Continuando...
Tão simpática a nossa vizinha de avião, que toda hora ela oferecia alguma coisa para a Ligia. Mesmo com a Li querendo, desesperadamente, dormir! O Pedro estava super agitado e tentando ficar acordado, mesmo já sendo mais de meia-noite. Mas tudo o que a Li queria era dormir e, dormir na classe econômica não é das tarefas mais simples. Mas com excesso de cansaço, qualquer posição vira confortável.
Então a Li começava a cochilar e... "minha filha, você quer o meu cobertor? Eu não vou usar". Aí ela começava a dormir novamente e... "minha filha, dá o meu travesseiro para o menino, eu não preciso.". "Obrigado, não é necessário, ele já está dormindo", respondeu a Li e voltou a cochilar... "olha, a cabecinha dele está caída, é melhor colocar mais um travesseiro". Travesseiro sobrando na cabeça do Pedro, que estava finalmente dormindo acomodado no meu colo.
Finalmente a Li embala no sono até que... "minha filha, estão servindo o jantar, você não quer comer?". Li resolveu comer uma deliciosa salada de repolhos e declinou do peixe de empanado murcho com purê de maçã. Achou que nesta hora ela conseguiria dormir, acomodou-se e... "minha filha...". Neste momento achei que a Li finalmente perderia a compostura e entraria em uma guerra de travesseiros com a senhora. Mas aí veio a proposta inusitada... "vou sentar em outra fila para deixar a poltrona vaga para vocês se acomodarem melhor".
Sério, sei que a Li sofreu com as interrupções, mas ta aí uma boa ação que eu não esperava de ninguém. E a partir daí viajamos confortavelmente em uma fileira só nossa, com quatro cadeiras. Tudo bem que eu, de qualquer jeito, mantive o meu espaço restrito de meia bunda na cadeira, já que o Pedro estava esticado com a cabeça e seus três travesseiros no meu colo. Mas valeu o conforto dos dois. E eu estava tão exausto que acabei dormindo assim mesmo, só acordei com uma pequena câimbra na bunda, mas faz parte.
No final o vôo foi bastante turbulento, a TAP extraviou o carrinho do Pedro, mas correu tudo bem e chegamos ao nosso destino prontos para começar uma nova viagem.
Beijos do papai-duda.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Avião
Viajar de avião com o Pedro não chega mais a ser uma novidade, pois a esta altura já tivemos algumas experiências diferentes com ele. Mas, ao mesmo tempo, cada viagem ocorre em uma fase diferente do pequeno, então as reações diferem um pouco.
Desta vez o Pedro estava empolgado como sempre, mas o vôo estava marcado para bem tarde e ainda atrasou, o que fez com que embarcássemos em um horário bem além da hora em que o Pedro costuma dormir. Mas é claro que a excitação o manteve alerta e acordado o tempo todo. Quando oferecemos um leite para ele, ainda no aeroporto, ele disse: "não, só dentro do avião e o avião tem que estar voando".
Eu estava preocupado (vai uma confissão: eu não tenho o menor medo de avião, mas acho que tenho medo de aeroporto. Sempre fico ansioso com todos os trâmites, achando que alguma coisa vai dar errada) porque não havia conseguido uma fileira de três lugares. Tentei o check-in na primeira fila ou em alguma outra que fosse ocupada por apenas três cadeiras, mas o avião estava lotado, então não tive como mudar os assentos previamente selecionados.
Por outro lado, era a fila 21 e como este é meio que um número de sorte do casal Ligia e Duda, achei que era um bom sinal. Acho que a nossa sorte já estava nos esperando na fila das prioridades, pois enquanto aguardávamos que a fila fosse liberada, um grupo de senhoras simpáticas que estava logo atrás de nós puxou assunto e começou a brincar com o Pedro.
