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terça-feira, 31 de maio de 2011

Medão

Os acontecimentos foram rápidos e intensos demais e, por isso, muita gente vai acabar tomando conhecimento, em primeira mão, através do blog. Vou começar pelo fim dizendo que tudo correu da melhor maneira possível e estamos todos bem. Mas o Pedro nos deu um sustão nesta madrugada de domingo para segunda.

Já vínhamos observando uma piora nos choros do Pedro desde quarta-feira passada, mas tudo apontava para a tradicional e desagradável cólica. Só que as coisas foram piorando até atingirem o auge no domingo. Pedro começou a chorar de dor, muita dor, por volta das cinco da tarde.

Ficamos em contato com o médico e tentamos vários paliativos mas as coisas, infelizmente, não estavam melhorando. Só que nada apontava para um caminho diferente das cólicas até que, depois da meia noite, fomos trocar uma fralda do Pedro e notamos que o seu saquinho estava mega inchado e endurecido em um dos lados. Opa, isso não estava no script da cólica.

Ligamos mais uma vez para o médico e recebemos o diagnostico já no telefone. Era uma hérnia que havia descido, causando dor intensa e que precisava ser tratada imediatamente. Na melhor das hipóteses, no hospital conseguiriam reduzi-la e marcaríamos uma cirurgia para os próximos dias. Se a melhor das hipóteses já era punk demais para o coraçãozinho deste pai, o mais pessimista era uma cirurgia de emergência na madrugada.

Então juntamos as nossas coisas e fomos para a emergência. Quando chegamos já passava de uma da manhã. É óbvio que pedimos socorro e a trupe toda apareceu no hospital (vovô, vovó, vovó, dinda, dinda e dindo). Mas o sofrimento se prolongou por horas que pareciam meses. O plantonista tentou reduzir a hérnia enquanto o Pedro e a trupe chorava. A cirurgiã do plantão, que não era pediatra, também tentou. Por último o cirurgião pediatra (indicado pelo médico do Pedro e acordado no meio da madrugada para nos atender) também tentou bastante até achar que havia conseguido.

Parecia que, pelo menos para aquela madrugada, o drama havia terminado. Pedro estava mais calmo que o resto do mundo. Primeiro raio x do Pedro... não ficou bom. Tira outro... este está melhor, parece que reduziu. "Podemos ir chorar em casa?". "Ainda não, vamos fazer uma ultra para ter certeza". Infelizmente ficou uma alça, o médico ainda tentou mais um pouco e sem sucesso decretou "vamos operar".

A próxima hora passou burocraticamente, preenche aqui, assina ali, responde questionário... "o paciente tem alguma alergia?". "Não sei, o paciente tem um mês e meio de vida, ainda não deu tempo de ter alergia!". "O paciente já sofreu alguma cirurgia?". "O parto conta?". "Senhor, o seu plano não cobre este hospital, estamos tentando uma transferência...". "Pelo amor de Deus, são quatro da manhã. Faremos particular mesmo. Eu deixo um rim meu como garantia, pode ser?".

A equipe chegou, tudo pronto. Papai e mamãe podem levar o paciente para o Centro Cirúrgico. Mas... peraí. O "paciente" é o meu filhinho de um mês e meio. É aquele pedacinho de gente que ainda faz parte de nós. É aquele serzinho que olhava nos nossos olhos como se dissesse "papai, mamãe, o que está acontecendo? Por que o moço ficou me apertando? Que dor toda é essa? O que eu fiz de errado? Podemos ir para casa? Juro que não vou mais golfar na roupa limpinha...".

Como é que um sujeito consegue entregar o seu maior tesouro, com dor, a uma pessoa estranha na porta do Centro Cirúrgico no meio da madrugada??? Quer saber... não consegue! Faz porque tem que fazer. Fizemos porque não tinha outro jeito. A única coisa que eu consegui balbuciar foi "toma conta dele direitinho" e desmoronei.

Acho que só não caí no chão ali na porta do Centro Cirúrgico porque não queria derrubar a Ligia junto. Mas chorei de um jeito que eu nunca tinha chorado. De um jeito que eu nem sabia que dava para chorar. Fui chorando no elevador e continuei chorando no corredor. Entrei chorando no quarto e continuei chorando por muito tempo. Várias pessoas me confortaram (a trupe estava toda lá, lembra?) e choraram junto comigo, mas não conseguia abrir os olhos para ver quem era quem.

Depois de me recuperar um pouco, ainda precisei esperar por uma hora inteira até ter notícias da cirurgia. Quando o médico ligou para o quarto avisando que tinha terminado e estava tudo bem, um peso enorme saiu dos meus ombros. Ainda fiquei ansioso até a hora em que pudemos ir buscá-lo na mesma porta onde o havíamos entregue ao médico antes. Só quando ele veio com os olhos abertinhos para os nossos braços que o meu coração voltou a bater normalmente.

Foi um sustão. O primeiro. Espero que outro desses nunca mais. No final a Ligia descreveu muito bem "nunca senti um medo tão grande na minha vida".

Já voltamos para casa e o Pedro está passando bem. Mas papai e mamãe ainda vão demorar um pouco até recuperarem o fôlego.

Beijos dos caquinhos que sobraram do pai.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pãe

Pedro, meu filho, nasceu há um mês e meio. Muito antes disso, porém, já me considerava pai. Especificamente no dia em que a Ligia anunciou a gravidez, passei a ser o pai do Pedro (que naquele momento também podia ser a Júlia). Já a partir daquele primeiro momento passei a participar e me envolver com a paternidade. Até aí, nada demais. Na minha cabeça, no meu mundinho, todo pai passa por esta experiência deste jeito, participa de forma intensa. Fui a todas as consultas e exames durante a gravidez. Conversei com o Pedro todas as noites enquanto ele estava dentro da barriga. Pensando bem, acho até que exagerei um pouco porque também engordei, tive enjôos e até ganhei um pouco mais de barriga!

Pesquisei, li vários livros, acessei um monte de sites e conversei com amigos e amigas que já tinham passado pela experiência da gravidez. Estava presente na sala durante a cirurgia do parto e não fechei os olhos em nenhum momento! Estava atento e, privilegiado, vi o Pedro no exato momento em que veio ao mundo. A Ligia, na posição em que estava, ainda precisou esperar alguns segundos ouvindo a minha voz emocionada narrando “ele é lindo!”.

