Além de ser uma tradição maravilhosa, porque adoramos ir ao Portobello, então é sempre bom arrumar uma desculpa, realmente é algo que transformamos em uma espécie de ritual.
Já da primeira vez, com o mais velho, ao baixá-lo enquanto a onda vinha molhar seus pés, eu proferi algumas palavras. Falei alto o suficiente para que Yemanjá ouvisse, mas bem baixinho para que nenhum outro hóspede achasse que eu fazia parte de uma excursão do Pinel.
Saiu como se fosse uma oração e, de certa forma, era isso mesmo. Sem que houvesse religião que a legitimasse ou um texto sagrado a ser repetido. Era apenas algo especial entre mim, Pedro e a Senhora das Águas Doces e Salgadas e da Maternidade.
Ainda lembro das palavras, foi algo mais ou menos assim: "olá Yamanjá, este é o Pedro, meu filho. Peço que olhe bem para ele pois há uma chance de que, assim como o pai e a mãe, ele venha a adorar o mar. Então peço que sempre cuide dele e lhe dê proteção".
Na vez do Bernardo achei justo que a mamãe tivesse o privilégio. Fiquei tirando foto (outro ritual da família é fotografar e postar no blog, para o Deus da Internet e da posteridade cibercósmica...), mas avisei à mamãe Ligia que ela também teria que preferir umas palavras.
No início mamãe ficou meio tímida ("fala você", "tem que ser em voz alta?" e "mas, se ela achar que é uma oferenda?"), mas depois entrou na onda (ou fingiu, para agradar ao pai maluco). Assim como o Pedro, Bê parece ter gostado do mar e não chorou em seu primeiro "batizado".
Agora é preparar para os próximos rituais como o batizado na igreja, a primeira visita ao Eiffel (Deus das torres europeias), Disney (Deus da fantasia e pai de Dragões, Ratos Falantes e Mestre da Força)... E lá vamos nós orando, fotografando e postando.
Beijos do papai-doido
Que delicia esse pezinho gordo no mar!
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