Logo depois fomos selecionados como prioridade dentro da prioridade e passamos à frente na fila (a maravilha de viajar com uma criança pequena! Como Pedro está crescendo, a mamata deve acabar, então está na hora de providenciar outra criança pequena para furar as filas...). Nos acomodamos na fila 21 e logo depois quem chegou para o quarto assento foi uma das senhoras simpáticas que conhecemos antes de entrar no avião.
Achei um golpe de sorte, pois sempre fico preocupado que sente um francês sozinho no assento ao lado. Desculpem o preconceito, mas imagino alguém que sai do verão do Rio de Janeiro após ter economizado vários banhos e que vai ficar carrancudo cada vez que o Pedro der um pulo na cadeira ou soltar os seus gritos de alegria e excitação.
Ter esta senhora simpática foi, para nós, um golpe de sorte. Ou talvez a Ligia discorde um pouco disso, mas o post já ficou bem grande então continuarei contando sobre isso amanhã.
Beijos do papai-duda
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Intenso
Tenho certeza que já falei sobre esta característica do Pedro e talvez já tenha, inclusive, utilizado este título em algum post. Mas acontecimentos recentes exigem um reforço nesta informação: Pedro é uma pessoinha intensa em seus sentimentos.
Assim como demonstra deliciosamente o seu amor com carinhos, beijos e declarações de "te amo muito", quando o moleque está frustrado é melhor sair de baixo! E muitas vezes a explosão vem de onde menos esperamos. Exemplo destes dias: como vamos viajar tivemos que levar o periquito Rafa para a casa da vovó Beth.
Pedro curte o periquito, mas não parecia dar tanta importância quanto aos seus dragões e rescue bots, por exemplo. Mas no dia de viajar fomos dar uma volta de carro com o Pedro (pra ver se ele dormia um pouco) e aproveitamos para levar o periquito Rafa.
Quando entramos no elevador, Pedro estranhou a gaiola. "Por que o periquito Rafa está indo com a gente?". Expliquei que o deixaríamos estes dias na casa da vovó, porque o periquito não podia ficar sozinho tantos dias. Foi aí que o Pedro ficou revoltado em último grau.
Ele não se jogou no chão como fazem alguns crianças no shopping porque este não é o seu estilo. Mas foi parecido. "Eu não queeeeero!!! É o meu periquito Rafa!!! Eu vou falar para a Vânia, foi ela que me deu o periquito Rafa e eu quero que ele fique aqui!!! É chato, levar o periquito Rafa pra casa da vovó é chato!!!".
Argumentamos, conversamos, brigamos e demos bronca mas o moleque não se conformava. Teve uma hora que ele se distraiu e, como o carro estava andando, acabou dormindo. Dormiu bastante, pois estava cansado. Quando a acordou, qual foi a primeira coisa que ele perguntou? Isso mesmo, se tínhamos deixado o periquito na casa da vovó. Começou tudo novamente e o moleque chorou como se fosse a morte do Optimus Prime.
Beijos do papai-duda
Assim como demonstra deliciosamente o seu amor com carinhos, beijos e declarações de "te amo muito", quando o moleque está frustrado é melhor sair de baixo! E muitas vezes a explosão vem de onde menos esperamos. Exemplo destes dias: como vamos viajar tivemos que levar o periquito Rafa para a casa da vovó Beth.
Pedro curte o periquito, mas não parecia dar tanta importância quanto aos seus dragões e rescue bots, por exemplo. Mas no dia de viajar fomos dar uma volta de carro com o Pedro (pra ver se ele dormia um pouco) e aproveitamos para levar o periquito Rafa.
Quando entramos no elevador, Pedro estranhou a gaiola. "Por que o periquito Rafa está indo com a gente?". Expliquei que o deixaríamos estes dias na casa da vovó, porque o periquito não podia ficar sozinho tantos dias. Foi aí que o Pedro ficou revoltado em último grau.