Enquanto a Ligia se recuperava da cirurgia, em casa dei o primeiro banho, troquei a primeira fralda e tenho até a pretensão de dizer que cheguei a amamentar o meu filho. No copinho, já que não tenho seios. Acho que isso tudo me coloca na posição de um pai que participa e que realmente se envolve com a vida do seu filho. Não faço isso para compensar uma ausência materna. Pois, muito pelo contrário, a Ligia está sempre presente no papel de mãe extremamente dedicada e cheia de amor. A Ligia, sem dúvida, merece o título de mãezona.

Fiz (e faço) isso tudo de forma muito natural. Fiz (e faço) porque eu sempre achei que era assim. Não faço pelos elogios ou para o espanto dos outros. Não sou assim pelo meu filho ou pela Ligia. Sou assim por mim mesmo, porque é muito gostoso ser assim. Então, se não estou em busca de auto-promoção por que diabos resolvi escrever sobre isso aqui no blog?

Porque em pleno século XXI, aqui no país do futuro, às vezes me sinto uma aberração. Parece que estou invadindo o espaço que deveria ser da mãe. A Ligia jura que não pensa assim e acredito nela, mas é muito interessante constatar como ainda vivemos em uma sociedade patriarcal onde é a mulher quem cuida do filho e o homem fica responsável em ser o provedor, em levar o dinheiro para casa no final do dia para que a mãe possa comprar o leite ou as chupetas. Vivi várias situações que deixam isso muito claro.

No consultório do pediatra, por exemplo, todo o processo está voltado para a mãe que leva o filho. Às vezes encontro um ou outro pai na sala de espera além de mim, mas nitidamente somos os estranhos no ninho. Os diálogos com as secretárias no telefone são geralmente assim:

Eu: Alô?
Secretária: Este não é o telefone da mãe do Pedro?
Eu: Não, é o telefone do pai do Pedro.
Secretária: É que ela ligou marcando uma consulta...
Eu: Não, fui eu mesmo quem ligou. Pode falar;
Secretária: Está marcado amanhã às 15:00h. Você poderia ver com ela se está confirmado, por favor?
Eu: Tudo bem, pode confirmar.
Secretário: Perfeito, muito obrigado. Avise a ela que estaremos esperando, ok?
Eu: Tá bom, nós vamos juntos.
Secretária: Você quem é mesmo?
Eu: O pai do Pedro.
Secretária: Ah, tudo bem, o médico deixa você entrar também.

Todos os livros que estou lendo sobre criação do filho se dirigem à mim como “minha querida leitora, mamãe”. A maioria, inclusive, dá boas dicas sobre o que o pai pode fazer para ajudar. Ou não atrapalhar muito. Tipo um assistente, sabe?

Fomos visitar uma creche outro dia. Eu entrei no site, li de cabo à rabo, peguei o telefone e liguei para marcar a visita. Fui com a Ligia, nos apresentamos juntos e fizemos a visita por toda a creche. A Ligia fez umas dez perguntas. Eu fiz umas vinte perguntas. No final da visita a secretária entrega o folder para a Ligia e fala “então Ligia, você conversa com o seu marido, decide e depois me liga”. Peraí, ninguém estava me vendo lá em pé ao lado dela o tempo todo?!?!?!? Tudo bem, tranqüilo. Fomos para casa, a Ligia conversou com o marido dela (eu) e decidimos fazer a matrícula do dia seguinte. Chego lá, encontro a mesma pessoa que apresentou a creche ela me diz “ainda bem que você veio hoje, quase que vocês perdem a vaga por causa da uma transferência. Eu avisei que já tinha prometido a vaga para uma mãe que esteve aqui ontem e já estava até ligando para a Ligia...”. “Ufa, ainda bem que a dona Ligia me mandou correndo aqui hoje” pensei.

Neste meio tempo passei a me perguntar o porquê da licença maternidade ser de quatro meses e o pai ter direito apenas a uma semana. Tipo, depois que levou a mãe e o filho para casa e foi no cartório registrar, pode voltar ao trabalho que em casa você vai dificultar as coisas? Tudo bem, tem o aleitamento que é uma função exclusiva da mãe. Mas a mãe poderia até deixar o leite estocado na geladeira, se fosse o caso. Proponho aos nossos legisladores uma licença flexível. Assim: o casal tem direito a seis meses de licença e podem dividir como quiserem. A mãe pode ficar os seis meses e o pai vai trabalhar no dia seguinte. Ou o pai pode ficar os seis meses e a mãe volta ao trabalho logo. A divisão justa seria três meses para cada um. Lá em casa seria uma negociação ferrenha!

Então é assim que vou seguindo a minha vida e espero que isso não vá traumatizar o Pedro. Tipo, já imagino os moleques no colégio zoando “fala sério Pedrinho, teu pai trocava suas fraldas. Aêêêê, mó filhinho de papai aê”.

Beijos do pãe.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Todo bobo

Post rápido...

Estou preenchendo um formulário e cheguei na pergunta: "Qtd. de Filhos".

Ha ha ha... primeira vez que eu preencho depois do Pedro.

1 filho.

"O" filho.

Fiquei todo bobo.

Pai.

Aprontando na casa dos avós

Minha vó sempre dizia que na casa dela podia tudo. Esta informação deve ter ficado entranhada em algum gene que passou para o Pedro e ainda foi reforçada pelas avós e avôs dele. Digo isso porque na primeira visita à casa da vovó Sonia e vovô Nilton o Pedro já deu uma bela aprontada! Foi assim, estávamos nós curtindo o encontro quando a mamãe percebeu que o Pedro tinha feito um cocozinho básico. Beleza, tranquilo, já estamos craques e fomos preparados. Mamãe levou o Pedro para o quarto, sacou um trocador portátil da bolsa e começou o processo.

Como era novidade para o pessoal, a platéia encheu. Todos queriam ver a performance da mamãe Ligia trocando a fralda do Pedro. Mamãe começou a troca com calma e tranquilidade até que o Pedro, na primeira de suas levadíces, resolveu fazer aquele xixizão justo quando a fralda estava aberta. Mamãe agiu rapidamente para estancar a enxurrada. Não foi fácil, Pedro estava guardando todo aquele liquido para o momento certo. Com ajuda da fralda e vários lencinhos mamãe conteve o estrago: respingou apenas um pouco de xixi na colcha da vovó.

