais linda do universo. E enquanto isso, provavelmente, estou olhando uma planilha ou em alguma longa reunião. Adivinhem onde eu preferia estar???

Beijos e bons sonhos do pai orgulhoso.



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Novidades do Pedro


É claro que este blog tem uma boa desculpa para existir. Oficialmente ele foi criado para que algumas pessoas que amamos, mas estão fisicamente longe, possam acompanhar o crescimento do Pedro. Talvez ele realmente sirva para isso, mas depois de tantos meses e posts, ficou óbvio que ele também tem outras motivações.

De certo modo, ele serve como uma espécie de terapia em grupo para o papai aqui. Não é à toa que descarrego minhas ansiedades, meus medos e sustos em posts periódicos. Na minha terapia de verdade, por exemplo, já comecei tantas conversas dizendo "quero contar uma coisa que, inclusive, já escrevi no blog", que na última sessão pensei em mandar o link para a terapeuta e pedir para ela deixar uns comentários. Nunca pensei em ganhar dinheiro com o blog, mas bem que acabaria economizando uma grana!

Na cirurgia do Pedro, por exemplo, quando o pessoal chegou ao quarto do hospital e me encontrou depois de entregar o Pedro no Centro Cirúrgico, me viu deitado e destruído chorando no colo da Ligia. Ainda chorei por alguns minutos e quando me recompus a primeira coisa que eu falei foi: "o blog vai bombar amanhã".

Mas o blog também serve para eu descarregar toda a minha corugisse (procurei esta palavra no dicionário e não encontrei, então segue a minha definição: "ato em que o pai é deslavadamente coruja em relação ao filho"). E nem fico muito envergonhado porque, afinal, não preciso olhar nos olhos de vocês enquanto pensam "tadinho, todo bobo porque o Pedro balbuciou meia palavra errada, coisa que qualquer criança de um ano e dois meses faria...".

Então, dito isso tudo, posso passar para o assunto que realmente importa: as novidades incríveis que só o meu filho maravilhoso e fantástico poderia fazer. Viu, nem adianta esta cara que você está agora, não tô vendo mesmo!

Pedro já aprendeu a bater palma há muito tempo. Mas agora ele ganhou uma noção e tanto de contexto. Hoje em dia, por exemplo, quando ele vence um desafio pessoal, a primeira coisa que faz é nos olhar com um sorriso alegre e bater palminhas. Quando falamos "êêêê bate palmas filho" ele também bate. E quando ele dá uma ordem e nós entendemos de primeira, ele bate palmas pra gente! Orgulhosão que eu fico, de ter acertado...

Recentemente ele também aprendeu que quando cai e suja as mãos, tem uma espécie de palmas diferentes, com as mãos subindo e descendo enquanto batem. Assim a mão fica mais limpinha. E quando não adianta, ele sabe que é só esfregar na calça do papai ou da mamãe. Difícil é depois que limpou as mãos, levantar sem colocá-las novamente no chão sujo.

E, por fim, tem uma outra brincadeira que ele está curtindo. Chama-se "o tombo do palhaço". Mas eu vou parar por aqui porque, mesmo sem ver a cara de vocês, sei que já estou exagerando...

Beijos do pai do moleque mais gostoso do mundo.

Pedro e seu amigo Jaca, presente da vovó Marlene

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Eu adoro hotel!


Como a Li contou no post dela, passamos o final de semana com o Pedro em um hotel fazenda em Itaipava e fomos com um casal de amigos que têm dois filhos. O mais novo, com quatro anos, declarou na primeira noite, logo antes de dormir: "eu adoro hotel!".

Pedro, claro, fez apenas as declarações de costume: "dêê", "dáá" e "ééébrunchi". Para ser justo, ele também gritou "uuuz", apontando a luz, e "exe" falando do peixe. Mas tenho certeza que, se ele soubesse, teria feito a mesma declaração sobre adorar hotel.