Ele não se jogou no chão como fazem alguns crianças no shopping porque este não é o seu estilo. Mas foi parecido. "Eu não queeeeero!!! É o meu periquito Rafa!!! Eu vou falar para a Vânia, foi ela que me deu o periquito Rafa e eu quero que ele fique aqui!!! É chato, levar o periquito Rafa pra casa da vovó é chato!!!".
Argumentamos, conversamos, brigamos e demos bronca mas o moleque não se conformava. Teve uma hora que ele se distraiu e, como o carro estava andando, acabou dormindo. Dormiu bastante, pois estava cansado. Quando a acordou, qual foi a primeira coisa que ele perguntou? Isso mesmo, se tínhamos deixado o periquito na casa da vovó. Começou tudo novamente e o moleque chorou como se fosse a morte do Optimus Prime.
Beijos do papai-duda
sábado, 27 de dezembro de 2014
Mais sobre a curiosidade infantil
Eu costumo dizer que educar uma criança é full time job. Isso quer dizer que não tem feriado, não tem final de semana e não tem descanso. Como pai, você não precisa (e não consegue) ser infalível. Mas tem que se esforçar para ser coerente e consistente com o que está ensinando ao seu filho, mesmo que naquele momento esteja cansado e, no fundo, preferisse fingir que não viu aquela pirraça que ele acabou de fazer ali no canto. Além disso, educar não é fácil, apesar de ser o melhor presente que você pode dar, todos os dias, às suas crianças.
Dito isso, enquanto escrevia o post de ontem fiquei pensando nesta questão da sinceridade infantil. É difícil explicar para uma criança de três anos que mentir é feio, mas às vezes nem tanto. Em algumas situações, falar a verdade que é feio e mentir é o correto. Mas a vida não seria tão mais simples se adotássemos um pouco desta sinceridade nos adultos também? Veja só, você que já é adulto ganha um presente que não gostou, mas que veio de uma pessoa que você gosta muito.
O que você pensa: "...que bosta de presente. Eu detesto esta cor, não gosto deste modelo e odeio esta loja. Pior que deve ter sido caro e eu não vou poder trocar, porque senão ela (ele) vai saber que eu não gostei..."
O que você diz: "Que lindo! Eu amei! Esta loja é o máximo e esta cor combinado comigo..." (se for uma roupa, você já experimenta para enfatizar que gostou).
O que a pessoa responde: "...ah que ótimo, eu achei a sua cara. Pensei logo que você ia adorar usar no Réveillon!".
Mas, veja só o que ela pensou: "ufa, ainda bem que você gostou... comprei na liquidação do verão passado e não pode mais trocar. Melhor usar logo no Réveillon para não ter risco".
O pior é que você acaba estabelecendo um padrão de presente porque a tal pessoa acha que agradou e vai continuar lhe dando a mesma coisa. Não seria mais fácil dizer a verdade:
- Olha só, eu não gostei. Muito obrigado pelo carinho, mas eu não gosto deste modelo e não gostei da cor também. Eu atá poderia trocar, mas para falar a verdade eu nem gosto muito da loja. Acho melhor você ficar com ela e dar para alguém que vai curtir mais, mas de verdade, fiquei muito feliz de você ter pensado em mim neste final de ano e ter ido comprar este presente. Obrigado pelo carinho.
Aí a pessoa responde:
- Para falar a verdade eu estava tão enrolada que não consegui comprar nada para você. Comprei esta roupa no ano passado e não usei, ou seja, você nem poderia trocar mesmo. Mas eu gosto muito de você e não queria passar o Natal sem lhe dar um presente. Obrigado por ser sincero. Vou fazer o seguinte, deixa passar esta confusão de final de ano que eu compro um outro presente. Aliás, vamos juntos porque vai estar em liquidação e você pode ter problemas em trocar depois, caso continue não gostando do presente.