Papai, que estava afastado, ouviu o movimento e resolveu aparecer para ajudar um pouco. Ainda estávamos rindo da situação quando o Pedro contra-ataca pela retaguarda. Começou de leve com um cocô "de aviso", mas depois mandou logo um cocozão à jato que se espalhou por toda a superfície do trocador e foi escorrendo até a colcha da vovó. Para reforçar o estrago voltou a fazer xixi neste mesmo instante. Até agora estou tentando descobrir onde aquele garoto guarda tanto líquido!

Pedrão no primeiro lote de coco.
Papai, sem saber o que vinha pela frente, está se divertindo.

Pedro pensando: "Ri melhor quem ri por último".

Papai pensando: "o que está acontecendo aí embaixo?..."

"Essa mostarda saiu do Pedro?..."

"E sai da frente que lá vai mais!!!"

Pedro pensando: "Gostou pai? Se quiser tem mais..."

Trabalho em equipe!

"Vovó, foi mal... foi sem querer..."
Juro que naquela hora, se a Ligia tivesse uma rolha em mãos o Pedro não escapava! Mesmo com toda a experiência e esforço da equipe não teve jeito, Pedrão deixou algumas lembrancinhas para os avós. Aposto que naquela noite eles dormiram com o cheirinho do Pedro. E não foi o cheirinho mais agradável que ele tem...

Mas esta atividade de trocar a fralda é realmente perigosa. Mamãe e papai foram desenvolvendo suas técnicas ao longo destas primeiras semanas. Na maioria das vezes elas funcionam bem. Abaixo mais uma sequencia de fotos que explicam o que eu estou dizendo.

Não é um tapa-sexo... é um tapa-xixi providenciado pela mamãe

É importante estar equipado.

Você nunca sabe o que vai encontrar.

Troca realizada com sucesso!

Beijos do papai e mamãe que, mesmo na merda, estão felizes demais!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Amor da minha vida...

…daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade. Paixão cruel, desenfreada… “

Não dá realmente para imaginar o que é ser mãe antes de tornar-se uma. Já sabia que qualquer opinião sobre o assunto era totalmente teórica. Que, na prática, seria completamente diferente. E não deu outra.

Eu sempre acreditei que seria a educadora e o Du o fanfarrão. Até me envergonho em dizer que aqueles 50cm de gente já me dominam. E estou pensando seriamente em fazer uma análise pois não quero me tornar a mãe de um Cazuza, coisa muito fácil de acontecer.

Meus dias têm sido de muito amor, devoção, preocupação. Me pego olhando para o Pedro horas. Agarro e beijo ele a cada minuto. E não me canso! Quero mais. Consigo ler os pensamentos do moleque: “devolvam minha mãe e levem esta Felícia!”.

O que me consola é que não sou a única. A dinda Fê também está no papo. Ela vem ver o Pedro toda semana, às vezes, mais de uma vez por semana, sempre chega dizendo que só está dando uma passadinha e acabo escutando “não consigo partir”. Quando ele faz qualquer mensão de choro ela o pega no colo e
só coloca no carrinho quando vai embora. Uma das vindas dela foi sensacional. Sentamos no sofá para conversar, três horas depois o Du chegou e nos demos conta de que não trocamos qualquer palavra além de “ele é muito lindo”. Passamos três horas olhando o Pedro e babando cada uma das carinhas que ele
faz. Dá para acreditar?

Acordo de manhã morrendo de saudade dele. Fico adiando a minha dormida à noite. Não prego o olho durante o dia pois quero aproveitar cada segundo ao lado do bonitão. Será que esta fissura melhora?

Gente, Pedro é TUDO DE BOM!

Espero daqui a algum tempo escrever o quão mais equilibrada e durona eu estou
rsrsrsr

Bjs de uma mãe desajustada de amor.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Momentos Mágicos

Quando a sua mulher diz que está grávida e que vocês terão um bebê dali a trinta e poucas semanas a cabeça começa a agir e a imaginação vai longe. Você se imagina em milhões de situações com o seu filho e sabe que vários momentos serão simplesmente mágicos. É claro que você está ansioso por estes momentos mágicos e fica criando várias situações na sua cabeça.

Depois que o bebê nasce, umas das coisas mais legais deste período é que os momentos mágicos vêm sem que você espere e sem nenhum planejamento. Eles simplesmente acontecem e, por isso mesmo, são mágicos. Um dia desses estava com o Pedro no colo... Melhor dizendo, uma madrugadas dessas estava com o Pedro no colo. Nesta noite eu estava particularmente cansado. Exausto. Já tinha dado o mamá do Pedro e deixando ele no ombro arrotando por mais de vinte minutos. Neste meio tempo ele fez coco. Troquei a fralda dele com cuidado para não golfar na  roupa.

Depois disso tudo, é claro que o menino ficou agitado. Olhos super abertos e disposição para começar a brincadeira. Mas eram três da manhã e o papai aqui precisava trabalhar no dia seguinte. Mamãe tem dado a maior colher de chá para o papai, mas eu faço questão de assumir algumas destas rodadas da madrugada. Primeiro porque é muito gostoso. Depois porque a mamãe não sai para trabalhar, mas fica o dia inteiro acordada cuidando do Pedro e da casa. E por último, porque é muito gostoso mesmo.

Mas, enfim, estava eu moribundo tipo um zumbi com o Pedro no colo tentando fazê-lo dormir. De repente olho para o rostinho dele e vejo um mega sorrisão. Eu sei que estes sorrisos ainda são acidentais, mas não interessa. Eram três da manhã e eu estava ali presenciando um mega sorriso do meu filho. Este é um momento mágico. Dane-se o cansaço, dane-se a necessidade de dormir e dane-se que precisei limpar coco no meio da madrugada. O Pedro estava sorrindo. Momento mágico.

