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quinta-feira, 31 de março de 2016

A crise

Semana passada, Pedro começou a dar defeito direto. Manhas, reclamações e chororôs sem fim. Chegou a fazer show assim que abriu o olho porque o pai fez o leite e era o dia da mamãe fazer. Desde quando isso?

Vovó Beth apostou que era por causa do Bernardo, que finalmente havia caído a ficha de que ele não era mais absoluto em casa, mas eu estava achando estranho que nenhuma reação do Pedro envolvia o irmão em qualquer aspecto. Pelo contrário, o carinho, a preocupação e a dedicação continuaram como sempre.

Até que depois de muito conversar com o Duda, chegamos a conclusão de que tinha a ver com a cirurgia. Pedro ficou 15 dias sendo extremamente paparicado e, de repente, tudo voltou ao normal. E esta desconfiança foi comprovada há duas madrugadas. 

Pedro acordou às 3h da manhã chorando porque eu não estava dormindo com ele (durante os 15 dias de pós operatório ele dormiu direto conosco). Enquanto a crise rolava, Duda tentou leva-lo para fazer xixi como é de praxe e Pedro se recusou dizendo que só fazia comigo. Quando cheguei a coisa piorou e ele começou a dizer que o pinto estava doendo muito. Ou seja, ele está sentindo falta dos mimos sem fim. 

A parte engraçada é que na noite desta madrugada eu havia conversado com o Pedro e combinamos que ele não faria mais bobeira e agiria como um rapazinho que é. Então na manhã seguinte, quando perguntei porque ele tinha feito malcriação de madrugada se tínhamos combinado de isto não mais acontecer a criatura dá a seguinte resposta de imediato "é que meu cérebro estava tonto, mamãe".

Meu pai amado, o que uma mãe tem que fazer para não rir num momento destes? 

E como o combinado estava saindo caro, passei a ignorar qualquer tentativa de manha ou malcriação e parece que é o que está dando mais certo. Ele cansa. E quando "eu venço" aproveito e pergunto: "seu cérebro estava tonto? que bom que voltou ao normal". 

So far, so good.








  
 

terça-feira, 29 de março de 2016

Novos sabores

Bernardo acabou gostando do suco de laranja. Acho que o problema inicial foi excesso de sono em um momento de novidade. No dia seguinte, os 50ml de suco foram todo e se tivesse mais ele tomava.

A banana fez sucesso. A carinha foi engraçada mas a boca abriu a cada colherada. Acredito que os trejeitos foram de estranhamento à atividade proposta. Afinal, comer de colher e ainda um alimento sólido é inédito na vida deste serzinho de apenas 4 meses.

Cinco dias após a banana e o suco de laranja, era a hora de trocar a fruta. Até porque mamãe já estava começando a ficar tensa com a possibilidade de uma prisão de ventre. O que acabou acontecendo.

Então ontem foi o dia do mamão combinado com suco de laranja. Surtiu efeito! E para não correr o risco de uma diarreia, hoje troquei o suco pela água de coco.

Bebê pareceu ter preferido mamão do que banana. Chegou a balançar pernas e braços entre uma colherada e outra, tipo "mamãe, que demora é essa!". Segurou minha mão e tentou levá-la até sua boca. Muito fofo.

Agora a paixão mesmo foi pela água de coco. Deve ser genético pois Pedro sempre foi vidrado e não fosse o teor calórico eu trocaria tranquilamente a água de água pela água de coco.

O único senão disto tudo é que, com a introdução da fruta que substitui uma mamada à tarde, Bernardo passou a acordar mais de uma vez à noite novamente para mamar. E comprovei isto não dando o lanche no domingo. Ele dormiu a noite toda como anteriormente. Mas ontem, com a volta da fruta, a madrugada foi cansativa. Ou seja, o esganado vai acabar comendo fruta e mamando.

Começo a achar que devo abrir uma poupança para o futuro SPA do bochecha.