Pronto! Todos felizes, mais próximos, conhecendo melhor os gostos de cada um e ainda deixaram um passeio marcado para Janeiro. Mas a vida não é tão simples e as crianças, mesmo sinceras, mudam de opinião muito facilmente. No dia seguinte adivinhem qual foi o primeiro brinquedo que o Pedro pegou para brincar? Ganha uma peça de liquidação quem disse "o dragão" primeiro. Ele pegou o dragão na bolsa e me pediu para soltá-lo porque ele estava preso (tirar a etiqueta que ficava em volta do pescoço, eliminando assim qualquer chance de troca). Foi voando com ele para o quarto e achou o tal dragão igual que ele tinha: "veja papai, eles são irmãos!". E assim começou a brincadeira do dia 25.
Beijos do papai-que-gostou-de-todos-os-presentes-que-ganhou
Dito isso, enquanto escrevia o post de ontem fiquei pensando nesta questão da sinceridade infantil. É difícil explicar para uma criança de três anos que mentir é feio, mas às vezes nem tanto. Em algumas situações, falar a verdade que é feio e mentir é o correto. Mas a vida não seria tão mais simples se adotássemos um pouco desta sinceridade nos adultos também? Veja só, você que já é adulto ganha um presente que não gostou, mas que veio de uma pessoa que você gosta muito.
O que você pensa: "...que bosta de presente. Eu detesto esta cor, não gosto deste modelo e odeio esta loja. Pior que deve ter sido caro e eu não vou poder trocar, porque senão ela (ele) vai saber que eu não gostei..."
O que você diz: "Que lindo! Eu amei! Esta loja é o máximo e esta cor combinado comigo..." (se for uma roupa, você já experimenta para enfatizar que gostou).
O que a pessoa responde: "...ah que ótimo, eu achei a sua cara. Pensei logo que você ia adorar usar no Réveillon!".
Mas, veja só o que ela pensou: "ufa, ainda bem que você gostou... comprei na liquidação do verão passado e não pode mais trocar. Melhor usar logo no Réveillon para não ter risco".
O pior é que você acaba estabelecendo um padrão de presente porque a tal pessoa acha que agradou e vai continuar lhe dando a mesma coisa. Não seria mais fácil dizer a verdade:
- Olha só, eu não gostei. Muito obrigado pelo carinho, mas eu não gosto deste modelo e não gostei da cor também. Eu atá poderia trocar, mas para falar a verdade eu nem gosto muito da loja. Acho melhor você ficar com ela e dar para alguém que vai curtir mais, mas de verdade, fiquei muito feliz de você ter pensado em mim neste final de ano e ter ido comprar este presente. Obrigado pelo carinho.
Aí a pessoa responde:
- Para falar a verdade eu estava tão enrolada que não consegui comprar nada para você. Comprei esta roupa no ano passado e não usei, ou seja, você nem poderia trocar mesmo. Mas eu gosto muito de você e não queria passar o Natal sem lhe dar um presente. Obrigado por ser sincero. Vou fazer o seguinte, deixa passar esta confusão de final de ano que eu compro um outro presente. Aliás, vamos juntos porque vai estar em liquidação e você pode ter problemas em trocar depois, caso continue não gostando do presente.
Pronto! Todos felizes, mais próximos, conhecendo melhor os gostos de cada um e ainda deixaram um passeio marcado para Janeiro. Mas a vida não é tão simples e as crianças, mesmo sinceras, mudam de opinião muito facilmente. No dia seguinte adivinhem qual foi o primeiro brinquedo que o Pedro pegou para brincar? Ganha uma peça de liquidação quem disse "o dragão" primeiro. Ele pegou o dragão na bolsa e me pediu para soltá-lo porque ele estava preso (tirar a etiqueta que ficava em volta do pescoço, eliminando assim qualquer chance de troca). Foi voando com ele para o quarto e achou o tal dragão igual que ele tinha: "veja papai, eles são irmãos!". E assim começou a brincadeira do dia 25.
