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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Paralimpíada

Participamos bastante das Olimpíadas mas fiquei um pouco reticente, inicialmente, às Paralimpíadas. Vou explicar o motivo.

Pedro é sensível e impressionado com as coisas. E não sabia até que ponto vivenciar as deficiências humanas acrescentaria neste momento. É claro que temos que preparar nossos filhos para a vida, mas li certa vez que traumatizar pode prejudicar no desenvolvimento.

Quando estivemos no sul, Pedro caiu na piscina e bateu o coxis. Ficamos tensos por ter sido uma queda e tanto e minha reação na hora foi falar “meu filho, pelo amor de Deus cuidado, já te disse que correr em borda de piscina pode machucar sério, você podia ter feito um dodói tão grande que nunca mais andaria.”

Declarada a tragédia, claro que ele fez algumas perguntas sobre a questão, mas passada a dor, voltou a brincar e achei que tinha esquecido o assunto.

Voltando de viagem, na chegada ao aeroporto do Rio, Pedro estava apertado para fazer xixi e uma funcionária, ao perceber, indicou que usássemos o banheiro PNE já que os comuns estavam com fila.

Quando entrou, Pedro logo perguntou porque o banheiro era tão grande, o motivo da barra de ferro e expliquei que tinha sido construído para as pessoas que andavam em cadeiras de rodas.

-“Mamãe, porque elas andam em cadeiras de rodas?”
- “Porque as perninhas delas não mexem, meu amor, então não conseguem andar”
- “Nunca?”
- “Muitas delas nunca”
- “Estas são as pessoas que bateram o bumbum na piscina?

Ops! Acho que traumatizei uma criança.

Com isso percebi que talvez assistir a um jogo paraolímpico podia não ser tão proveitoso assim. Fui conversar com a coordenadora pedagógica da escola que concordou comigo e disse que Pedro tinha que querer ir. Que o ideal era conversar com ele antes e não apenas comprar o ingresso e leva-lo.

Quando decidimos ir já não havia mais ingressos para modalidades adequadas ao nosso objetivo. Então partimos para a Casa Brasil e, além de brincar e se divertir muito, Pedro e eu tivemos uma experiência paraolímpica e tanto: fizemos atletismo, basquete e bocha em cadeira de rodas e jogamos futebol com venda nos olhos.


E, com isso, descobri que a sensível sou eu, pois assim que eu sentei na cadeira de rodas me deu uma vontade de chorar e uma tristeza no coração inexplicáveis. E automaticamente me orgulhei genuinamente e imensamente de todas estas pessoas que com tanta dificuldade e necessidade de superação diária para ter uma vida mais digna, são felizes vencedoras. 


Na chegada

Amigos para sempre

Simulador das Cataratas do Iguaçu
Simulador de vela
Simulador de corrida
Experiência paraolímpica

Pesado!

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