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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Segunda gestação

A segunda gravidez não tem o mesmo appeal da primeira. E acho que por dois simples motivos: 1) Primeira vez é primeira vez; vem com toda expectativa, charme e empolgação de algo bom que nunca havíamos experimentado antes 2) Não dá para viver em função da barriga, pois o primogênito nos toma bastante tempo e atenção.

Não é menos amor, apenas menos mistério e o dia a dia nos engolindo. Quando engravidei do Pedro, conversávamos com a barriga diariamente, colocávamos música direto para ele “ouvir” e agora, às vezes nem lembro que estou grávida. Normalmente durmo colocando o Pedro para dormir, o que reduz em muito a chance de ter aquele momento a sois com o Bernardo.

Dificilmente alguém casa duas vezes com todo o garbo e a elegância da primeira, certo? Normalmente um segundo casamento é apenas uma junção de trapos, por vezes, registrada em cartório. A segunda gravidez funciona mais ou menos da mesma forma.

Muitas coisas você julga desnecessárias, pois já experimentou e pronto. Agora é outra etapa, outra forma de enxergar e viver o momento. Muita coisa parece não fazer mais sentido para você. Mas as pessoas acham que você simplesmente não está dando o devido valor ou temem um possível futuro trauma deste lindo ser que está chegando “já em desvantagem”, como muitos falam.

A grande verdade é que é legal que seja diferente. Acaba trazendo novidades e lembranças diferentes pro futuro. E, se a segunda gravidez tem menos glamour, também tem  menos ansiedade e insegurança. Você se permite mais. É mais leve. Fora que a interação do primeiro filho com a barriga não tem preço! E isto você definitivamente não tem na primeira gestação.

Ou seja, são dois momentos, duas formas de viver um mesmo acontecimento.
Esta semana fizemos mais uma ultra e isto vivencio igualzinho da primeira vez: com a mesma emoção, carinho, prazer e vontade de estar grudadinho, dando cheirinho daqui a alguns meses.



quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ônibus Azul

Eu estava com saudade de escrever no blog, pois está difícil... mas vamos lá!

Predo está fazendo fono pala coligir algumas tlocas de letlas e sílabas. Não é nenhuma pemtestade no copo d'água, mas é algo que vale a pena resolver logo. Aproveitando o bonde, entrei na fono também para conseguir dar aula sem ficar com a garganta rouca. Então uma vez por semana nossa rotina passará a ser assim: Pedro fica brincando em uma sala cheia de atrações que deve parecer a Disney para ele enquanto eu fico na sala ao lado fazendo exercícios extraídos diretamente do pátio do Pinel.

"Shiiiiiiiiiiiiiiiiiii, baaaaaaaaaaaaaaaaa, hummmmmmmmmm, pahhhhhhhhhh"
"brrrrrrrrr, brrrrrrrr, uah, uah, brrrrrrrr, brrrrrrrrr, uah, uah"

No primeiro dia ele ficou meio desconfiado no início mas quando viu a quantidade de traquitanas que teria para brincar, logo se entregou e mal lembrou dos pais. Na hora de ir embora ele reclamou e avisou "eu quero voltar nesse lugar, hein?!".

Nas outras sessões ficamos separados mas volta e meia o moleque colocava a cabeça pela porta da sala para ver o que eu estava fazendo. Todas as vezes ele ria e falava "pára com isso seu maluco", mas voltava para brincar na sala dele. Quando termina a minha sessão de maluquices e a sessão de brincadeiras dele, vou deixá-lo na escola e seguir para o meu trabalho. No primeiro dia mamãe ficou esperando na sala de espera, mas agora ela nos deixa na porta e vai trabalhar.

Então, na semana passada quando estávamos indo embora e o moleque meio de mal humor porque queria brincar mais, eu sentei à sua frente, olhei no fundo de seus olhos e falei com uma voz bem séria: "Pedro, você quer ir para a escola de táxi ou... (pausa dramática) ...de ônibus azul?". Pedro arregalou os olhos, abriu um baita sorriso e começou a pular enquanto dizia "ônibus azul, ônibus azul".

É muito legal como muitas vezes a criança precisa de muito pouco para se divertir muito muito. Fomos caminhando juntos para o ponto para pegar o ônibus azul (que, no caso, é o ônibus do metrô). Quando estávamos quase chegando passou um frescão azul e o Pedro quase saiu correndo atrás. Mas eu segurei e expliquei que era outro ônibus azul que já estava chegando.

Foram apenas dois pontos, mas o moleque se divertiu muito. Foi sorrindo do início ao fim, com a cara colada no vidro (sim mamãe, absorvendo todos os germes e micróbios que ficam à espreita no transporte público), soltando frases e interjeições do tipo "uau, estamos muuuuuito rápido", "aqui no ônibus é bem alto papai", "ué, que luzes são essas no teto do ônubis?!".