Beijos do papai-que-gostou-de-todos-os-presentes-que-ganhou
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
A Sinceridade Infantil
Talvez uma das características mais bonitas das crianças seja a sua sinceridade. Talvez a característica mais preocupante das crianças seja... a sua sinceridade. Um dia desses liguei para uma amiga e sua filha pediu para falar comigo ao telefone. Uma das primeiras coisas que ela me disse foi que a mãe estava com cecê. Ouvi a mãe gritando do outro lado "não estou com cecê, só estou suada e ainda não tomei banho!!!". Em quem devo acreditar? Na sinceridade pura infantil ou na "sinceridade política-social" do adulto?
O Pedro ganhou vários presentes e na maioria das vezes ele adorou e ficou apenas contando quais os que faltavam. Ao Papai Noel do dia 24, por exemplo, ele foi explicar que faltava o rescue bot laranja. Mas, em geral, ele gostou muito dos presentes. Teve porém, uma reação que não nos agradou. Ele ganhou um presente e abriu com sorrisos. Viu que era um dragão (ele adora dragão!), pegou, olhou, disse que já tinha e não queria aquele. Terminou o ato jogando o pobre dragão no chão, na frente da pessoa que o havia presenteado. Ainda ficou arisco de vergonha e não quis falar com mais ninguém.
Mamãe Li soube do episódio antes de mim e foi ensiná-lo como devia proceder em situações como essa. Deu uma bronca e disse que ele tinha que ir lá agradecer o presente e se desculpar com a pessoa. Nestes momentos, em que um dos pais está lhe dando uma lição, Pedro costuma recorrer ao outro pai. Quando os dois estão juntos ele chama pelo vovô. Ou pela vovó Sonia. Ou pela vovó Beth. No melhor estilo "e agora, quem poderá me salvar"...
Então ele veio choroso para o meu colo e mamãe me explicou a situação. Daí o diálogo se desenvolveu mais ou menos assim:
Papai: "Pedro, você tem que agradecer e pedir desculpas, vamos lá..."
Pedro: "Mas papai, eu não gostei do presente"
Papai: "Filho, mas o presente foi dado com carinho..."
Pedro: "Espera papai, deixa eu falar com você"
Papai: "Fala Filho"
Pedro: "Papai, e-u n-ã-o g-o-s-t-e-i do presente."
Papai: "Eu sei filho, eu já entendi, mas mesmo assim a gente não pode fazer isso na frente dos outros"
Pedro: "Mas eu já tenho um dragão igual, eu não quero dois iguais. Eu não pedi este dragão"
Papai: "Tá bom, você não precisa dizer que gostou. Mas tem que agradecer o presente e pedir desculpas"
Pedro: (conformado) "Tá boooooom..."
E aí, no meu colo, agarrado como se fosse um filhotinho de mico, ele aceitou dizer "obrigado e desculpa" e dar um beijo no joelho da pessoa que carinhosamente lhe comprou aquele dragão.
Beijos do papai-envergonhado. E obrigado pelos presentes.
O Pedro ganhou vários presentes e na maioria das vezes ele adorou e ficou apenas contando quais os que faltavam. Ao Papai Noel do dia 24, por exemplo, ele foi explicar que faltava o rescue bot laranja. Mas, em geral, ele gostou muito dos presentes. Teve porém, uma reação que não nos agradou. Ele ganhou um presente e abriu com sorrisos. Viu que era um dragão (ele adora dragão!), pegou, olhou, disse que já tinha e não queria aquele. Terminou o ato jogando o pobre dragão no chão, na frente da pessoa que o havia presenteado. Ainda ficou arisco de vergonha e não quis falar com mais ninguém.