Outro momento mágico passou ontem aqui em casa. Pedro ficou a manhã do domingo meio enjoadinho. Sem motivo aparente, ora ele chorava por cólica, ora por fome. Em alguns momentos acho que chorava por tédio. Sei lá. Mas demos um banho gostoso que acalmou o moleque. Aí sentei na poltrona da sala, mamãe pegou um cervejinha gelada e começamos a conversar livremente. Falamos das nossas familias, da nossa infância, do futuro do Pedro... sabe aquela conversa que flui solta? Duas pessoas que estão juntos há quase vinte anos e de repente conversam como se precisassem colocar o papo em dia? E o Pedro no meu colo, aconchegado e ouvindo tudo. Momento mágico.

Beijos do papai tão feliz que nem sabe explicar quanto.

Quem é o melhor amigo do papai?

Bebê carioca, adora sol!

Cada um com a sua.

Papai passou no teste, pode segurar o bebê.

domingo, 22 de maio de 2011

Casa da vovó Sonia e do vovô Nilton

Ontem Pedrinho foi passear mais uma vez. Foi conhecer a casa da vovó Sonia e do vovô Nilton, que prepararam um almoço bacana para receber o netinho. Já na porta de apartamento um cartaz dava boas vindas ao netinho com foto e tudo! Pedro sentiu um pouco de cólicas de manhã, mas como de costume comportou-se muito bem no passeio. Este moleque vai ser de rua!

Na casa da vovó e do vovô, Pedro conheceu um monte de gente nova. Conheceu a prima Bruna e ficou um tempão no colo dela. Prima Bruna já tinha vindo visitar o Pedro aqui em casa, mas ele estava dormindo e não abriu os olhos naquele dia. Não sabia o que estava perdendo. Conheceu também o Diego, noivo da prima Bruna. Papai ainda não se acostumou com este assunto, pois a prima Bruna é a caçula da familia. Como assim noivo?!?!? É Pedrinho, o tempo passa. Acostume-se.

Pedro conheceu também a bisa Carmelita e o tio Zé. Aliás o tio Zé trouxe um presente que deixou o papai e a mamãe muito felizes: um medalhão português feito à mão comemorando a maternidade e nascimento do nosso miúdo, personalizado e tudo. Esta é uma tradição da família do tio Zé e ficamos muito contentes com a homenagem. Tia Valéria não pôde visitar o Pedro porque está muito gripada, mas não faltarão oportunidades.

Ontem também foi o dia de rever os dindos Nando e Ju. Já fazia tanto tempo desde a última vez que eles viram o Pedrinho que ele nem podia ser chamado de leitãozinho. Todos ficaram muito encantados e impressionados em como o Pedro conseguiu ficar ainda mais lindo. É, ele fica mesmo mais lindo a cada dia. Dindo Nando e dinda Ju também ficaram um tempão com o Pedro no colo e tudo deu certo no final. Graças a Deus! :-)

É claro que vovó Sonia, vovô Nilton e a bisa Áurea também curtiram muito o netinho. Mas o mais divertido foi que o Pedro já resolveu aprontar. Só que esta história fica para outro dia.

Beijos, papai, mamãe e Pedro.

Bisa Carmelita e prima Bruna com o Pedro

Primo Diego, Prima Bruna e o Pedro

Mamãe tomando conta da dinda Ju com o Pedro no colo

sábado, 21 de maio de 2011

Baby Bassoul

Baby Bassoul é um brinquedo de tanto sucesso que já foi reeditado várias vezes. Apesar de diferentes, todas as edições são cheias de qualidades e "características especiais". Todas têm algo em comum. Este ano, por exemplo, foi lançada uma reedição do modelo de Dezembro de 1976. Veio em uma versão lite graças a combinação com um modelo de outra fábrica, mas as tais "características especiais" estão lá.

Por exemplo, como a maioria dos bebês, as primeira palavras que o Baby Bassoul aprende a falar são "mamãe" e "papai". Mas, na verdade, estas palavras são apenas a introdução para a primeira frase, que é "Mamãe e papai, eu só faço o que quero!". Aliás, Baby Bassoul já demonstrou esta característica no nascimento, que foi mais ou menos assim "Eu só faço o que quero e na hora que eu quero". Neste caso, vinte dias antes do planejado.

Baby Bassoul também tem uma característica interessante em relação à alimentação. Primeiro chegou mamando menos que um passarinho. Ele estava preocupado com o seu rosto ficar parecendo uma bolacha traquinas. Só mudou de idéia e começou a mamar para valer depois que ouviu o médico reclamando. Porque chamar atenção do Baby Bassoul para alguma coisa que ele não fez direito o deixa muuuuuuito aperreado.

Agora o Baby Bassoul avisa que está com fome. Mas, posto em palavras, o aviso seria mais ou menos assim: "Papai e Mamãe estou com fome. Fiquei faminto. Onde está o meu mamáááááááááááááááááááááááá".

Baby Bassoul é muito vaidoso. Antes de completar dois meses de vida, por exemplo, já tem mais de 20 pares de calçados. Repetindo... mais de 20 pares de calçados! Não, Baby Bassoul não é uma centopéia. Porém, baseado em observações com o modelo de 1976, mesmo começando tão cedo, Baby Bassoul terá dificuldades em superar o modelo mais antigo neste quesito.

Baby Bassoul também é muito organizado e tem mania de limpeza. Não está claro como ele conseguiu comunicar isso ao modelo de 1976, mas deve ter dado um jeito porque numa madrugada destas o modelo de 76 limpava cada uma das dobrinhas do pescoço do modelo 2011 dizendo: "eu sei que você detesta ficar com as dobrinhas do pescoço meladas, incomoda muito a você né?". Era indispensável limpar, com cotonete, todas as dobrinhas do pescoço do Baby Bassoul às três da manhã.

Afinal, brinquedos do mesmo modelo se entendem bem.

Beijos do menino feliz que tem em casa dois modelos maravilhosos do Baby Bassoul.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cólicas

Esta noite foi uma daquelas que sempre ouvimos pais de bebê comentar com um certo ar de depressão. Pedro dormiu muito bem e tranquilamente. Até meia noite. Depois a maldita cólica começou a incomodar. Já comentei que a dor incomoda nele, coitadinho, e em nós. Aliás, parece que dói muito mais na gente do que no pequeno, até porque tenho certeza que ele não se lembrará destes dias. Mamãe e papai nunca esquecerão.

