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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Parkour

Sempre curti o Parkour, desde que ele começou sua história aqui no Brasil em torno de 2004 e ainda se chamava "Le Parkour". Apesar de ser fã da filosofia e esporte criados pelo francês David Belle, nunca havia me aventurado. Foi mais ou menos a mesma questão do grafite. Eu achava que já estava velho para me tornar grafiteiro e dizia que eu eu tivesse 15 anos agora, provavelmente sairia pelas ruas pintando a minha arte. Até que um dia fiz um "curso" que tratava-se justamente de grafitar um muro, na rua mesmo.

Não posso dizer que me tornei um grafiteiro, claro. Ainda acho que no alto dos meus 41 anos, dois filhos e com uma empresa para tocar, não vai rolar de sair de madrugada e ficar desenrolando com a PM porque quero expressar a minha arte nos muros do Rio de Janeiro. Mas sempre que posso faço algo aqui ou algo ali. Do mesmo jeito, não me vejo pulando muros no Aterro do Flamengo ou dando mortais na beira da praia. Mas continuo curtindo os movimentos, saltos e manobras do Parkour.

Aí vem aquela vozinha no fundo da mente dizendo "não vá se realizar através dos seus filhos, deixem que sigam seus próprios caminhos". Sim, faz sentido. Seria muita pressão para os pequenos se os pais resolvessem que eles deveriam realizar tudo aquilo que, por algum motivo, não fizemos em nosso tempo. Mas isso não me impediu de levar o Pedro na última aula de grafite e, querem saber? Foi o máximo. Sem pressão, sem delegação das realizações, simplesmente pai e filho pintando (com praticamente a mesma habilidade...rsrsrs) um muro com spray. Pedro adorou, eu adorei e fiquei todo orgulhoso. Mais ainda quando o moleque fez questão de ajudar, novamente com o spray, a pintar uma caixa para a festa dele. Ainda mais ainda quando percebi que ele fez questão de mostrar o "meu grafite" que estava na porta de sua festa para todo mundo dizendo "foi meu pai quem fez".

Daí, com esta vibe em mente, certo dia depois de assistir a um vídeo de Parkour me deparo com Pedro, pela infinita vez, pendurado e balançando nas alturas de um brinquedo do play. Não tem mais graça simplesmente subir correndo pelo escorregador. Legal é se pendurar de um lado para outro, descobrindo novos caminhos, descobrindo novos "percursos" (que, aliás, para quem não sabe é a tradução de parkour). O moleque, sem nunca ter ouvido a palavra parkour, instintivamente, estava repetindo vários movimentos que eu via nos vídeos. Então, antes que ele mesmo caísse, a ficha caiu. Se o que o Pedro mais gosta na vida é correr, pular, escalar, pendurar e se equilibrar, por que não procurar um curso de Parkour para ele?

E assim, pesquisando, descobrimos que havia um espaço de parkour a menos de 10 minutos (correndo e pulando obstáculos) de nossa casa. Pesquisei na internet, ligamos, perguntamos, questionamos e fui vistoriar sem a presença do pequeno para ver se era sério, se era legal. Passando em todos os testes, levamos Pedro para uma aula experimental na semana passada. Adivinham o que aconteceu? Pedro simplesmente a-d-o-r-o-u. A academia fica dentro de uma escola e Pedro gostou tanto que saiu querendo estudar naquela escola!

Mas, além dele ter gostado, descobrimos que a experiência tem tudo para ser muito mais legal do que esperávamos. Isso porque o Parkour não é apenas correr, pular, escalar, pendurar e se equilibrar. Parkour trata-se de conhecer o seu corpo, começa com alongamento, requer concentração, calma e cuidado. Pedro acompanhou direitinho o aquecimento e o alongamento, algo que ele nunca havia feito na vida! Por várias vezes foi chamado pelo professor a respirar fundo, desacelerar o coração, olhar aquilo que estava fazendo. Para nós, parecia um sonho ver o moleque se concentrando no próximo salto!

A vozinha ainda insiste: "não vá se realizar através dos seus filhos", mas a verdade é que foi só ver ele participando da aula, ouvir o professor explicando ao Pedro que ele agora faz parkour e ouvi-lo repetir várias vezes esta semana a palavrinha "parkour", já incorporada ao seu vocabulário, que já estou plenamente realizado. E para aqueles que faziam piada me imaginando jogando bola com meu filho, eu digo: que se dane o futebol, daqui a uns meses olhem para cima que é capaz de vocês verem pai e filho saltando de um lado para o outro. :-)

Beijos, papai-traceur



terça-feira, 15 de agosto de 2017

Bii...qué...nhão...ucããnuuu...chão...bebechão, bebechão...papaiqui

Nosso moleque bochecha está naquela fase maravilhosa e divertidíssima em que começa a falar, até juntando mais de uma palavrinha, e só quem entende somos nós, os pais. É muito engraçado porque parece que eles simplesmente estabeleceram um jeito novo de falar e que nós estamos correndo atrás para entender e deixar a comunicação se estabelecer.

Antes de ser pai eu achava incrível quando uma criança vinha falando "oichiotubecoxstãotadi" e os pais simplesmente traduziam "ele está perguntando como vocês estão e dizendo que estava com saudades". Eu ficava na dúvida entre achar que se tratava de comunicação telepática (desenvolvida em segredo na Nasa dos anos 70) ou simplesmente os pais fazendo força para acreditar que seus filhos estavam soltando a língua.

Depois veio o Pedro com suas músicas recheadas de personagens e os desenhos de Cacanhomono. Quase ninguém entendia o que o moleque cabeça falava, mas com a gente ele batia altos papos. Quando tinha alguém perto, bastava traduzir do nosso idioma-próprio-familiar para o português. Com o Bernardo não tem sido diferente. O moleque começou a soltar uma palavrinha aqui ("nhão") e outra ali ("nhããããão"), mas agora já começa a completar frases.

Tipo "bebemamamá" quer dizer "O Bernardo quer mais leite". Aí você pergunta (às 5:45h da manhã) "Quer mais meu amor" e ele responde "qué". "Tem certeza, de novo?"... "ovo". Hoje de manhã, por exemplo (foi plantão da mamãe 😂 ), acordei e já o encontrei pronto para a natação: "Papai, tau-tau, água" ("Papai, bom dia, estou morrendo de saudade de você, mas já estou pronto para a natação, tchau, tchau"). No caminho da escola: "áqua....peixiiiiiiiiii...arça" ("Vamos passar no rio para ver os peixes e a garça").

A assim vamos caminhando e conversando felizes da vida.

Beijos do ex-tataí-agora-papaiê

P.S.: não entendeu o título do post? Ora ora, lamentável. Aí vai:

Bê: "Bom dia papai, acorda que eu quero subir aqui no móvel para escolher o meu DVD" ("Bii")
Zumbi-que-precisa-de-alguns-minutos-para-virar-o-papai: "Oi meu amor, já acordou? Quer subir aí, já?"
Bê: "Já acordei pai, já passam das 5:40h, pelo-amor-de-Deus, levanta logo que eu quero subir aqui" ("qué")
Aquele-que-levanta-com-o-corpo-estalando-mais-que-bambu-no-vento-pela-noite-mal-dormida: "Pronto Bê, quer assistir o Patati-Patatá?"
Bê: "Não pai, ontem eu vi mais de 15 vezes, hoje quero começar pelo Bebê Mais que tem o tucano" ("ucããnuuuu")
Do-nariz-de-chafariz-porque-ficou-sem-coberta-a-noite-toda: "Ah tá bom, me dá aqui que eu coloco pra você"
Bê: "Não precisa, tá pensando que eu não sei colocar o DVD, só me tira daqui e me coloca no chão, por favor" ("chão")
Com-dificuldade-de-raciocínio: "Me dá que eu coloco meu amorzinho"
Bê: "Eu já disse que eu mesmo coloco, basta me colocar no chão!" ("bebechão, bebechão")
Começando-a-acordar: "Ah tá, você mesmo coloca, tá bom".
Bê (depois de colocar o DVD, fechar a tampa, apertar o play e correr para a cama): "Pronto pai, agora senta aqui para ver comigo" ("papaiqui").

Viram, fácil.



sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A crise

Estamos vivendo um momento realmente complicado em nosso país. E já estamos neste decrescente há uns 2 anos, infelizmente. A crise afetou milhares de brasileiros financeiramente e arrisco dizer que emocionalmente, já que é triste ver determinadas atitudes e as duras consequências delas.

Posso dizer que faço parte deste grupo de ambas as formas, mas estranhamente, o proveito que estou tirando deste momento está me deixando feliz. Tudo bem que não estou passando nem perto do que muitas pessoas estão.