Mamãe Li soube do episódio antes de mim e foi ensiná-lo como devia proceder em situações como essa. Deu uma bronca e disse que ele tinha que ir lá agradecer o presente e se desculpar com a pessoa. Nestes momentos, em que um dos pais está lhe dando uma lição, Pedro costuma recorrer ao outro pai. Quando os dois estão juntos ele chama pelo vovô. Ou pela vovó Sonia. Ou pela vovó Beth. No melhor estilo "e agora, quem poderá me salvar"...
Então ele veio choroso para o meu colo e mamãe me explicou a situação. Daí o diálogo se desenvolveu mais ou menos assim:
Papai: "Pedro, você tem que agradecer e pedir desculpas, vamos lá..."
Pedro: "Mas papai, eu não gostei do presente"
Papai: "Filho, mas o presente foi dado com carinho..."
Pedro: "Espera papai, deixa eu falar com você"
Papai: "Fala Filho"
Pedro: "Papai, e-u n-ã-o g-o-s-t-e-i do presente."
Papai: "Eu sei filho, eu já entendi, mas mesmo assim a gente não pode fazer isso na frente dos outros"
Pedro: "Mas eu já tenho um dragão igual, eu não quero dois iguais. Eu não pedi este dragão"
Papai: "Tá bom, você não precisa dizer que gostou. Mas tem que agradecer o presente e pedir desculpas"
Pedro: (conformado) "Tá boooooom..."
E aí, no meu colo, agarrado como se fosse um filhotinho de mico, ele aceitou dizer "obrigado e desculpa" e dar um beijo no joelho da pessoa que carinhosamente lhe comprou aquele dragão.
Beijos do papai-envergonhado. E obrigado pelos presentes.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Irmãos mais velhos
No final de semana, viajamos com um casal de
amigos que tem dois filhos, um de sete e outro de nove anos.
Eles deram muita atenção para o Pedro como se ele
fosse o caçula. E entendemos o tamanho do incentivo dos irmãos mais velhos. Podemos
dizer que Pedro evoluiu nestes dois dias. Principalmente na piscina. Eles
resolveram ensinar o Pedro a nadar e, alguns mergulhos depois, não é que ele
estava nadando mesmo? Pequenas distâncias, mas com destreza.
Lembrei que há duas semanas comentamos, com preocupação,
o fato do Pedro não estar batendo o pé direito na natação e de estar inseguro
de soltar a mão do professor.
Além de mestres, os meninos foram grandes amigos. Conversaram,
brincaram, viram filme juntos e o mais novo quis ficar com o Pedro para ele
dormir. O que nos deu a oportunidade de poder conversar e tomar um vinho à
noite como bons adultos que somos.
E, durante o último almoço, o mais novo falou: “Mamãe,
o Pedro é muito legal. Podemos ficar com ele e dar meu irmão para a tia Ligia?”.
Foi um final de semana muito, mas muuuito legal.
Mamãe com alguma moral, antes dos amigos chegarem. |
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Outro gato no sapato do Pedro
E não é só a Didi que
passa por momentos inusitados. Sexta à noite, contamos com a ilustre presença
do dindo e da tia Mari. Se ele é figurinha difícil, acho que agora some de
vez!
Pedro
se divertiu demais, até o dindo levantar a bandeirinha branca.
Este é o dindo |
Ou era! |
"Continua vivo? Vou cuidar disto." |
Pronto, acho que agora consegui. |
Opa! Deita Deita! |
É, não basta ser padrinho! |
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Gato e Sapato
Já escrevi um milhão de vezes neste blog sobre a relação maravilhosa do Pedro com a didi. Eu sei que já está até ficando meio enjoativo, mas há alguns finais de semana tirei uma foto que não me deixou escolha... preciso publicá-la e escrever sobre ela no blog. A foto é esta logo aqui abaixo...
Não sei de onde vem a expressão "fulano fez ciclana de gato e sapato". Mas sei que ela descreve muito bem o que a didi permite que o pequeno faça com ela para que possam se divertir. As brincadeiras, muitas vezes, são dolorosas ou doloridas (e eu posso afirmar isso por experiência própria), mas é sempre muito divertido. Obrigado, didi, pelos sorrisos que você arranca do moleque.
Ah, tem um vídeo também...
Beijos do papai-duda.
Notem que o tamborete está atingindo a didi na mosca! |
Não sei de onde vem a expressão "fulano fez ciclana de gato e sapato". Mas sei que ela descreve muito bem o que a didi permite que o pequeno faça com ela para que possam se divertir. As brincadeiras, muitas vezes, são dolorosas ou doloridas (e eu posso afirmar isso por experiência própria), mas é sempre muito divertido. Obrigado, didi, pelos sorrisos que você arranca do moleque.
Ah, tem um vídeo também...
Beijos do papai-duda.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Conta uma estória
Fazer o Pedro dormir nunca foi uma tarefa simples. O moleque luta para ficar acordado e nós precisamos usar nossas armas para conseguir que ele durma. Tapinha no bumbum, mãos dadas, cafuné, música... tudo isso já foi bastante utilizado, mas a última mania é contar uma estória. Na verdade, isso não é novidade, mas agora está mais frequente e com um novo ingrediente: é o Pedro quem escolhe a estória.
Isso, é claro, criou uma certa dificuldade para o papai. Antigamente eu geralmente recorria à estória do João Pé de Feijão porque, além de conhecer bem já que o meu pai sempre contava esta, é uma estória longa e geralmente rendia o tempo suficiente para o moleque dormir. Além disso, eu já tinha criado os meus truques para dar ainda mais sono ao Pedro. Eu contava mais ou menos assim (em uma voz baixinha e o mais monótona que eu consigo fazer):
"Era uma vez um menino chamado João.
O pai e mãe de João trabalhavam muito mas mesmo assim eles moravam em uma casa bem pequena.
A casa tinha um quintal pequeno, uma sala pequena, um corredorzinho pequeno, um banheiro pequeno e um quarto pequeno.
Papai e mamãe dormiam na sala porque no quarto o João dormia com seus avós.
Era o avô pai de sua mãe, a avó mãe de sua mãe, o avô pai de seu pai e a avó mãe de seu pai..."
No ritmo que eu contava, esta parte já levava uns quinze minutos. Era comum o Pedro dormir antes que o João plantasse os tais feijões mágicos! E eu contava mais ou menos no piloto automático, muitas vezes em estado intermediário entre cochilando e acordado. Mas agora o guri me ferra com pedidos assim:
"Papai, papai. Conta uma estória? Mas eu vou escolher... eu quero... eu quero... a estória do Ninja Go quando eles entram na caverna da serpente e encontram o monstro de olhos vermelhos" (hein?) ou "eu quero a estória dos Irmãos Krats que tem o caracal". Isso, caracal, um gato africano com orelhas longas e que salta muito alto para pegar galinhas d'angola selvagens. Não confunda, por mais sono que você estiver, com caracol !!!
Pois é, às vezes eu confundo. Aliás, muitas vezes a estória segue um rumo meio inusitado:
Papai: Era uma vez dois irmão chamados Cris e Martin que viviam explorando a savana africana. Eram os irmão Krats, que um belo dia encontraram... é... é... [sono batendo]...
Pedro: Papai, conta!
Papai: Hã... quem... é o João Pé de Feijão...
Pedro: Não papaiê! Os irmãos Krats! Conta, contaaaaa!
Papai: Ah sim, os irmãos Krats estavam na savana... na savana africana... e viram... é... viram um gato caracal... aí, de repente... amanhã preciso passar no banco... e os caracóis... alô, quem fala?... já vai descer do ônibus?...
Pedro: Papaiê! Acorda! E conta a estória!