Esta noite foi assim: Pedro ainda está dormindo em nosso quarto. Já passou do carrinho para o berço portátil porque estava ficando meio apertado, mas ainda não foi emancipado para dormir fora (no outro cômodo). Depois de meia-noite a cólica começou a atacar. Como ele havia tomado um remédio mais cedo, a dor não devia ser tão forte porque ele não chegava a despertar. Mas ele resmungava de dor a cada 10 minutos mais ou menos. E nós, claro, acordávamos para ver se estava tudo bem. A cada 10 minutos.

É impressionante como o ser-humano se adapta às situações mais difíceis. Hoje sou capaz de dormir profundamente por cinco minutos. Chego a sonhar, dar um pause no sonho, acordo e volto a dormir e sonhar no mesmo ponto onde eu estava. Mas confesso que é meio cansativo.

Quando o sono já era forte demais e o cansaço finalmente nos vencia a ponto de não acordar por causa de um resmungo, ele começava a chorar forte porque era hora de mamar. Confesso que eu levanto, vou até o quarto dele pegar uma mamadeira com água filtrada, misturo o leite em pó e só então eu acordo. Se deixarem uma porta fechada no meio do caminho estou ferrado, porque vou despertar dando com a cara nela. Já proibi janela aberta porque eu não sei voar.

Enfim, quando acordo mesmo, já preparei a mamadeira e o moleque está berrando tanto que até o pessoal do Jardim Botânico sabe que ele está com fome. Qualquer dia minha mãe me liga lá de Ipanema perguntando porque o Pedro está chorando. E não pensem vocês que isso acontece porque papai demora para fazer a mamadeira não. A evolução do "estou acordando" para "Estou faminto, seu lerdo!!!" é mais rápida que a velocidade da luz.

Enfim, ficamos nessa até que o dia clareou e chegou a hora de acordar, por assim dizer.

Beijos do pai sonâmbulo.

Tem alguém cansado aí?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pedrinho há 34 anos?

Comigo foi assim: na hora em que a Ligia disse que estava grávida, comecei a imaginar como seria o meu filho. Ou a minha filha, pois naquele momento ainda não sabíamos se seria menino ou menina. Com quem ele seria parecido? Comigo? Com a Ligia? Seria uma mistura dos dois? Nasceria louro e de cabelo encaracolado ou moreno tipo um índio? Olhos azuis seriam difíceis de explicar!

Aí as semanas foram passando e fui me convencendo que um bebê recém-nascido não parece com ninguém. Parece bebê, todos são muito parecidos. Alguns dizem que parece joelho, mas aí eu acho meio injusto. Então parei de imaginá-lo recém-nascido e avancei alguns anos, tipo quando ele estiver com um ou dois anos. Será que ele terá o sorriso lindo da mãe? Será que o cabelo dele será parecido com meu? Se for, faremos o mesmo corte na sua festa de um ano!

E assim ia caminhando a minha imaginação até que nasce o João Marcelo, primo do Pedro, filho do meu primo Marcelo e da Ludmilla. O João Marcelo, além de ser lindo, nasceu muito parecido com o Marcelo (será que eu deveria ter escrito... apesar de ser lindo, nasceu muito parecido com o Marcelo?... Bem, deixa pra lá). É claro que, como toda criança, é uma mistura bem feita dos pais. Mas ele tem alguma coisa que não dá para confundir, é a cara do Marcelo!

Pois, sem querer parecer invejoso, voltei a imaginar o Pedro nascendo como um mini-Duda. Eu sei, eu sei, se ele for mais parecido com a mamãe será mais bonito e fará mais sucesso. Mas, enfim, bem que eu queria um mini-Duda para chamar de meu, sabe? Confesso meu egoísmo! Então nasceu o Pedro, o bebê mais lindo do berçário, e eu fiquei procurando os meus traços nele.

Bem, ele não nasceu moreno, nem com cabelo de índio. Comecei a achar que ele não se parecia muito comigo. Ou seja, o universo havia conspirado contra o meu egoísmo, mas à favor dele. Volto a dizer, parecer mais com a mãe neste caso é uma grande vantagem. Basta vê-la dando um de seus sorrisos encantadores para entender o que estou falando.

Então vamos esperar e ver como o Pedro vai ficar. Por enquanto, vou comparando algumas fotos...

Beijos do papai que queria ser lindo como o filho.




Trabalha direitinho mas volta logo

Pois é, foi até mais difícil do que eu previa. Fui trabalhar ontem cheio de saudade e, se por um lado foi muito legal reencontrar as pessoas, mostrar as fotos do Pedro e contar como foi este primeiro mês, por outro lado é uma saudade difícil de explicar.

Eu sabia que ia sentir saudades, mas o sentimento é estranho. É uma saudade diferente, um misto de "já faz muito tempo que fui embora" com "o que será que eu estou perdendo". Tem ainda um "será que a Ligia está se virando bem sem mim"? Este ultimo sentimento não é uma desconfiança da capacidade da Li cuidar do filho sozinha, porque sei que ninguém está mais preparada que ela. Mas eu devia estar lá, sabe?

Mas o dia acabou passando e de noite eu corri para casa, encontrei o Pedro mamando, coloquei ele para arrotar no meu ombro, troquei fraldas e fiz ele dormir. Depois passamos mais uma madrugada com sono de navegador, nos encontramos várias vezes, mais mamá, mais fralda, alguns sorrisos no meio da noite e tudo está bem novamente.

Depois de dois posts resmungando sobre o mesmo assunto, acho que já basta. Fica registrado aqui o que todo pai já sabia, que este retorno ao trabalho é doído. E que agora eu tenho um motivo enorme (são praticamente 50cm de motivo!!!) para realmente odiar a segunda-feira.

Só para encerrar, vou mostrar à vocês a surpresa que ganhei ontem no meu email assim que eu cheguei ao trabalho. É para fazer chorar na frente de todo mundo, não é?

Beijos do pai trabalhador.





segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sem adaptação???

Cinco semanas convivendo 24 horas por dia com o pequeno e hoje eu tenho que, de repente, passar o dia todo fora trabalhando? Não é justo! Ele vai passar o dia sem o pai ao seu lado e vai ficar morrendo de saudades. Será a primeira vez em nossas vidas que ficaremos tanto tempo separados. Hoje será um dia difícil para o Pedro.

