Bernardo nem saiu da barriga e já tomou seu primeiro caldo.
Domingo fomos à praia e resolvi dar um mergulho. Entrei de
mansinho, o mar estava mega calmo e de repente Duda estava ao meu lado sem o
Pedro. Tudo bem que a distância entre eles era pequena, mas confesso que me deu
um certo desespero do Pedro solto na borda e fiquei alterando entre expulsar o
Duda, tentar mergulhar logo para sair logo e pedir que o Pedro viesse ao nosso
encontro.
Nisto veio uma onda um pouco maior e saí “correndo” em
direção a ela (pois estava em uma distância complicada). Só que no meio deste
processo, me veio à cabeça se com a barriga eu afundaria bem a ponto de furá-la
sem problemas. Nunca fui boa de física e não consegui saber rapidamente se a
barriga pesaria e ajudaria a afundar ou se funcionaria como uma bexiga de festa
e me empurraria para cima. Então em segundos achei melhor não arriscar, virei
de costas para proteger o Bernardo e deixei a onda quebrar nas minhas costas.
Era óbvio que eu ia cair. Não tinha dúvida de que o caldo
seria inevitável e me preparei para ele. Não apavorei pois sabia que a onda era
pequena e que duraria pouco. Tanto que não engoli nem um pingo d´agua nem
fiquei cheia de areia no cabelo. Mas Duda, que a esta altura estava do meu lado
com o Pedro do colo, me segurou e não me soltou, o que me deu deixou doida,
pois lá embaixo não conseguia saber se ele tinha ficado em pé ou se estávamos os
três (inclusive meu pequeno ser) rolando na onda. Se eu tivesse um garfo, Duda
teria tomado uma espetada para me soltar e cuidar só do Pedro.
Ao levantar, dei um último mergulho contrariando a vontade
do maridão para ajeitar a cabeleira e saímos da água. A cara do Duda e do Pedro
era de pânico absoluto. Pedro bateu o nariz no ombro do Duda e estava
sangrando.
Aparentemente tinha ficado tudo bem, pois não me lembrava de
ter batido a barriga ou coisa assim, mas comecei a neurotizar se o pânico do
Duda era porque ele tinha visto algo ruim acontecendo comigo e consequentemente
com o bebê que eu não reparei por estar focada na integridade física do Pedro.
E o Bernardo que até então estava agitado, parou de mexer. Em seguida, comecei
a sentir muita cólica lateral. E não prestou.
Fui andando até em casa superpreocupada do Bernardo não
estar bem. Pedro, fofo, não quis sair do meu lado. Chegando, tomei banho
enquanto Duda ligou pra médica, que passou um remédio e repouso.
Bernardo voltou finalmente a chutar e, com isso, fui
acalmando. O primeiro caldo da minha vida tinha que ser justamente grávida?
“Envelhecer é... desequilibrar na praia com marola”.
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