Fato é que estou tendo a oportunidade de curtir mais com os pequenos - consigo pegar Bernardo na creche, pegar Pedro na escola para almoçar ou leva-lo ao aquário numa manhã de sexta - estou amando trabalhar em um instituto e contribuir com a saúde do nosso planeta, fazendo realmente alguma diferença para o mundo. Estou me reinventando de uma forma que me traz satisfação e acho que me tornei uma pessoa melhor e mais consciente com tudo isso.

Minha maior torcida? Para que este outro lado que está surgindo cresça e deslanche antes do mercado voltar para eu tomar coragem de virar o jogo de vez e iniciar uma nova boa fase da minha vida. 

E papai neste dia estava em home office também!
Pedro ficou tão tão feliz.
Pedro e JP no AquaRio. 

E como JP pediu paraa  mãe para tirar uma semana de férias e
apareceu algo do qual ela não pode fugir justo no último dia,
ainda pude me dar ao luxo de ficar com ele o dia todo e livra-lo
de ir para a escola justo no último dia de suas "férias". 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dindavó Lili

Bernardo tem um carinho especial pela dindavó Lili. E foi algo muito natural. Desde sempre ele a chama de 'bobó' e quando ela chega é um grude só. Arrisco dizer que "bobó" Beth fica um tantinho enciumada. Mas não precisa, pois a julgar pela bochecha e a barriga, o coração deve ter um bom espaço para todas as "bobós", "bobôs", dindos (as), tios (as) etc. 

Por conta disto, acho que o pequeno ganhou moral e temos conseguido ter bóbó Lili em nossa casinha bem mais do que antes.

Inclusive, fiquei sabendo que, semana passada, um tal boy não deixou "bobó Lili" ficar mais tempo com o pequeno, o que quase gerou a compra de uma casinha de cachorro para o apê do Humaitá.

Espero que esta relação continue assim para eu ter minha dindinha mais perto por bastante tempo (quem está com ciúmes agora? kkkk).






quarta-feira, 2 de agosto de 2017

1º Relatório Pedagógico do Bê

Não é que nosso furacãozinho também ganhou estrelinha!

E como não há a tal reunião individual, a creche convida um palestrante que normalmente é um espetáculo. O deste ano superou todas as expectativas - Eduardo Rawicz. Ele é fantástico, mudou minha perspectiva de mundo de uma forma bastante positiva e acho que conseguirei evoluir como mãe e como pessoa. 

Aliás, os pais deveriam ter o direito a um dia com este profissional singular para ter alguns choques de ordem em relação à maternidade x individualidade, que "fazem mais felicidade" ao ser humano. 

E chega de lero lero, vamos ao relatório!






terça-feira, 1 de agosto de 2017

Relatório Semestral Creche

Sempre somos recebidos com muito carinho pela equipe da creche e a relação que temos com todos me enche de alegria. Fomos construindo confiança e aumentando a empatia ao longos destes quase 6 anos juntos. E hoje posso dizer que temos uma parceria incrível e inestimável.

Nada é 100% na vida, mas afirmo, com categoria, que a Criativa está quase lá! Já tive problemas sim, um até bem sério, mas a agilidade e dedicação na busca pela solução são inquestionáveis.

Perdi a conta das vezes que fui até a coordenação conversar sobre alguma questão em relação à criação dos meus filhos. Eles nos apoiam dentro e fora da instituição e esta proximidade, é sem dúvida, um diferencial. Para funcionar, casa e escola tem que trabalhar em conjunto e harmonia.

Agora, um dos momentos mais gostosos, de fato, é a reunião individual onde sabemos e podemos perguntar especificamente sobre nossa prole.

Bernardo ainda não tem esta reunião individual, que começa a partir do maternal I, mas já recebi o primeiro relatório dele e, claro, amanhã eu posto para deleite de todos :-)

Este ano, a reunião do Pedro me levou ao auge do orgulho. Logo que entrei na sala, além de ganhar um abraço apertado como se estivesse sendo parabenizada com satisfação, a coordenadora pedagógica ainda falou para a professora limpar a baba antes de falar do meu filho. E de fato foram só elogios e sorrisos de ambas as partes.

E mesmo sabendo que não é mérito meu ou do Duda apenas, provavelmente temos participação nisto. Uhu!


São bonzinhos porque são felizes!