Beijos do papai-com-sono
Isso, é claro, criou uma certa dificuldade para o papai. Antigamente eu geralmente recorria à estória do João Pé de Feijão porque, além de conhecer bem já que o meu pai sempre contava esta, é uma estória longa e geralmente rendia o tempo suficiente para o moleque dormir. Além disso, eu já tinha criado os meus truques para dar ainda mais sono ao Pedro. Eu contava mais ou menos assim (em uma voz baixinha e o mais monótona que eu consigo fazer):
"Era uma vez um menino chamado João.
O pai e mãe de João trabalhavam muito mas mesmo assim eles moravam em uma casa bem pequena.
A casa tinha um quintal pequeno, uma sala pequena, um corredorzinho pequeno, um banheiro pequeno e um quarto pequeno.
Papai e mamãe dormiam na sala porque no quarto o João dormia com seus avós.
Era o avô pai de sua mãe, a avó mãe de sua mãe, o avô pai de seu pai e a avó mãe de seu pai..."
No ritmo que eu contava, esta parte já levava uns quinze minutos. Era comum o Pedro dormir antes que o João plantasse os tais feijões mágicos! E eu contava mais ou menos no piloto automático, muitas vezes em estado intermediário entre cochilando e acordado. Mas agora o guri me ferra com pedidos assim:
"Papai, papai. Conta uma estória? Mas eu vou escolher... eu quero... eu quero... a estória do Ninja Go quando eles entram na caverna da serpente e encontram o monstro de olhos vermelhos" (hein?) ou "eu quero a estória dos Irmãos Krats que tem o caracal". Isso, caracal, um gato africano com orelhas longas e que salta muito alto para pegar galinhas d'angola selvagens. Não confunda, por mais sono que você estiver, com caracol !!!
Pois é, às vezes eu confundo. Aliás, muitas vezes a estória segue um rumo meio inusitado:
Papai: Era uma vez dois irmão chamados Cris e Martin que viviam explorando a savana africana. Eram os irmão Krats, que um belo dia encontraram... é... é... [sono batendo]...
Pedro: Papai, conta!
Papai: Hã... quem... é o João Pé de Feijão...
Pedro: Não papaiê! Os irmãos Krats! Conta, contaaaaa!
Papai: Ah sim, os irmãos Krats estavam na savana... na savana africana... e viram... é... viram um gato caracal... aí, de repente... amanhã preciso passar no banco... e os caracóis... alô, quem fala?... já vai descer do ônibus?...
Pedro: Papaiê! Acorda! E conta a estória!
Beijos do papai-com-sono
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Emocionei
O blog mais uma vez está sendo deixado
de lado pois esta época do ano é sempre cruel para o casal em termos de
trabalho. Mas hoje tive que negligenciar um pouquinho as tarefas do dia para registrar o ocorrido.
Pedro há bem pouco tempo não podia
ouvir falar em irmão. Toda vez que perguntávamos sobre ele querer um irmão, a
resposta era curta e objetiva “não”. Depois ele começou a gostar da ideia, mas
se o irmão já viesse grande.
Agora, ele considera bebês dividindo
espaço com ele. Acho que, como temos três tias na creche grávidas, além de duas
mães de amiguinhos, Pedro já fala no assunto com frequência.
Hoje de manhã ele começou falando que
na minha barriga ia ter um bebê chamado Alice. E, na sequência, veio a parte
emocionantemente assustadora. Foi mais ou menos assim:
“Mamãe, vai ter um bebê na sua barriga.
É a Alice.”
“Que legal, meu amor, adoro Alice.”
“E vai ter o Pedro Paulo também. Ele
parece comigo. Ele não é um monstro, mamãe. Ele é de verdade”.
Oi? Quem? Como? Fiz uma rápida pesquisa
mental e não me veio nenhum Pedro Paulo na escola, na natação ou nos filmes e
desenhos que ele costuma ver. Nunca chamei o outro avô de Pedro Paulo. Frio na
barriga e muita emoção.
Comecei o dia feliz, cheia de
deliciosas recordações.
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