Talvez um dos conceitos mais difíceis de ensinar a uma criança é a passagem do tempo. Para falar a verdade, até conheço muitos adultos que também não compreenderam ainda a passagem do tempo, mas aí o problema é outro. Já tínhamos notado um detalhe interessante no Pedro (e depois percebemos que é comum entre as crianças).
Ele consegue entender o conceito de passado, presente e futuro, mas tudo o que já aconteceu foi ontem, mesmo que já tenham se passado anos. Por outro lado, tudo o que ainda virá a acontecer será amanhã. Hoje é "nesse dia". E assim o moleque conta os dias dele. Simples assim, "ontem", "nesse dia" e "amanhã". Seguindo esta linha, todas as manhãs ele nos pergunta sobre a programação diária: "nesse dia quem vai me buscar na escola?", "hoje é dia de levar brinquedo?", "eu vou para a natação nesse dia?" e assim por diante.
Pensando nisso, propomos colocar um calendário no quarto dele para que ele pudesse entender sozinho qual a programação do dia e quanto falta para marcos importantes, como a vovó e o vovô buscando na escola, o nascimento do seu irmão mais novo ou a chegada do Papai Noel. Só que fizemos esta proposta ao pequeno e ele disse que não queria. Será que já está em crise com a passagem da idade?
Mas a conversa girou em torno do nascimento do Bernardo. e foi mais ou menos assim:
- Papai-mamãe quando o Benado vai chegar?
- Este mês meu filho.
- Ah, mas vocês disseram que ele não ia demorar!
- Sim filho, será logo logo, ainda este mês.
- Amanhã?
- Não amor, amanhã não?
- Quando o Benado chega?
- Este mês ainda, falta pouco;
- Nesse dia?
- Não Pedro, falta pouco mas não será hoje ou amanhã, só que será este mês ainda. Vamos colocar um calendário para você saber quanto falta tá bom?
- Não quero.
- Não? Então tá.
- Mas papai-mamãe, quando o Benado chega? É nesse dia?...
Acho que estamos todos ansiosos...
Beijos do papai-do-Pê-e-do-Bê-e-bem-ansioso...
E quem não está?
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