Ok, devo admitir que na idade dele talvez ele nem perceba a minha ausência. Mas na minha idade eu sentirei muito a ausência dele. Será um dia muito difícil para o pai do Pedro. Já estava acostumado a olhá-lo o tempo todo e ainda assim me surpreender porque ele é lindo demais. Sei que caprichamos muito, mas mal dá para acreditar que fizemos um moleque tão perfeitinho.

Hoje a vida começa a voltar ao que, em teoria, era o normal. Mas era o normal antes do Pedro e agora nada será igual. O normal agora é outro, é ter o Pedro aqui em casa fazendo os seus barulhinhos, experimentando novas expressões e aprendendo a viver neste mundão cheio de possibilidades. E eu sentado em alguma reunião discutindo qual a melhor maneira de clusterizar uma base de clientes. Bem, deixa para lá. Meus dias não serão mais tão interessantes.

Beijos do pai que ainda nem saiu de casa e já está com saudades.

domingo, 15 de maio de 2011

Hora mais feliz

Já me disseram que este blog estava ficando escatológico demais de tanto que eu escrevi sobre coco. É que a vida do recém nascido é repleta de aventuras e quase todas envolvem mamadas, coco ou xixi. Algumas envolvem mamadas, coco e xixi. Tudo ao mesmo tempo. Mas para mudar um pouco o foco resolvi escrever sobre algo mais limpinho. Vou falar sobre a hora do banho.

Pedro é um menino bem limpinho, pois toma banho todos os dias e, às vezes, mais de um banho por dia. Já tomou mais banho em um pouco mais de um mês de vida do que a maioria dos franceses toma em um ano inteiro! No inicio era só o papai quem dava o banho, pois mamãe estava se recuperando da cirurgia e aquela posição de segurar o menino na banheira é muito incômoda. Mas agora papai e mamãe dão o banho juntos e mamãe já treinou dar o banho sozinha também. Tudo dentro do esquema.

O Pedro adora tomar banho. No início ele chorava um pouco quando entrava na banheira, mas agora ele nem chora mais. A não ser que tenha platéia, é claro. Um dia desses vovó Beth e dinda Fê estavam aqui e nós ficamos fazendo propaganda: "Tem que ver o Pedrinho na banheira. Ele adora, fica quietinho etc. Etc. Etc.". É óbvio que aquele dia ele chorou do inicio ao fim do banho!

Engraçado é que ele gosta da sensação de mergulhar a cabecinha na água. É claro que não deixamos ele mergulhar totalmente, porque não pode molhar o ouvido, mas ele se estica todo para deixar uma parte da nuca submersa. Acho que filho de mergulhador, mergulhador será.

O que o Pedrinho não sabia era que sua mãe tem mania de limpeza. Um dia desses ela estava limpando cada dobrinha do pescocinho dele com um cotonete. Pedro com aquela cara de "o que você está fazendo aí com esta haste flexível no meu pescoço" e ela dizia "tadinho, ele fica muito incomodado com estas sujerinhas entranhadas no pescoço". "Jura mamãe? Porque para mim ele nunca tinha reclamado... e acho que ele está mais com cara de... dá para deixar o meu pescoço em paz!".

E vamos seguindo a nossa vida familiar cantando... hora do banho, que hora mais feliz. Chegou a hora que o Pedro sempre quis. Hora do banho que hora mais feliz. É tão gostoso que o Pedro pede biz...".

Beijos molhados e cheirosos do papai e da mamãe.

"O primeiro banho foi de algodão, e eu não gostei muito."

"Agora começou a ficar mais interessante."

"Sei não... você vai me segurar direito?"

"Não começar aquela paranóia de limpar o meu pescoço, vai?"

sábado, 14 de maio de 2011

Vestibulinho???

Semana que vem papai já volta ao trabalho e está sofrendo horrores em pensar que não estará junto do Pedro o dia inteiro, observando cada movimento, cada expressão, cada evolução. Já pedi a Ligia que fique com a máquina fotográfica à postos e me ligue para avisar qualquer novidade. Mamãe só volta ao trabalho em Setembro mas precisávamos resolver um grande dilema: quem ficará cuidando do nosso bem mais precioso durante nossa ausência para trabalhar?

Para resolver esta questão fomos visitar uma creche perto de casa que foi indicada por uma amiga e adoramos. Já fizemos, inclusive, a matrícula para garantir a vaga em Setembro! Aliás, este processo de vaga é muito engraçado. No berçário são apenas 13 vagas e estão todas ocupadas. As crianças saem do berçário para o jardim 1 depois que estão andando bem, com menos risco de cair. Aí abre-se uma vaga no berçário. Como a procura é grande, para cada criança que está prestes a andar, já existe outra na espera. O Pedro, por exemplo, está aguardando que uma menina chamada Beatriz comece a andar, o que deve acontecer por volta de setembro. Então é isso, no final de agosto vou lá dar uma ajudinha para a Bia...

(já a mamãe está torcendo para a Bia demorar mais um pouquinho para andar...)

Por fim, continuamos visitando a creche, turma por turma, sala por sala. A coordenadora ia nos falando sobre o método de ensino da escolinha. Lá eles ensinam tudo na base da diversão e com conceitos lúdicos. As crianças aprendem brincando e o objetivo é formar pessoas criativas e independentes. É claro que eles não perdem de vista os métodos mais formais de avaliação, como os vestibulinhos aplicados por algumas escolas.

Peraí. Vestibulinho??? A simples menção desta palavra me fez ter calafrios. Perguntei o que era esse tal de vestibulinho e ela me explicou que algumas escolas aplicam provinhas que podem durar até dois dias para selecionar os alunos que entrarão na classe de alfabetização. Estas provas são chamadas de "vestibulinho".

Sei que precisamos criar nossos filhos para o mundo, que eles precisam estar aptos a vencer no ambiente competitivo da nossa sociedade. Mas vetibulinho para um criança de seis anos não é um certo exagero? Não é pressão de mais para os pequenos? Já imaginei o Pedro fazendo cursinho, lendo apostilinha e fazendo simuladinho com cinco anos! Tenho que parar de contar histórias como os Três Porquinhos e João Pé de Feijão porque estas não são cobradas nas "provinhas". E mais, preciso estudar as histórias direito porque conto meio de improviso e isso pode induzir o menino ao erro!

