"Eduardo, defina a paternidade em cinco palavras"
"Só cinco palavras?... difícil... mas vamos lá: amor, diversão, preocupação, pânico e... cocô"
Acredito que a experiência de cada pai com cada um de seus filhos seja única. Também acredito que a experiência muda ao longo da vida. O Pedro é uma criança hoje totalmente diferente da criança que tínhamos antes do carnaval, por exemplo. E isso também me faz uma pessoa diferente da pessoa que eu era antes do carnaval, pois se tem uma coisa que a paternidade é...é transformadora. Mas agora eu já escolhi minhas cinco palavrinhas acima. Então vamos às explicações de cada uma delas:
Começo a explicação dizendo que o amor é... inexplicável. Antes de ter filho eu achava que entendia como era esta relação. Mas agora percebo que eu não tinha a menor ideia de quão visceral é o sentimento, de como este amor é gigante e extrapola meu coração, minha alma e meu corpo. Inexplicável e mesmo que eu procure outras cinco mil palavras, não vou conseguir chegar perto de descrevê-lo.
A diversão é constante. Cada descoberta, cada nova frase ou palavrinha, cada expressão no rosto nos faz morrer de rir de diversão. Mas além disso é só conviver um pouquinho com o Pedro para voltarmos à infância. Já reparei que isso não acontece só comigo e é muito comum ver que os adultos viram crianças e, às vezes, até disputam os brinquedos com o moleque. Cena clássica: adulto e criança sentam no chão para brincar com algum brinquedo. Pode ser um brinquedo de corda, um quebra-cabeça ou um teclado musical, por exemplo. Primeiro o adulto mostra para a criança como funciona, depois a criança pega e faz do jeito dela, tudo diferente e muito mais divertido. Mas o adulto não se conforma e de repente o moleque já mudou de brinquedo e o adulto continua montando o quebra-cabeça ou tentando tirar alguma música do teclado. Tipo, quem estava brincando mesmo?...
Também tentamos malabarismos, danças e cambalhotas que não fazíamos há anos e é justamente neste momento que percebemos que não temos mais dois anos de idade. Mas, mesmo com a idade pesando, corremos de um lado para outro, subimos nos móveis, pulamos igual a perereca... dez minutos com o Pedro e já estamos suados, cansados, doloridos e se divertindo muito.
A preocupação é tão constante quanto o amor e a diversão. Quem poderia imaginar que menos de dois anos depois do Pedro nascer estaríamos nós às voltas com reuniões na escola e decisões sobre a carreira acadêmica do moleque. E olha que não somos pais adeptos da super formação precoce da criança. Muito pelo contrário, acreditamos que o Pedro tem mais é que brincar e aproveitar muito sua infância. Mas a verdade é que somos obrigados a tomar decisões sobre a vida da pessoa mais importante do mundo todos os dias. E cada decisão desencadeia uma série de preocupações.
E aí vem o pânico. Vez ou outra bate aquele medão de que podemos fazer uma besteira grande demais. E se fizéssemos diferente. E se tivéssemos visto isso antes. E se deixarmos esta questão para lá. Mas, e se... é punk. Também vem o pânico de algo de ruim acontecer a ele quando, por exemplo, ele cai da cama com a cabeça no chão ou dentro da lata de lixo. Por mais cuidado que tenhamos, se quisermos dar alguma liberdade mínima a ele, não tem jeito, ele acaba caindo aqui ou ali. E o coração do papai sempre para por alguns segundos...
Enfim, o cocô. Quem poderia imaginar que criar um filho poderia elevar o ato de fazer cocô a algo tão importante (neste caso o cocô dele, não o meu). Acontece que eu percebi que, desde que nasceu, o tal cocô do Pedro passou a ter uma posição de destaque na nossa vida. Para começar que eu já escrevi sobre este assunto umas dezenas de vezes neste blog. Logo que ele nasceu era muito comum as pessoas perguntarem "e aí, vc está cuidando direitinho do Pedro? Vc acorda de madrugada? Vc dá mamá? E fralda você troca? Mesmo com cocô?!?!?". Depois o moleque passou a ter diarreia e prisão de ventre. Um seguido do outro. Às vezes junto (acreditem, é possível). Neste exato momento estamos às voltas com o ventre preso e cada vez que o moleque vai fazer cocô ele nos avisa, olha com carinha de medo e nós tentamos ajudá-lo segurando sua mãozinha, o colocando no troninho, cantando a música da Senhora Santana...
E quando o moleque faz o cocô o pânico logo vira uma divertida festa de "viva o Pedro fez cocô!!!". A preocupação vai embora e sentimos aquele amor e orgulho quando tudo sai e ele volta a brincar como se nada tivesse acontecido. Pensando bem, cocô talvez seja a palavra que resume todas as outras :-)
O que vc está fazendo aí menino?!?!? |
É um anjinho... quando dorme. |
Papo sério pelo telefone... |
O meu amor por vocês dois é inestimável e inexplicável!
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