"Mamãe, não é fácil manter este corpinho!"

terça-feira, 22 de março de 2016

Meu primeiro passeio

Bernardo, por incrível que pareça, demorou mais a ter vida social que Pedro, embora a primeira saída do Pedro tenha sido muito mais tensa e dramática para mim, claro. Lembro de ter me achado a pior mãe do mundo por ter colocado um bebê de apenas 15 dias na rua e ter me arrependido nos primeiros 15 minutos de carro. Fomos para casa da vovó Beth em um almoço de domingo onde a família comparece em peso. Depois relaxei e foi tudo ótimo. Afinal, o `peso` não passava de 10 pessoas.

A saída do Bernardo foi para bem pertinho mas a pé, logo aqui na rua vizinha, buscar o irmão na creche e ainda com a ajuda da vovó.  Bê pareceu gostar do passeio até que um ônibus passou do lado do carrinho e ele estremeceu, tadinho. Mas não chorou. Parecia que ele sabia que a aventura maior estava por vir.

Deixei Bernardo com minha mãe do lado de fora do portão, já que o doutor pediatra não havia liberado tamanho desatino. Para ele, o risco de misturar um ser de apenas 1 mês com milhares de crianças era desnecessário, uma vez que um simples resfriado nesta idade pode dar uma enorme dor de cabeça.

Quando Pedro saiu e me viu já foi uma festa, mas quando descobriu que o irmão tinha ido buscá-lo ele se plugou no 220w e, claro, quis voltar para casa empurrando o carrinho, o que deixou vovó Beth em pânico e a mamãe com alguns fios a menos na cabeça. Ou muitos!

Mas foi uma experiência única por envolver a relação de irmão.






segunda-feira, 21 de março de 2016

Quatro meses


Bernardo hoje faz 4 meses. Ele está cada vez mais esperto e fofo, no sentido literal da palavra. Dá vontade de apertar o dia inteiro esta bolinha de mais de 7kg.

Sexta-feira tivemos consulta com o pediatra, que mais uma vez ficou orgulhoso e satisfeito com o desenvolvimento do rapaz. Aliás, Pedro também foi à consulta e constatamos o quão estruturalmente diferente eles são. Pedro desde que nasceu se manteve na curva dos 25%. Um mignonzinho acelerado, uma verdadeira formiguinha atômica.

Já Bernardo não desce dos 75%, fazendo com que o Dr. Pediatra quisesse adiar mais uma vez a introdução de alimentos. Provavelmente para não ter que mandar o Bernardo para um spa emagrecedor em abril! Mas acabou mudando de ideia, já que mês que vem volto a trabalhar (se Deus quiser).

Então, hoje Bernardo provou suquinho de laranja. Não ficou muito entusiasmado e arrisco dizer que se sentiu enganado quando descobriu que não era leite. Depois de 20ml começou a gritar aborrecidíssimo com a novidade proposta pela mamãe e só sossegou no peito.

O irmão quando viu que era suco de laranja veio preocupado falar comigo se o Bernardo ia ficar bem pois se tratava do suco que dava dor na boca dele. Que criança mais deliciosa, meu Deus! Como ama este irmão!

Amanhã teremos, além do suco da manhã (vou insistir, claro), o lanchinho da tarde – uma banana prata - e vovó Beth já foi convocada para  vir assistir a bagunça. Espero ter mais sucesso com a fruta amassadinha.

Reviver estes momentos é bem gostoso. Realmente ter um bebê em casa é cansativo, mas muito, muito gratificante.


quinta-feira, 10 de março de 2016

Crescidinho

Segunda-feira não foi um desafio apenas para o nosso filho mais velho. Para o Pequeno também foi uma grande novidade ficar tanto tempo afastado da mamãe. Com menos de quatro meses era de se esperar que ele nem notasse a circunstância. Vovó Beth ficou com ele enquanto papai e mamãe (e vovô, vovó Sonia, didi e titio) acompanhavam o outro no hospital. Munida de várias mamadeiras, chupeta e contando com a ajuda da Suba e da Vânia, não havia motivo para problemas.

Mas não é que o Bêbê (gostaram do B maiúsculo do Bebê?) sentiu que havia algo de diferente e ficou mega agitado. Segundo a vovó Beth ele inclusive acordou e ficou olhando ao redor para ver se achava a mamãe. Mas ela é a mesma que conta que a Ligia já lavava louça, arrumava o armário separando as roupinhas por cor no cabide e lia o resultado da loteria esportiva com apenas um ano de idade, então algumas pessoas podem desconfiar...

Mas, enfim, isso não vem ao caso. O importante é perceber que o molequinho já está ciente de seu entorno a ponto de estranhar a falta de mamãe. E o moleque é esperto mesmo, tenho que admitir. Eu, por exemplo, fico impressionado que ele já tem uma brincadeira preferida. Basta olhar para ele e começar a brincar que ele junta os lábiozinhos e começa a soltar bolinhas de cuspe enquanto faz "bruuuuuu" com a boca. E quando você repete ele ri e se balança todo de contente.

Não sei se está feliz porque entramos em sua brincadeira ou se ele está rindo de quão idiotas os adultos ficam quando estão de frente para crianças lindas e com bochechas tão avantajadas. Talvez seja um pouco dos dois.

E na segunda-feira ele inventou uma nova brincadeira junto com o irmão. Mamãe chegou no quarto e pegou o B. chupando o dedo do P. Entre entrar em pânico (porque este dedo havia chegado há pouco de um hospital...) e achar graça ela acabou optando pela segunda alternativa. Riu e falou para o moleque pequeno "tá chupando o dedo do irmão Bernardo?!". E não é que o moleque soltou o dedo para gargalhar. E repetiu várias vezes, como se estivesse implicando com a mamãe!

É, não sei não, mas assim fico achando que este moleque vai longe e que, neste caso, tamanho (de cabeça) é documento.

Beijos do papai


quarta-feira, 9 de março de 2016

Bernardo


Se um filho já reduziu meu tempo livre a praticamente zero, dois o deixou negativo. Mas espero conseguir retomar o blog com poucos hiatos de posts.

E hoje prometo focar apenas no Bernardo.

Nestes 3 meses e meio, o pequeno vem se mostrando um poço de saúde e tranquilidade. É o orgulho do pediatra, que vibra a cada consulta com o resultado da balança. Ele nem liberou o suco de laranja por conta do ganho de peso.

Com um mês e meio começaram os sorrisos conscientes, mas em pequena escala e hoje ele já seleciona para quem quer sorrir, além de dar “gargalhadas”. Adora quando eu dou beijo na barriga com ele em pé e é um dos sorrisos mais largos que vi em toda a minha vida.

Desde o mês passado já fica de bruço sustentando a cabeça, mas agora ele consegue mantê-la pelo tempo necessário e não apenas por alguns minutos.

Bernardo interage muito bonitinho. Mas se perguntar para a vovó Beth ela vai jurar que ele faz isto desde que naceu pois sempre pediu colo para ela.

Brincadeiras à parte, de verdade, o pequeno ser sabe se explicar. E mamãe aprendeu os diferentes choros. Se chora com tosse é fome, se chora com resmungo é sono e de dor o grito é agudo e acompanhado de lágrimas.

Ele acorda muito bem humorado se não for de susto ou por conta de cólica, adora imitar sons, faz bolhinhas de cuspe assim que vê a vovó Beth porque sabe que faz sucesso e inacreditavelmente brincou muito com o irmão ontem.

Eles estavam vendo desenho juntos quanto Pedro resolveu dar a mão ao Bernardo, que segurou firme e já foi colocando na boca. Aí Pedro falou “ele está chupando meu dedo!”. E quando eu brinquei “Bernardo, seu sapeca, você está chupando o dedo do seu irmão?”, ele imediatamente largou o dedo e deu uma gargalhada. E esta brincadeira se repetiu por inúmeras vezes, até o papai chegar para ver e lembrar que se tratava de um dedinho vindo direto do hospital. Ops! Tarde demais!

É cansativo, às vezes dá desespero, mas na esmagadora maioria do tempo é gratificante, maravilhosamente sensacional e agradeço a Deus todos os dias por ter me dado esta família deliciosa e divertida que eu amo mais que tudo nesta vida.

Bernardo, Pedro e Du, vocês são a minha vida.    


terça-feira, 8 de março de 2016

Fimose

Ontem foi dia do Pedro fazer sua segunda cirurgia. Sei que existem casos muito sérios e piores e muitos diriam, inclusive, que deveríamos agradecer porque foram duas cirurgias muito tranquilas (a hérnia quando ele era um bebê e agora esta). Mas para nós não foi tão fácil assim. Sinto muito pelos pais que passam por circunstâncias piores, não desejo isso para ninguém, mas para mim é um exagero do destino o Pedro ter ido duas vezes para o Centro Cirúrgico em menos de cinco anos.

Papai e mamãe passaram os últimos dias nervosos com o assunto. Bastava mamãe lembrar que chorava (tudo bem que ela está pós-grávida e chorando por qualquer coisa. Estes dias ficou até emocionada quando ouviu dizer que o Lula estava sendo levado coercivamente para depor... tipo, lágrimas rolando mesmo!). Nos preparamos, organizamos tudo e decidimos contar para o Grande (porque agora o Pequeno é o Bê) apenas na véspera. Mas foi aí que ele chegou na sexta-feira perguntando à mãe "o que era uma cirurgia" já que a tia da escola tinha lhe desejado sorte.

Mamãe explicou e o moleque não ficou impressionado, achou tranquilo isso tudo. E assim ficou até a hora de começar a cirurgia. Já no hospital, depois de tomar o medicamento pré-anestésico, ficou mais feliz ainda quando o entorpecente começou a fazer efeito. Embolava a língua e dizia que não estava vendo direito a TV. Mas o melhor foi quando ele percebeu que estava tonto. Sentava na maca e se deixava cair rindo e gritando "Wiiiii". Pronto, já vi o meu filho bêbado pela primeira vez!

Mamãe o acompanhou até dentro do centro cirúrgico e a primeira coisa que ele disse quando entrou na sala foi "Uau!". Quando o médico colocou a máscara com o gás da anestesia ele achou legal e foi dizendo que "na minha casa tam.....bém.......tem..........oum.....dexes..........." e apagou. Tudo muito bem, muito engraçado e alegre.

Até que ele voltou da cirurgia para o quarto possuído pelo catiço saltitante. A Ligia disse que foram apenas cinco minutos (segundo papai foram pelo menos uns 45 minutos...) do moleque simulando as gravações do filme exorcista. Era chute para todos os lados (tenho a impressão que ele voltou com umas cinco pernas do centro cirúrgico), gritos, cara feia e pulos de dar cambalhota no ar. Segundo os médicos, tudo muito normal.

Aí dormiu e papai voltou a respirar. Quando acordou foi logo reclamando que estava pelado, que ainda estava no hospital e foi nesta hora que ele notou que o pinto estava com sangue. Aí ferrou porque, para o moleque, ver sangue dói mais que a dor em si. Mas se vocês querem saber, o resumo do dia foi que ele se comportou muito muito bem. Estamos orgulhosos de nosso valente garotão e mortos de dó por ele estar passando por isso. Mas sabemos que serão apenas alguns dias e depois ele ficará bem novamente.

Mas me digam se não é duro ouvi-lo choramingar "papai mamãe, meu pinto está doendo e eu não gosto quando uma parte do meu corpinho dói". Ou quando ele olha no fundo dos seus olhos e diz "papai, eu estou muito nervoso"... haja coração.

Beijos do papai-orgulhoso-e-sofrido