Faço terapia há mais de um ano e agradeço a um amigo meu por ter desconstruído um preconceito em mim. Antes eu enxergava a terapia como um tratamento. O sujeito tem um problema na cabeça, procura um especialista em cabeça, vai a algumas consultas e depois recebe alta. Resolveu o problema e pode tocar a sua vida, partir para a luta. Foi conversando com este amigo que passei a ver a terapia muito mais como um exercício contínuo. Mais ou menos como ir à academia ou correr todos os dias na praia, só que ao invés de exercitar o corpo, a ginástica é mental. Fazer terapia é dedicar um tempinho ao exercício da nossa mente. Quando comecei, percebi que a minha cabeça estava um tanto sedentária em algumas questões.
Mas este blog não é para falar da minha terapia, é para falar do Pedrinho. Introduzi este assunto porque a minha terapeuta usa uma metáfora sobre a nossa mente que eu acho muito bacana. Ela diz que a nossa cabeça é como se fosse uma casa cheia de cômodos. Em geral estamos muito confortáveis e usamos bastante alguns cômodos. Circulamos muito naturalmente da sala para o quarto, vamos várias vezes ao dia no banheiro e na cozinha.
Mas existem certos cômodos que são mais bagunçados e nos quais já não nos sentimos tão bem. Na verdade sabemos que eles estão lá, muitas vezes passamos na porta e até damos uma espiadinha dentro deles, mas preferimos não entrar. Existem outros que permanecem com a porta fechada. São portas que nunca abrimos. E, o mais incrível, existem portas que nós nem conhecíamos! Circulamos anos e anos pela casa e um belo dia "ué, esta porta sempre esteve aqui???".
Pois bem, o que isso tudo tem a ver com o Pedrinho? É claro que cada um reaje ao fato de ter um filho de maneira diferente, mas quando o Pedrinho nasceu e conforme ele foi crescendo descobri que a minha cabeça não é uma casa, mas sim um apartamento em um imenso condomínio!
Ter um filho mudou totalmente a minha maneira de ver o mundo. Há quase quatro meses o que parecia impossível aconteceu. Eu já me sentia pai e não cabia em mim mesmo de tanta felicidade com a gravidez da Ligia. Mas a chegada do Pedro me mostrou como a vida podia ser maravilhosamente diferente.
Ainda existem muitos andares a serem percorridos e descobertos! Sem contar a portaria, garagens, cobertura e, é claro, o play! O play é, sem dúvida, a parte mais divertida do condomínio e muitas vezes as pessoas pensam que ter um filho é ficar a maior parte da vida no play.
Bem, bastou o menino sair da barriga da mãe para que eu percebesse que as coisas não são assim. O play existe e é imenso. A vida agora se tornou muito mais divertida, colorida e interessante depois que o Guigo apareceu com seu rostinho redondo, seu sorriso safado e seus olhinhos brilhantes. Mas medos e preocupações totalmente novas também surgiram. Enfim, esta é a aventura de ser pai.
Beijos do papai síndico-porteiro-zelador-e-morador
Todo de branco, só pureza.É mesmo? E... que cara de safado é essa??????
ResponderExcluirBom texto Dú!
ResponderExcluirBom saber que a terapia faz parte da rotina de sua vida.
Linda as fotos do Pedrinho, já fiquei com vontade de aperta-lo de novo!!!!!
Abraços nos três...
Lud
Ah, João Marcelo mandou um abraço para seus dindos e Mandou dizer que já quer brincar de novo com o Pedrinho....
ResponderExcluirMuito boa sua observação sobre a terapia. Que bom que vc soube ouvir uma opinião sobre o assunto. Quem ganha é vc mesmo. Bom progresso na sua terapia. O Pedrinho muito fofo.
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