Quando pensamos no Pedro adorando um hotel, a imagem que logo vem à mente é dele correndo em um grande espaço livre, gramado, ou caindo na piscina. Ou seja, intuitivamente pensamos que ele adorou a vida ao ar livre, com espaço e muitas novidades. Só que o Pedro já começou a gostar do hotel na hora em que chegamos ao chalé.

Como chegamos no iniciozinho da noite, estava frio e na hora do jantar dele. Então fomos direto para o chalé sem conhecer nenhuma das atrações do hotel. Entramos com o moleque no chalé e logo demos o jantarzinho que a mamãe tinha preparado para a viagem. Ele ficou sentadinho na cadeira à frente dela e comeu tudo, faminto que estava.

Só que depois ele desceu da cadeira e começou a fazer a maior farra de todas! Ele já estava amarradão dentro do chalé. Isso é uma das coisas mais legais em uma criança, ela vive nos surpreendendo. Antes eu diria que ele ficaria no quarto louco para sair, mas nesta primeira noite ele nem ligou, arrumou um monte de bagunças para fazer no quarto e ficou super feliz. Tipo, só pelo chalé o hotel já tinha valido a pena.

O moleque descobriu várias gavetas nas cômodas, pegou os controles da TV, descobriu uma geladeira do tamanho dele para abrir e fechar, espalhou um a um os doces e biscoitos que estavam em cima do frigobar e deixou jogados por todo o quarto os poucos brinquedos que resolvemos levar. E a diversão no quarto continuou pelos outros dias quando ele descobriu que a banheira se transformava em uma piscina particular.

Foi tudo muito divertido.

Beijos de um pai feliz e descansado.





terça-feira, 19 de junho de 2012

Viciados em Viagem


Eu sempre achei que bebês não entendiam que estavam viajando, então que este tipo de programa era mais para os pais do que para os filhos muito pequenos. Incrível como você não sabe nada sobre bebês até ter um. O Pedro simplesmente AMA viajar. Quando ele chega no destino é um tal de correr gritando e batendo palminhas que é muito bacana. É muita excitação com tanta novidade. E não é a mesma coisa do que passear na Lagoa ou em qualquer outro lugar novo. Parece que ele está em festa por ter saído da rotina.

Tudo de bom. E eu e Du ficamos bobos e gargalhamos a cada sorriso ou atitude do moleque.

Neste final de semana fomos para um hotel com programação basicamente infantil a convite de uma amiga de infância. E o nosso pequeno ficou em estado de graça. Ainda mais que ele, por ser o mascote da turma, acabou se tornando o centro das atenções. Do staff aos hóspedes, todos brincavam com ele e ele acabou se “achando”. Fazia caras e bocas e esbanjava charme para todos os lados.

Correu o hotel todo, adorou se jogar e rolar na grama, passeou de charrete, acompanhou a pescaria no lago, ficou hipnotizado com as cabras, coelhos, pônei e periquitos, participou da festa junina (gatíssimo, vestido de caipira) e se acabou de brincar com as crianças mais velhas.

Se comportou como um lindo que ele é (olha a mãe coruja!) deixando papai e mamãe fazerem as refeições juntos, à exceção da primeira noite que o rapaz só queria correr, gritar e bater palminhas. E descansamos muito! Pedro desmaiou por 3h depois do almoço no sábado e por 2h no domingo. E seguimos o pequeno! E caía duro às 7h da noite novamente. Ele estava acabado de tanto se divertir e isso não tem preço!

Bjs de uma mãe feliz e descansada.

Não importa onde vamos, não escapo dos beijos da mamãe

Legal este negócio de rolar na grama

E correr feito doido


Mamãe, quero ir em pé na charrete!

Papai, por que vc não me deixa ir na piscina?

Vocês me enganaram de novo...

Então vão ter que me levar ali,

 
ali,

e ali.

Vamos ou não vamos?

Quanto peixe...

Mamãe tá começando a entender como me divertir

Por que me vestiram assim?

Que mania de colocar coisas na minha cabeça!

Por que você não me deixa ficar com este chapeu?
Então me leva para ver os bichos?