A moça da creche nos contou de um garoto de cinco anos que já sabia ler e escrever muito bem. Mas foi reprovado na provinha porque não quis executar a tarefa de jogar a bola para o alto, bater palma duas vezes e pegar a bola novamente. Com esta avaliação devem ter chegado à conclusão de que o garoto poderia ser um ótimo escritor e um péssimo gandula. Como é que alguém poderia vencer na vida assim???

É, meu filho, ainda não sei em qual escola você fará o seu ensino fundamental. Mas sabendo do tal vestibulinho, já decidi em quais você não estudará!

Beijos do pai espantado.

Garoto, acorda e vai estudar que vc está perdendo tempo!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Um mês

Um mês que passou mais rápido que uma criança correndo atrás da bola de futebol. Pedro já deu seu testemunho aqui no blog dizendo que aprendeu muita coisa, mas o papai ainda não tinha falado sobre isso. Pois é, antes do Pedro chegar eu chamava este período de "mês do caos". Digo isso porque sempre ouvi dizer que o primeiro mês era muuuuuito difícil e que o único alento era saber que aquela confusão passaria logo.

Mas no nosso caso passou tão logo (e tão gostoso) que mal vi o caos. Pelo contrário, vi muito amor, muito carinho, muitas alegrias e um trabalho muito, muito gostoso. Papai e mamãe chorando de madrugada um choro que não era de desespero, mas sim um choro de emoção. Não vou dizer que não tivemos problemas, não tivemos medo e não ficamos cansados. Sim, o tal "sono de navegador" é cansativo. Sim, nem tudo deu certo de primeira. Sim, sentimos medo várias vezes. Pânico algumas vezes. Mas ficou muito longe do caos que eu apostava que seria.

É claro que devemos muito deste mês tão agradável ao Pedro. O menino é muito bonzinho! Pedro chora porque tem fome a cada três horas ou porque está com cólica. Não tem choro porque está com sono, porque está barulhento, porque está claro, porque está escuro, porque porque porque. Ou seja, só chora para avisar que tem algo errado.

O choro de cólica, que aumentou significativamente esta semana, é o que mais incomoda. Não pelo choro em si, mas pela carinha de dor que ele faz. Papai e mamãe ficam arrasados, querendo que a dor suma. Se nós pudéssemos passaríamos a dor para às nossas barrigas na hora. Mas, quer saber? Ter um filho como o Pedro é muito fácil. Se eu soubesse, tinha providenciado logo gêmeos. Pedro e Julia. Tudo bem, a Julia ficou para daqui a dois anos.

De tudo diria que o mais complicado foi a parte da alimentação mesmo. A Li lutou bastante e conseguiu amamentar o Pedro por quase um mês. Mas desde o início complementamos com leite industrializado. Esta parte me assustava um pouco, pois fiquei com medo do Pedro não ganhar peso corretamente, dele ter alergia ao leite, da Li sofrer demais e ter depressão. Uma noite cheguei a ter pesadelo que o Pedro estava em crise alérgica e não conseguia respirar. Acordei de dez em dez minutos para ver se ele estava respirando até que o cansaço foi mais forte. Ele não estava em crise alérgica, estava realmente satisfeito com a mamada e dormiu como um anjo!

Nariz entupido também foi um problema no início. A solução é colocar Rinossoro só que papai e mamãe odeiam colocar Rinossoro em si próprio. Ou seja, achávamos que seria um drama colocar no Pedrinho. Que ele iria chorar, espernear, engasgar. Até que colocamos e, surpresa, Pedrinho ficou tranquilão. Não reclama e nem se mexe. Acho até que gosta.

De resto, Pedro é só alegria. O mês passou até rápido demais.

Beijos do papai aliviado.

É o elefantinho da Parmalat?

Gerações sem conflito

Semana passada tive que pedir socorro à minha mãe preta. Para quem não a conhece, Salete fez parte da minha infância, cuidando de mim e da minha irmã, junto ou na ausência da mamãe. E ela sempre fez a diferença, nos dando muito amor e carinho e, é claro, paparicando bastante as duas.

Quando eu era pequena, gostava de escrever na parede do corredor do nosso apartamento, de cabo a rabo, meu "nome" - Giginha - e Lete vinha com um paninho atrás para limpar antes que minha mãe chegasse e brigasse comigo. Podíamos estar prontas para sair com a mamãe que, se ela chegasse, não queríamos mais ir a lugar nenhum. Queríamos ficar com a Lete.

Não existe feijão batido com legumes e batata frita melhores que o da Lete. Assim como não experimentei relação igual a esta nestes anos todos. Minha mãe tem toda a razão quando diz que quem teve uma Salete na vida não consegue se acostumar com nada diferente dela. Ela chamava a atenção da minha mãe porque eu e Fê não estávamos engordando como deveríamos. Ela era o coronel da casa rsrsrsrs.  

E nestes dois dias em que ela esteve aqui em casa me ajudando, não foi diferente. Só pulou uma geração. Agora era ela cuidando do Pedro. Começou chamando minha atenção na hora de segurá-lo - "tem que colocar a mão nas costas para a coluna dele ficar reta, Ligia". Em seguida, veio supervisionar a amamentação:
- Ligia, o menino tem que respirar, deixe ele parar um pouco
- É, Lete?
E deixei o Pedro soltar o peito
- Ligia, não é para deixar tanto tempo respirando senão ele perde o interesse pela mamada
E volto eu correndo com o Pedro para o peito.

Depois foi a vez do Duda - "você está segurando o Pedro direitinho" rsrsrsrsrsr
E arrumou uma maneira de me avisar que eu, futuramente, deveria deixar o Pedro escrever na parede, afinal, eu pude fazer isto sem problemas. Ok, Lete,  mas só se você estiver aqui para colocá-lo nos eixos depois.

Esta é a minha Saletinha! Tudo de bom! 
Amo você,
Li


quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Leitãozinho já está no ponto!

