Semana passada encontrei o professor que foi meu orientador no mestrado e, como não nos falávamos há muito tempo, ele foi logo me perguntando o que eu estava fazendo de bom. Foi muito fácil responder "de bom mesmo eu fiz o meu filho, que está com quase cinco meses".
Na outra semana participei de uma reunião onde foi proposta uma atividade: cada um deveria se apresentar e no final dizer uma palavra que o representasse. Era um ambiente de relações profissionais, então as pessoas foram escolhendo palavras como "motivado", "agregador", "detalhista"... e eu só pensava em dizer "pai".
Estas duas ocasiões me mostraram que o meu cérebro está passando por um grande dilema: como voltar a ser uma pessoa de muitos papéis como marido, empresário, amigo, corredor, filho, professor ou consultor depois de ter vivido, ou melhor, de estar vivendo com tanta intensidade o papel de pai?
Eu sei que, no fundo, ter todas estas caixinhas na estante, ter um lugar importante para cada papel, é saudável para mim, para o meu filho e para todas as outras pessoas que nos cercam. Também percebo que, com o passar do tempo, estas coisas estão se acomodando e ganhando o devido espaço. Mas a vontade de colocar todas as outras caixinha na gaveta e deixar espaço apenas para o papel de pai é enorme.
Só que o Pedro está aprendendo a ser gente e vai querer experimentar vários papéis além de filho, neto, afilhado ou bebê mais amado do Brasil. Pedro terá uma vida inteira para ser quem ele quiser ser e estarei feliz observando de perto, quando ele permitir, ou de longe quando for a hora.
Beijos do Duda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário