E para encerrar os passeios de Buenos Aires, na quinta-feira fomos
ao zoológico de Lujan, que fica um pouco afastado da cidade. Pensamos em alugar
um carro, mas acabamos decidindo por uma excursão comprada no próprio hotel,
pois achamos que seria mais simples do que alugar um carro por apenas um dia.
Bem, não foi tão mais simples assim porque o tal zoológico fica a mais ou menos
45 minutos da cidade e ficamos mais de uma hora rodando para pegar outros
turistas nos hotéis. Ficamos um pouco ansiosos achando que o Pedro poderia dar
defeito mas o moleque se comportou muito bem. Tirou até um cochilo.
Este zoológico tem uma característica especial que é permitir que
pessoas malucas entrem nas jaulas de animais como leões e tigres e tem um
aspecto parecido com uma fazenda selvagem, que junta animais de fazenda com
animais menos domesticados. Sabíamos que o Pedro não poderia entrar em qualquer
jaula, mas a possibilidade dele interagir com alguns filhotes nos deixou
empolgados. O guri ia adorar tanto a experiência que valia a pena ouvir os avós
reclamando e nos chamando de loucos-inconsequentes-irresponsáveis-nunca-mais-viajam-sozinhos-com-o-meu-neto
quando mostrássemos as fotos.
Então logo que chegamos e o Pedro desceu do ônibus foi aquela
farra. Ele abriu um sorrisão e de cara o bicho que ele mais gostou foi... o...
pato! Alguém ficou frustrado do moleque não dar a mínima atenção para o
elefante e ficar correndo atrás do PATO?!?!? Tipo, para ver pato podíamos ter
voltado ao zoológico de Buenos Aires. Aliás, para ver pato podíamos ter ido ao
Portobello. Ou a CADEG, onde vários patinhos ficam expostos e, se quisermos,
podemos levar um para casa e cozinhar com laranjinha.
Para a nossa sorte e dos patos, Pedro logo percebeu que havia
outro tipo de animal lá e adorou a possibilidade de fazer carinho no
"LIÃO". Corremos então para a fila da jaula de filhotes de tigre e de
leão e ficamos esperando a nossa vez de entrar. Só que o Pedro veio com o
acessório "esperar" faltando e ficou ansioso para entrar na tal
jaula. Toda vez que a portinha abria ele gritava "Papaaaaaaaai,
alííííííííí. Mamãe, alíííííííí". Acho que na cabeçonazinha dele ele
pensava: "Caraca, meus pais são muito burros mesmo. A porta já abriu
diversas vezes e os tontos não entraram!!! Mal posso esperar fazer dois anos e
poder mandar em mim mesmo!!!".
Era uma fila, tínhamos que esperar a nossa vez. Explicamos isso a
ele que, claro, compreendeu logo. Então a partir daí cada vez que a porta abria
ele gritava "Cai, cai, caaaaaaaai". Para quem não sabe,
"cai" na língua do Pedro, significa "sai". Ou seja, ele
estava mandando as pessoas saírem da fila para que ele pudesse entrar. Simples,
se o problema são as pessoas da frente, basta elas saírem que nós entramos. Mas
as crianças são muito egoístas e não quiseram ceder os seus próprios lugares na
fila para o nosso reizinho, fazendo o Pedro esperar sua vez que, depois de uns
vinte minutos, chegou.
Pedro abriu aquele sorisão típico dele e, no colo do papai, entrou
em uma jaula cheia de filhotes de tigre, leões e um cachorro que fica ali para
que os outros animais aprendam a convivência pacífica e carinhosa com os seres
humanos. Para isso, os adestradores escolheram um dengoso pit bull. E o Pedro,
claro, entrou na jaula apontando e gritando para quem? "Au-au!!!
Au-au!!!". Ou seja, o zoológico perfeito do Pedro é repleto de pato,
pombo, cavalo e cachorro. Fiz uma anotação mental rápida que "da próxima
vez que o Pedro quiser ir a um zoológico, carrego o moleque para a pracinha
Xavier de Brito e pronto", mas ignorei seus apelos e fomos direto para o
filhote de leão.
Não sei dizer se o Pedro preferia o cachorro, mas que ele acabou
adorando fazer carinho no leão adorou. Fez carinho, chamou de "lião",
posou para fotos e se divertiu muito. E na hora de sair: "não, não, ali,
aliiiii". Mas conformado que seu tempo ali havia terminado, voltou para correr
atrás dos patos que ficavam soltos.
Beijos do papai que mal pode esperar o moleque ter idade para
mergulhar. Pedrinho, você já viu um tubarão?
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Nossa, que grande... |
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Papai, por que eles fogem de mim? |
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Cá, lhama! |
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Queria tanto estar aí nesta piscina com você. |
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Ah, papai, deixa eu puxar este rabo. É legal! |
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Oba, mais três. |
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Não tem problema não tio, ele é do meu tamanho. |
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Isso, acorde ele, acorda! |
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Não tá igual ainda. Tem que subir na grade, amigão. |