Quem acompanha este blog deve lembrar que o Pedro ficou abaixo do peso esperado na consulta de 15 dias. O pediatra deu uma chamadinha na mamãe e no papai e disse que queria ver o Pedro ganhando pelo menos 30 gramas por dia. Vamos engordar o leitãozinho!

Passamos os 15 dias seguintes nervosos se o Pedro estava ou não ganhando peso. Pensei em comprar uma balança várias vezes. Poderíamos medir a ganho de peso diariamente, colocar em uma planilha Excel e calcular uma curva de tendência para ter uma previsão de qual seria o seu peso no dia da consulta de um mês. Mas percebemos que isso já estava ficando muito neurótico e desistimos da balança. Papai todo dia comparava o peso do Pedro com um halter de 3Kg. Umas duas semanas comparando e não chegou a conclusão nenhuma, então o jeito era esperar.

Ontem finalmente fomos ao consultório e o médico já começou a consulta dizendo: "depois nós conversamos, tira a roupinha dele que eu estou louco para ver o peso deste menino". Então lá foi o nosso menino para a balança. Mamãe estava mais perto e eu tinha combinado com ela que, se ficasse abaixo de 3Kg, ela dava um jeitinho de colocar a mão na balança e empurrar para baixo.

Nem precisou! Ao invés de engordar 30g por dia, nosso menino deu uma boa arrancada e engordou uma média de 50g diários. Isso mesmo, nosso menino agora pesa 3,370 Kg e já está subindo na curva de evolução de peso. Elogios para a mamãe, o papai e o leitãozinho que está comendo direitinho. Se continuar neste ritmo atinge 5Kg no próximo mês. Aí é só marcar um spa e uma consulta com a dindavó Eliane porque também queremos que ele mantenha a silhueta elegante.

O único problema é que nesta ânsia de engordar o moleque, papai também ficou um pouco acima do peso. Acho que toda a barriga que a Li perdeu na sala de parto eu achei na sala de casa...

Beijos do gordo.

Malandro pós-mamada

Vovô Nilton, nosso companheiro de consultórios médicos

Vai Pedrinho, vai Pedrinho...

Mamãe, bom trabalho!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tanta coisa já aconteceu

Oi zente!

Quer dizer, oi gente! Meu dindo está me ensinando a falar certo. Mas já avisei a ele que vou aprender de gavarinho.

Em compensação ontem fiz um mês e tanto já aconteceu na minha vida! Já aprendi tantas coisas novas, conheci pessoas que eu só ouvia falar de fora da barriga e, se não conquistei o mundo, posso pelo menos dizer que conquistei todo mundo que me conheceu. Opa, faltou modesta. Mas acho que isso eu só vou aprender nos próximos meses. Ou anos.

Neste mês comecei aprendendo que aqui fora é preciso respirar. Preciso colocar o ar para dentro e para fora dos meus pulmões e, para inaugurar este processo dei logo um choradão na sala de cirurgia. Neste último mês fui me aperfeiçoando e já tenho um choro diferente para avisar que estou começando a sentir fome, um que a fome chegou e um outro que quer dizer "pai e mãe, estou faminto. Corre logo com este leite caramba!!!". Também tenho um choro para avisar que estou com cólicas e outro chorinho que significa "acordei e quero atenção".

Aprendi a abrir os olhos logo que sai, mas confesso que agora está mais fácil. A não ser quando estou com o tal de sono. Putz, às vezes faço a maior força e eles não abrem direito! Maior força eu também tenho que fazer para ver minha mãe e meu pai pulando de alegria. Faço várias forcinhas e eles ficam saltitando "Pedro fez cocô, Pedro fez cocô". É legal. Só é chato que depois eles ficam passando um lenço gelado na minha bunda e me lambuzando com uma pomada branca.

Aprendi que a vida social do bebê é muito animada. Conheci gente de todo o tipo. Jovens, velhos, crianças e adultos. Vieram pessoas louras, morenas e até dois ruivos me visitar! Avô e avó eu tenho uma dezena e os "oficiais" ficam morrendo de ciúmes. Conheci meu primo mais velho e dizem que ele tem um monte de coisas a me ensinar. Também conheci duas gatinhas, mas os pais delas ficaram o tempo todo de olho. Mamãe também. Falta ainda conhecer o meu outro primo, mas ele também é muito neném igual a mim.

Comer foi um grande aprendizado. Bebi leite no copinho, no canudinho, no seio com bico de silicone, no seio  sem bico de silicone e no seio com o canudinho. Finalmente me deram uma trégua com a mamadeira. Também disseram que aguinha de ameixa faz o intestino funcionar. Disso eu não sei, mas que é uma delicia aquela aguinha doce, é.

Aprendi várias brincadeiras legais. No tapetinho o mais maneiro é segurar as argolas que ficam balançando sobre a minha cabeça. O móbile toca uma música muito legal e fico acompanhando a zebra, o leão, o elefante e o macaco com os olhos. Às vezes o meu pai me coloca de bruços para ver se eu levanto a cabeça. Nesta brincadeira eu não vejo a menor graça, mas ele deve gostar porque fica gritando "vai filhão, muito bem! Levanta a cabeça". Meu pai, às vezes, é muito esquisito.

Minha mãe não tem nada de esquisita. Ela adora ficar olhando o meu rostinho enquanto estou treinando minhas novas expressões faciais. Quando consigo soltar um sorriso, por exemplo, ela fica toda boba. Adoro brincar de imitação com ela. Eu faço um bico, ela faz um bico. Eu faço forcinha, ela faz forcinha. É muito legal.

Ontem o pessoal fez uma festa aqui em casa para comemorar o meu mensário. Adorei comemorar junto com o aniversário da vovó Soninha e com todas as mães. A dinda Fê fez um bolo bem divertido e a mamãe caprichou nos brigadeiros. Fiquei com saudades do dindo Nando, mas ele estava resfriado e não pôde vir. Me comportei muito bem na festinha e no final adorei que cantaram parabéns e uma música do Senhor derramar o seu amor. Escolhi a mamãe para dar o primeiro pedaço de bolo, afinal ontem também foi um dia especial para ela.

Aprendi muito mesmo neste primeiro mês de vida. Mas quem está realmente aprendendo como a vida pode ser mais maravilhosa a cada dia são os meus pais.

Beijos, Pedro.