Vem aqui cavalinho, vem...

Eu estava precisando desta pausa


domingo, 17 de junho de 2012

Ai que frio!

Depois de alguns cancelamentos e outros adiamentos, finalmente conseguimos voltar à Terê com o Pedrinho. E foi em um final de semana prolongado, agitado e frio. Tivemos vários companheiros nesta viagem e no sábado ainda recebemos a família Bassoul em peso para um churrascão. Nem preciso dizer que o guri se divertiu demais.

É muito interessante que nesta época da vida tudo ainda é novidade e exploração. Nos primeiros dias do feriado o clima estava muito ruim, pois choveu o tempo todo. Isso significou que tivemos ficar confinados dentro de casa ao invés de poder curtir o gramado que tanto diverte o Pedro. Se o Pedro fosse um pouco mais velho, provavelmente ficaria entediado, mas na idade em que ele está, tudo não passa de uma grande novidade.

Então, mesmo confinado, o garoto se divertiu de montão bagunçando todos os enfeites da casa, correndo em volta da mesa, rindo do caseiro e mudando o canal da televisão que fica bem na alturinha dele. Aliás, foi muito engraçado que ele adorou mudar para um canal onde não há imagem, apenas estática. Mas, ao mesmo tempo, aquele barulho o assustava e ele saía correndo.

Na sexta-feira a dinda e o tio Rê trouxeram o melhor de todos os brinquedos: a Laila. A cadela labradora do tio Rê ficou exausta no final de semana, mas o Pedro, como sempre, simplesmente adorou aquele bichão preto e gigante que fica deitada enquanto ele faz carinho, puxa os pelos, sobe em cima e tenta morder. A Laila só olha e abana o rabo. Lá pelas tantas Pedro começou a empurrá-la com o pé e ela entrou na brincadeira, empurrando o guri de volta com as patinhas enormes. Pareciam dois cachorrinhos brincando! No sábado tio Edu e tia Maggie chegaram com a Cati e foi outra festa!

Mas foi só no domingo que o Pedro conseguiu finalmente curtir a grama, que ainda estava molhada e deixou o moleque de lama até os ossos. No final, quase não sobrou roupa para ele vir embora, afinal diversão de verdade é assim.

Beijos do papai











sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cotidiano


"Todo dia ele faz tudo sempre igual, se levanta às cinco horas da manhã..."

No ultimo post falei da operação de guerra que é carregar uma criança por aí. Mas e o dia-a-dia, como é? A impressão é que estamos sempre correndo, atrasados e carregados. E olha que eu nunca acordei tão cedo na minha vida. O que será que acontece? Então resolvi analisar uma manhã típica em nosso quartel.

- 4:30h: ouvimos o chamado vindo do outro quarto. O som é de chorinho de bebê, mas o significado real é "aí pessoal, estou quase acordando e estou com fome. Melhor me alimentar e me levar para o quarto de vocês...".

- 5:00h: o moleque acorda definitivamente e dá ordem para ligar a TV. Papai-zumbi pega os controles da gaveta, liga a TV, coloca no Discovery Kids e desliga o ar-condicionado.

-5:05: o moleque já está entediado com a TV. Desce sozinho da cama e sai correndo. Papai, ainda zumbi, corre desesperado para fechar a porta do banheiro antes que ele mergulhe no vaso.

- 5:15: a fralda vazou. Trocamos por uma fralda nova e vestimos uma roupa seca.

- 5:30: cocô. Troca a fralda novamente.

- 5:40: hip hop com o macaquinho dançante.

- 5:50: vamos jogar bola!!!

- 6:00: fome. Frutinha amassadinha para o moleque.

- 6:20: sede. Espreme a laranja e serve o suco do garoto.

- 6:40: "papai, deu os remédios dele?". Esqueci. Três bolinhas deste vidro, mais três bolinhas deste outro e 4ml deste.

- 7:00: três voltas pela casa na Ferrari.

- 7:15: leva o moleque para o banheiro. Escova os dentes e tira a roupa dele para entrar no banho. Exatamente na hora que o papai tira a fralda o pequeno faz o quê? Xixi no chão...

-7:45: acabou o banho. Enquanto um enxuga o chão mijado do banheiro o outro enxuga o guri e coloca o uniforme da creche.

- 8:00: Pedro está prontinho. Papai e mamãe se revezam entre tomar banho, trocar de roupa, arrumar as bolsas, tomar café e segurar o moleque enquanto ele brinca de pula pula do sofá.

-8:45: tudo pronto, vamos embora que hoje ele chega na creche no horário... Opa, que cheiro é esse? Pedro fez mais cocozinho para arrematar! Troca a fralda.

- 9:00: agora sim, lá vamos nós! Pega a mochila. Pega a bolsa. Pega a sacola. Pega a bolsa do moleque. Pega o moleque.

- 9:15: deixa o Pedrinho na creche e volta correndo para casa para trocar de roupa porque no meio do caminho ele babou, golfou e amassou tudo.

E é assim que começamos os nossos dias. Amassados, suados, esgotados e as pessoas mais felizes e realizadas do mundo.

Ufa, papai.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Operação de Guerra


Neste final de semana fomos a uma festa de adulto que mais parecia uma festa de criança. Praticamente todos os jovens casais levaram seus filhos. Como nós decidimos não levar o Pedro, acabamos assistindo tudo de arquibancada. E foi uma experiência bem interessante.

Antes do Pedrinho chegar já havíamos participado de alguns eventos repletos de crianças e ficamos assistindo de fora toda aquela confusão. Mas era diferente porque éramos haoles. A expressão do surf para aqueles que são de fora da tribo nos cabia muito bem.

Ontem foi diferente porque agora fazemos parte do grupo. Sabemos exatamente o que todos aqueles pais estavam passando com seus carrinhos, bolsas e filhos pendurados nos braços. Enquanto isso, nós chegamos serelepes e saltitantes carregando apenas uma garrafa de cerveja e mais nada!

Lá pelas tantas um dos pais, esse bem experiente com três filhos, cada um em uma fase diferente da infância e adolescência nos olhou sorrindo e disse "é mesmo uma operação de guerra".

Ele estava justamente se referindo à toda a logística necessária par se deslocar daqui até ali com uma criança de dois anos. "Pegou a bolsa? Peguei. Pegou a bolsa térmica? Peguei. Pegou o casaco? Peguei. Tem certeza que não está esquecendo nada? Hum, acho que não... deixa eu pensar... Ih, deixamos a carolzinha lá no quarto!!!".

Em outro momento uma criança chorou. Foi um tal de pai e mãe saírem correndo para ver quem tinha se machucado. Amizades e gentilezas de lado, era um passando por cima da cabeça do outro para chegar mais depressa. Eu já estava no meio do corredor e tinha derrubado duas mães quando lembrei que o Pedro estava em casa.

Em tempo: Pedro ficou em casa porque já tinha passado um final de semana prolongado super agitado e chegou em casa desarranjado. Achamos que ele precisava de um pouco de sossego. O efeito colateral foi que saímos mais leves. Mas a verdade é que ficamos morrendo da saudade do moleque!

Beijos papai-sargento




segunda-feira, 4 de junho de 2012

Babai e o bungee jump

Sábado passado foi o dia da queda. Foi um evento tão dramático que marcou o resto do dia. Acabei escrevendo sobre ele e deixei um outro, tão importante, de fora. Pela primeira vez Pedro me viu entrando no quarto dele e gritou "papai"! Na verdade saiu mais ou menos como um "Babai", mas conta do mesmo jeito. A Li estava sentada brincando com ele e também ouviu, ou seja, tenho uma testemunha!

Confesso que cheguei a ficar meio em dúvida se ele realmente estava me chamando. Tanto que a minha primeira reação, antes de festejar e correr para o abraço, foi perguntar a ela "ele falou papai, não foi?". Foi mais ou menos como um jogador de futebol que estava quase impedido e precisou esperar o juiz confirmar o gol antes de comemorar. Quando ela confirmou, fiz a maior festa. O Guigo, é claro, ficou me olhando com aquele jeito blasé como quem diz "porque esta fanfarra toda, eu só juntei algumas sílabas...".

