Páginas

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Crianças espertas

Uma das coisas mais deliciosas de termos filhos, além dos filhos propriamente dito, é que eles nos dão acesso direto a um mundo muito interessante. É um mundo povoado por seres pequenos, mas que carregam um conhecimento imenso e mágico. Estão passando por uma fase de profunda absorção de tudo o que os cerca sem várias censuras e travas da vida adulta. São as crianças, estes seres maravilhosos, cheios de energia e disposição que alegram os nossos dias.

O resultado é que acabamos escutando coisas muito engraçadas saindo deles. Às vezes são comentários inusitados, às vezes são coisas extremamente simples e muitas vezes são demonstrações únicas de sapiência e sagacidade. Um dia desses, por exemplo, estávamos com o Pedro em uma festinha super animada da amiga Clarinha. Pedro se divertiu tanto (nós também, é claro!) que vale um post inteirinho sobre o tema. Mas uma passagem que podia ter se transformado em trágica acabou sendo engraçadíssima por causa de um comentário de um destes "seres".

Pedro estava correndo de um lado para o outro como um alucinado contente, mas com vários olhos sobre ele, tomando conta. Em dado momento ele entrou no salão onde havia um banco inadvertidamente colocado abaixo de uma janela. Com aquela agilidade que lhe é peculiar Pedro subiu e já estava se pendurando na janela quando a Ligia, com a habilidade peculiar de pais desesperados, o segurou. Além da Ligia, várias pessoas que estavam por perto reagiram à aventura do pequeno. Entre estas pessoas havia um menino um pouco mais velho, que devia ter cinco anos no máximo.

Ligia segurou o Pedro pelos bracinhos e muito séria falou com ele: "Pedro, não pode fazer isso. Nunca mais faça isso. É muito perigoso, se você subisse ali faria um dodói muito, muito sério em você". O tal menino assistia tudo bem de pertinho. A Li ficou até com a impressão de que ele também teria segurado o Pedro e evitado a queda, caso seus braços elásticos de mãe não tivessem crescido tão rapidamente diante do perigo. Mas então, a Ligia está explicando ao Pedro o tal dodói muito sério quando o menino solta uma exclamação: "Hã?!?! Dodói?!?! Ele ia é morrer!!!". É, tipo isso.

Neste mesmo dia fomos a um casamento mais tarde. Pedro ficou com didi e titio na festa e depois foi dormir na nossa casa com a vovó Beth. No casamento ficamos com a incumbência de fazer companhia para a Cati, filha de grandes amigos nossos que estavam no papel de padrinhos no altar. Cati entrou como dama e depois voltou para a porta da igreja, onde ficou aguardando o momento de entrar pela segunda vez com as alianças. Foi neste momento que resolvi elogiar sua atuação na igreja. Foi um elogio sincero, mas também com objetivo de "dar uma moral" e motivá-la para a segunda etapa. Falei que ela tinha sido ótima e logo após o meu comentário ela me olhou meio de lado e disse "É, eu sei. Todo mundo gostou". Então tá.

E para completar este dia de pérolas infantis o nosso pequeno também mandou uma muito boa para a didi e o titio. Vendo um parquinho no prédio ao lado de onde ocorria a festa, ele avisou que queria ir brincar lá. Segundo nos contaram, o diálogo foi mais ou menos assim:

- Didi, titio. Quero ir no parque.
- Que parque Pedro?
- Aqueeeeele láááá...
- Pedro, naquele parque não dá, tá vendo, tem uma grade.
- Vamos pular?
- Não Pedro, a grade é alta, não dá para pular.
- Tive uma ideia...
- Qual?
- Vamos procurar uma porta!!!

É, eles estão cada dia mais na nossa frente. Beijos do papai-duda.

Olha a pose do moleque segurando o mamá.
Notem a pegada tipo "sommelier"...

Nenhum comentário:

Postar um comentário