Bom día!!!

Todos já sabem que criamos o hábito de levar o Pedro para a nossa cama durante a madrugada para que ele durma um pouco mais e, por consequência, nós também possamos esticar um pouco o nosso sono. Outras vezes é porque ele está agitado e fica se manifestando durante o sono lá do quarto dele. Com a voz e a imagem amplificadas pela babá eletrônica, cada vez que ele resmunga lá, nós acordamos aqui e acabamos levantando para ver se está tudo bem, para fazer um carinho, ajeitar a coberta ou segurar um pouco sua mãozinha até ele voltar a dormir. Só que no meio da madrugada a tentação de levá-lo para o nosso lado ao invés de ficar levantando é sempre irresistível.

Quando eu era apenas um pai teórico, cheio de conhecimentos e opiniões formadas com base nos livros, artigos e conversas com outros pais, eu tinha uma forte convicção de que meu filho dormiria a noite toda em sua própria cama. Esta estória de dormir na cama dos pais seria apenas uma exceção. Em viagens ou em dias de febre, por exemplo, o moleque passaria a noite dividindo a cama conosco. Nos dias normais, isso seria inaceitável. Mas isso foi antes, quando o Pedro era apenas uma teoria. Na prática, a teoria é bem diferente.

Enfim, vamos levando as nossas noites segundo esta rotina: Pedro mama na hora de dormir, às vezes com o papai, às vezes com a mamãe, dependendo de sua vontade e desejo. Às vezes ele termina a mamadeira e dorme como um anjinho. Às vezes ele fica um tempão rolando no berço, senta, levanta, faz gracinha, nos leva à loucura e de repente, do nada, apaga como um anjinho. Depois que ele dorme vamos jantar, tomar um vinhozinho, assistimos uma série, batemos um papo, namoramos um pouco... às vezes simplesmente desligamos e caímos exaustos na cama. Algumas horas depois, por volta de uma ou duas da manhã, o Pedro acorda e pede mais um mamá. Desta mamada intermediária, geralmente, ele volta para a cama dele, mas às vezes já vai direto para a nossa.

Mas o fato é que todas as noites, em algum momento perdido no meio da madrugada, ele vai parar na nossa cama. A consequência disso é que geralmente acordamos porque ele decidiu que era hora de acordar. Ou melhor, que era a nossa hora de acordar. Afinal, ele já acordou, então o mundo tem que acordar também, certo? Geralmente ele me acorda antes e depois chama a mamãe. Até porque ele desenvolveu o costume de dormir grudado ou enroscado em mim. É gostoso, sem dúvida. Mas também é um pouco cansativo levar chutes na barriga (ou mais embaixo...), cabeçadas no nariz, tapa na cara e outras demonstrações de carinho logo ao nascer do sol.

Por conta disso na semana passada tomei uma decisão: isso teria que mudar! De algum jeito o Pedro passaria a dormir na cama dele e eu voltaria a ter a minha integridade física matinal garantida. Foi quando, lá pela quarta-feira, eu ainda bolando um plano, o moleque senta na cama, me olha, tira a chupeta da boca e me acorda com um beijão molhado no rosto. Depois do beijo escuto aquela voz gostosinha falando "bom día" (o acento agudo foi proposital porque o "dia" do Pedro é bem agudo, tipo "bom dííía").

Pois é, acho que dá para esperar mais um tempinho para mudarmos este hábito.

Beijos e bom dia do papai.