Realmente foi muito divertido e instrutivo, pois parece até brincadeira que o Pedro já tem mais de quatro anos e nunca havia andado de ônibus no Rio de Janeiro. Esta semana vamos pegar o ônibus amarelo (linha comum, com mais balanço, mais velocidade, mais emoção e mais germes e micróbios) e na próxima estou pensando em experimentar a moto-táxi. Depois eu conto como foi.

Beijos do papaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiii-shiiiiiiiiii-ploc


terça-feira, 14 de julho de 2015

Amigos

De um tempo para cá, receber amigos do Pedro em nossa casa, graças a Deus, tem sido bastante frequente.

(Adoramos incentivar a amizade e interação com os amigos pois, alguns, levamos para a vida toda. E são amizades verdadeiras que independem de cotidiano. Tenho um grupo de maternal que são pessoas com as quais sei que posso contar sempre. Às vezes, ficamos um tempão sem se ver, mas quando nos encontramos temos a nítida sensação de que nos vemos todos os dias. É tão boa e natural a relação que não precisamos nos esforçar para mantê-la. Tudo flui sem cobranças.)

O que eu não esperava, é que nossas manhãs após a natação fossem seguir o mesmo ritmo.  A tia Bebel precisou de ajuda com a Nina algumas vezes e a pequena princesa veio se arrumar em nossa casa e a levamos para a escola depois. Agora, ir tomar banho na casa da tia Ligia e do tio Duda virou programa matinal.  Antes era apenas Pedro e Nina. Hoje, João entrou na farra e devo confessar que é bem gostoso. Louco, confuso, intenso mas extremamente compensador.

A loucura já começa no banho, pois todos querem entrar juntos, mas os três divergem em relação à temperatura da água. Depois todos querem escolher o programa que vai passar na TV enquanto os enxugamos e vestimos e, quando conseguimos convencê-los a irem brincar, começa a disputa pelos brinquedos. Mas por incrível que pareça, ficam muito bem juntos, adoram, se divertem e nunca querem ir embora.

Hoje, tia Vanessa veio ajudar a arrumar as ferinhas. E quando conseguimos deixá-los na escola, percebemos que ir para o trabalho é praticamente frequentar um spa. É igual a viagem a lazer. É tudo maravilhoso, mas quando voltamos pra casa, percebemos que precisamos de férias para descansar da viagem J

E que venham muitas viagens/ manhãs como esta ainda. É bom demais.





sexta-feira, 10 de julho de 2015

Mais uma do irmão mais velho (e outra do mais novo)

Dia desses fui ler um livro com o Pedro e havia uma passagem que falava sobre as características de um menino chamado Severino. A cada característica, eu pergunta se ele (o Pedro) também era assim. Exemplo: no livro estava escrito que "Severino é um menino levado", então eu perguntava "e o Pedro, é levado?". A cada pergunta, Pedro fazia uma brincadeira, dava uma risada e respondia algo como "Ha ha ha, eu sou levado porque gosto de bagunça!".

Mas aí chegou a frase que dizia que o Severino era um menino magrinho. Quando eu perguntei se o Pedro era magro, desta vez ele ficou sério, imediatamente mostrou os "muque" dos braços (fazia tanta força que os bracinhos tremiam) e respondeu "eu não sou magrinho, sou muito forte porque sou o irmão mais velho!".

Achei muito bonitinho porque mostra como ele está dando importância a este novo cargo de irmão mais velho. Agora ele virou um meninão, responsável e forte para proteger o Benado, seu irmão mais novo.

Aproveitando para falar deste outro moleque, parece que o Benado já ganhou um apelido né? Será registrado como Bernardo, mas quem vai conseguir falar tanto erre com o "irmão mais velho" chamando de Benado?! E o Benado já começa a mostrar-se preparado para a turminha que o espera aqui fora. Toda noite, logo que a Li deita, Benado começa a mexer, chutar, socar e dar cambalhota na barriga da mamãe.

Eu tento conversar com ele, dizendo para ele ter calma que ainda faltam alguns meses para ele sair e participar da bagunça. Mas parece que o menino está ansioso para entrar na brincadeira. Isso talvez prove a velha crença popular de que o caçula é um irmão mais agitado porque a Li não lembra do Pedro mexendo assim nesta época. Confesso que a possibilidade disso ser verdade me deixa um pouco preocupado. Ou muito em pânico.

Estamos com a sensação de que o Benado será mais agitado e terá os horários trocados com o Pedro. Ou seja, vai acordar bem mais tarde, mas também vai dormir bem mais tarde. Ou seja, deve sair da nossa cama mais ou menos na hora que o Pedro estiver chegando. Já o papai aqui, só terá uma noite de sono novamente daqui a uns 15 anos...