Não importa, para mim foi um evento memorável. E logo depois eu saí do quarto e ele chamou novamente "Babai". Como quem confirma uma nova habilidade. Como quem mostra que não foi aleatório. Eu sempre achei que ia chorar no dia em que isso acontecesse. E chorei mesmo, um pouco depois de enterrar a cabecinha do meu filho na lata de lixo. Mas chega deste assunto, o moleque está bem e deve ter chegado na creche cheio de cicatrizes bacanas para mostrar às coleguinhas.

Posso até imaginar a cena: Pedro brincando na areia verde do pátio quando uma coleguinha se aproxima puxando assunto:

- Oi, você está usando este baldinho?
- Não, pode pegar. Neste momento estou enchendo as dobras da minha calça com areia verde...
- É? Pra quê?
- Quero montar um cantinho igual a este no meu quarto, por isso todos os dias levo um pouco de areia para casa...
- Ah tá... e como foi o seu final de semana? Foi animado, né?
- Como você sabe?
- Estou vendo no seu rosto...
- Sério? Nem notei que eu ainda estava sorrindo...
- Não Pedro, não estou falando disso. Estou falando destas marcas na sua cara...
- Ah tá! Essas? Nada demais. Estive praticando bungee jump lá em casa...
- Caraca é mesmo? Puxa Pedro, você é muito corajoso. E onde você arrumou o elástico de bungee jump?
- Ih, precisava de elástico? Humm... então era isso que estava faltando...

Beijos radicais do papai!


domingo, 3 de junho de 2012

No Lixo


Teria sido muito engraçado se não tivesse sido desesperador. Não, foi DESESPERADOR com letras maiúsculas. Vou dizer logo de uma vez para não fazer mistério: Pedro caiu do trocador. De cabeça. Na lata de lixo. Está tudo bem, graças à Deus e ao exausto anjinho da guarda do Pedro não parece nada grave. Talvez eu até ache engraçado daqui a algumas semanas, mas hoje ainda está meio difícil de rir.

Foi assim: fui trocar a fralda do moleque e desta vez até que ele ficou quietinho. Limpei o cocô, passei hipoglós e coloquei a fralda limpa. Quando fui vestir a calça ele resolveu sentar. Tudo bem, tudo bastante normal nas mais de quinhentas trocas de fralda que eu já devo ter feito. Estava prestes a tirá-lo ali de cima e fui pegar a calça dele com uma das mãos enquanto a outra mão segurava na perninha dele.

Só que, em uma fração de segundo, ele virou e mergulhou como se fosse dar uma cambalhota em direção ao chão. A queda só não foi pior porque eu meio que estava segurando a perna dele. Não se enganem, não consegui evitar a queda, ele caiu mesmo e aterrissou de cabeça dentro da lata de lixo que fica no chão ao lado do trocador.

Levou um segundo, mas ele ficou enterrado de cabeça dentro do lixo e com as perninhas balançando para cima. Ok, podem rir, eu joguei o meu filho no lixo. Como eu disse, eu ainda não consegui rir da situação. Já chorei, já tremi e estou com dor de barriga até hoje.

Quando ele parou de chorar, eu pensei "ok, pelo menos a lata estava vazia". Mas agora, olhando para o galinho se formando em sua testa, acho que algumas fraldas recheadas teriam amortecido a pancada.

Beijo do último dos mortais.

"Papai, depois que você me deixou cair,
acho que eu posso fazer qualquer bagunça né?"

"Eu quero aquela lá do fundo, posso?"

"Por que eu estou sendo guardado nesta gaveta?"

"Ha ha, já sei. É para não cair novamente!"

"Que tédio. Todo mundo já viu o galo na minha testa, pai"

"Que fique registrado tb o machucadinho no nariz"