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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Alegria de pai

O que vou contar agora será de difícil compreensão para aqueles que ainda não viveram a aventura de ser pai. Ou mãe, porque acredito que tem a mesma sensação. Quando seu filho ou filha nasce você é invadido por uma enxurrada de sentimentos que vão desde uma felicidade desmedida até o pânico e a ansiedade. Conforme o tempo vai passando algumas coisas mudam, você começa a se acostumar com a ideia e fica cada vez mais feliz e em pânico.

Mas o que é encantador são as pequenas e prosaicas alegrias do dia-a-dia. Sabe aqueles pequenos momentos que talvez se percam com o tempo? São acontecimentos que não estão em fotos ou vídeos. São momentos que passam como um relâmpago no meio da madrugada ou em uma quarta-feira logo após o jantar. No fundo eu acho que estes são as verdadeiras alegrias de ter um filho. São o que melhor descrevem esta fantástica experiência.

Só que papai e mamãe aqui têm um blog para registrar isso tudo! Então, no nosso caso, estas verdadeiras alegrias de ser pai (ou mãe) não ficarão perdidas ou eclipsadas por grandes eventos como batizados, formaturas ou casamentos. Elas ficarão eternamente registradas neste cyberespaço. No que depender de mim elas continuarão aqui depois que o Pedrinho casar, tiver filho e o meu neto possa acompanhar os felizes e constrangedores dias da infância de seu pai. Aquele momento em que o filho morria de vergonha porque a mamãe começava a contar suas peripécias infanto-juvenis para uma namorada potencial, no caso do Pedro, estará gravado, registrado e globalizado nos bits e bytes deste blog.

Mas chega de filosofar e vamos ao que interessa. Os tais momentos de alegria de ser pai:

1) Cocôzão

Sem dúvida um dos pontos altos de nosso dia é quando o Pedro senta no troninho e faz um cocô "grandaum". É mais ou menos assim: saimos todos correndo em direção ao troninho, às vezes às cinco da manhã. Nem sempre o troninho está no quarto e o papai, ainda sonâmbulo, precisa sair cambaleando e procurando pela casa. "Onde o maldito troninho está?!?!". E por que ele não está lugar? Às vezes está fora do quarto porque o reizinho decidiu que ele deveria ficar, sei lá, sobre a mesa de trabalho do papai. Às vezes é porque a Carminha lavou e deixou molhado e desmontado na área de serviço. Aí é tranquilão, meio dormindo ainda, enxugar, montar o piniquinho no encaixe abaixo do assento e voltar correndo enquanto o moleque está berrando "TRONINHO!!!" lá no quarto.

Montou tudo e colocou exatamente onde o comandante-chefe decidiu? Sim, ele indica milimetricamente onde o troninho deve ficar. Nem um centímetro para lá, nem um centímetro para cá. Alguém pensou em TOC? Beleza, agora tira a roupa correndo do moleque que ele já tá impaciente e quase sentando enquanto você tenta tirar a calça com a mão esquerda, abrir os três botões do body com a mão direita e tirar a fralda com sei lá que mão... no desespero, pode usar a boca.

O moleque sentou e você conseguiu desviar do primeiro jato de xixi... ufa. Agora é só esperar ele fazer o cocô da manhã. Às vezes é rapidinho, não passa de 30 minutos. Mas às vezes demora... E fica você lá, sentado no chão, segurando o pintinho dele para dentro do troninho (ah ha! Depois de uns dois ou três jatos surpresa a gente aprende!), lendo um livro para ele, desenhando um avião pequenininho ou brincando de Buzz enquanto o intestino do moleque está pegando no tranco. Geralmente eu também fico cantando um mantra para acelerar o processo. É mais ou menos assim: "Sai cocô... sai cocô... sai sai sai sai sai cocô... (repete) (repete) (repete umas 30 vezes)".

E aí... o cocô sai! Pedrinho faz a sua parte tadinho. Faz forcinha e fica com a cara vermelha que parece ate que vai explodir. Logo que o primeiro tarugo sai ele levanta o bumbum, mete a cara entre as pernas para olhar a obra e depois te olha. Com cara de vitória ele anuncia "cocô!". Geralmente ele ainda dá o seu veredito, igual ao ônibus: "grandaum" ou "pequenininho". O quarto vira uma festa, papai aplaude, comemora, bate na mão do moleque (tipo "give me five, man"), troca soquinho e percebe que a alegria da vida está nas coisas pequenininhas. Ou grandonas...

Beijos do papai que outro dia conta da "melheca".


Um comentário:

  1. Imagina o constrangimento... primeira namorada... minha história desde a barriga da mamãe... tadinho do moleque!!!

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