Beijos do papai-do-pedro-e-do-benado

"Txhu, pow, uharrrrrrrr"

terça-feira, 7 de julho de 2015

Meu irmão Benado

Pedro, como já contei aqui, está amando a ideia de ter um irmão. Fala do Bernardo com frequência, fala pras pessoas do Bernardo e já perguntou diversas vezes quando o Bernardo vai sair da minha barriga.

Sei que este mar de rosas em algum momento, não muito longe, vai ter espinhos. Todos me falam que, depois do nascimento, Pedro terá a verdadeira noção do espaço que o irmão vai ocupar e que, a partir daí, os conflitos e problemas vão aparecer.

Ok, é se preparar para contorná-los da melhor maneira que conseguirmos em meio a exaustão que deve ser ter um segundo filho, mantendo o dia a dia do primeiro.

Mas, por enquanto, estou curtindo demais este amor que Pedro já demonstra pelo futuro irmão. Segunda-feira, quando fui colocá-lo para dormir, ele pegou o Banguela de tecido e falou "vou aproveitar para dormir com meu banguela pois quando o Bernardo nascer, vou dar para ele".

Chorei.

Pedro vendo Bernardo pela primeira vez

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Na verdade nada esconde esta minha Timidez...

Dá para acreditar que o Pedro exibido deu lugar a um Pedro muito tímido?

A primeira amostra disto foi no dia do aniversário dele quando todos bateram palma e ele se escondeu embaixo da mesa. Eu achei que Pedro estava com medo da vela de vulcão mas com o tempo fui vendo que o problema foram as palmas e gritos por seu nome.

Agora, ao perceber que é o centro das atenções, o pequeno entra em crise e se esconde. Como pode? Esta semana estivemos na fonoaudióloga para tentar resolver a parte Cebolinha do Pedro e ela disse que é  natural esta mudança. A criança, conforme vai amadurecendo sua percepção de mundo, vai tendo outros valores e personalidade.

E pode ter a ver com o Bernardo também. A pedagoga da escola disse que, com a minha gravidez, Pedro teve um salto de maturidade. Que está mais concentrado nas atividades e propostas feitas pela professora e mais independente. Até pelo o que Pedro fala em casa dá para perceber (e isto terei que tentar reverter com agilidade) que ele se sente responsável pelo irmão. Ele fala muito em ensinar as coisas para o Bernardo. É muito bonitinho, mas prefiro que ele seja mais irmão e não pai e mãe. Este papel não cabe a ele. E, de fato, não condiz com o papel de uma criança de apenas 4 anos. Só pode dar um nó na cabeça.

Vou sentir saudade daquele pecurrucho que ficava dançando no meio da roda no Reveillon e que, ao receber palmas, ficava feliz e repetia a encenação.

bjs,



sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pinta

Não faz muito tempo que o Pedro descobriu que as pessoas têm pintas pelo corpo. Um belo dia ele me olhou, viu uma pinta no braço e perguntou o que era. Pelo tom de voz deu para perceber que ele estava meio preocupado, como se fosse um machucado ou uma mordida de bicho.

Expliquei que era apenas uma pinta, que eu tinha várias pelo corpo e que ele mesmo tinha algumas pintas, que fui mostrando a ele. Pronto, ele achou aquilo incrível e passou a cultivar suas pintinhas. Ele costuma lotear partes de seu corpo entre a família. Tipo, o cachinho é da vovó Beth, o bumbum é da dinda é assim por diante.

Mas um dia desses pedi que ele me desse sua pintinha da mão e ele falou, exaltado, que a pinta era dele e de mais ninguém. Então sempre que ele está lavando a mão eu esfrego dizendo que vou tirar a pinta ele, já sabendo que é uma brincadeira, não deixa e morre de rir.

Ele também tem uma pinta no meio do couro cabeludo. Essa pinta eu também conheço bem porque já me assustei várias vezes com ela, achando que era uma ferida ou algo parecido. Mas não, é só uma pinta. E esta o Pedro não consegue ver, então posso dizer que é minha.

Hoje ele nos surpreendeu dizendo que a tal pintinha da mão é da mamãe e que eu posso ficar com uma pinta que ele tem no braço!

E está aí uma das delícias de se ter filhos que eu antes não havia nem imaginado... nos apegamos tanto a este ser-humaninho que acabamos conhecendo e admirando cada detalhezinho mínimo deles. Até mesmo uma pinta minúscula no meio dos cabelos!

E do Bernardo, será que vai sobrar uma pintinha pra mim?...

Beijos do papai-duda