A segunda gravidez não tem o mesmo appeal da primeira.
E acho que por dois simples motivos: 1) Primeira vez é primeira vez; vem com
toda expectativa, charme e empolgação de algo bom que nunca havíamos
experimentado antes 2) Não dá para viver em função da barriga, pois o primogênito
nos toma bastante tempo e atenção.
Não é menos amor, apenas menos mistério e o dia a
dia nos engolindo. Quando engravidei do Pedro, conversávamos com a barriga
diariamente, colocávamos música direto para ele “ouvir” e agora, às vezes nem
lembro que estou grávida. Normalmente durmo colocando o Pedro para dormir, o
que reduz em muito a chance de ter aquele momento a sois com o Bernardo.
Dificilmente alguém casa duas vezes com todo o garbo
e a elegância da primeira, certo? Normalmente um segundo casamento é apenas uma
junção de trapos, por vezes, registrada em cartório. A segunda gravidez
funciona mais ou menos da mesma forma.
Muitas coisas você julga desnecessárias, pois já
experimentou e pronto. Agora é outra etapa, outra forma de enxergar e viver o
momento. Muita coisa parece não fazer mais sentido para você. Mas as pessoas
acham que você simplesmente não está dando o devido valor ou temem um possível
futuro trauma deste lindo ser que está chegando “já em desvantagem”, como
muitos falam.
A grande verdade é que é legal que seja diferente.
Acaba trazendo novidades e lembranças diferentes pro futuro. E, se a segunda
gravidez tem menos glamour, também tem
menos ansiedade e insegurança. Você se permite mais. É mais leve. Fora
que a interação do primeiro filho com a barriga não tem preço! E isto você
definitivamente não tem na primeira gestação.
Ou seja, são dois momentos, duas formas de viver
um mesmo acontecimento.
Esta semana fizemos mais uma ultra e isto vivencio
igualzinho da primeira vez: com a mesma emoção, carinho, prazer e vontade de
estar grudadinho, dando cheirinho daqui a alguns meses.