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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Aventura do Antibiótico

Muita gente implica com o tal do antibiótico, mas ele é um dos responsáveis por nossa longevidade. Tudo bem que isso não quer dizer que vamos tomar coquetel de antibiótico no café da manhã. Mas quando o Dr. Pediatra nos manda dar, é claro que obedecemos na hora. Mesmo que isso signifique descer do ônibus sem nem olhar onde estamos para dar o remédio onde quer que o moleque esteja. Mas aí também começa uma aventura.

Dar um remédio com gosto ruim para o Pedro duas vezes por dia por dez dias e ainda ter que acertar sempre o mesmo horário é muito complicado. Deve ser complicado para todo mundo, não estou me fazendo de vítima. Mas como este blog é sobre o nosso Pedrinho e não o Pedrinho dos outros, vou falar da nossa experiência. Em resumo: é complicado.

O Pedro é uma criança muito tranquila para tomar remédio. Em todos estes anos (e estamos quase fechando o terceiro ano!!!), raríssimas foram as vezes que tivemos que forçá-lo a tomar um remédio. Até pelo contrário, em geral ele toma sem reclamar e até achado graça. Mas tem remédio que ele não gosta, então tem que rolar uma negociação pesada.

Com o último antibiótico foi assim. As duas ou três primeiras doses ele tomou tranquilamente. Mas daí em diante, quando chegávamos com o remédio, ele esticava os olhinhos para ver qual a cor do líquido na colher e dizia. "Não quero nããããããão. Este é chato". Às vezes, depois de alguns argumentos ele resolvia tomar, mas dava uma última olhada na colher e se visse uma única e pequena bolhinha de ar formada na superfície do líquido ele fechava a boca e dizia "tira isso!".

Outras vezes, quando ele se convencia que tinha que tomar, resolvia trocar a pessoa que estava dando o remédio. Tipo, se era o papai que estava há dez minutos tentando convencê-lo (e olha que não pode passar da hora certa de dar o remédio!!!), ajoelhado e equilibrando quatro mililitros na colher, ele dizia: "Papai não, é a vez da mamãe". E aí era só trocar a colher de mãos sem entornar nem uma gota do maldito remédio (porque tem que dar a dose certinha!!!). Se era a mamãe quem estava com a colher na mão ele dizia "Mamãe não, é a vez do papai". Tipo assim: a gente nunca acertava a vez de quem era, sabe?

Mas assim fomos seguindo a saga do remédio até que no penúltimo dia nos demos conta de que estaríamos no casamento justo na tal hora da dose noturna. Então quem ia se divertir com a gincana do antibiótico eram a didi e o titio. Só que, para dar mais emoção à tarefa, o moleque dormiu antes do remédio chegar até ele. Aí foi assim: papai e mamãe no alto da boa vista em direção ao casamento, celular pegando mal, didi e titio no carro com o Pedro desmaiado e a hora do remédio passando.

A Fê dizendo que preferia chegar em casa e acordá-lo para o remédio e nós tentando dizer que isso não funcionaria porque o moleque estava desmaiado, com toda pinta de dormir até o dia seguinte e, se acordasse, entraria no modo hiper-super-mau-humor e não aceitaria o remédio de jeito nenhum. A única opção era ele tomar dormindo mesmo. E foi assim, com papai e mamãe parados em uma esquina do alto da boa vista onde tinha sinal de celular, que ouvimos o titio narrando a experiência:

- Calma, calma. paramos o carro aqui na calçada. Pisca-alerta ligado. A Fê está tentando dar o remédio com ele dormindo...
- Estou com sudorese, ele vai engasgar (esta era a voz da Fê, baixinha e ao fundo).
- Opa, ela conseguiu dar um pouquinho...
- Não Renato, ele dorme com a língua no céu da boca... ele vai engasgar... ai meu Deus, minha irmã vai me matar...
- Tá tudo bem aqui Li... tudo sob controle... ela está conseguindo...
- Tá formando uma poça de remédio embaixo da língua!!! Ai meu Deus...
- Li, fiquem tranquilos, está tudo sob controle, ele está quase tomando o remédio...

Mas depois de muita sudorese da didi, o moleque engoliu o remédio, deu uma resmungada e continuou dormindo. E foi até divertido...

Beijos do papai-duda.

Já que não tinha foto do evento, coloquei
esta do dia em que fomos na casa da didi.
Afinal, ele está tão bonitinho, né?


3 comentários:

  1. KKK.. por aqui também é mais ou menos assim. Só que não é de vez em quando.. é sempre! Quando a médica diz que vai entrar no Antibiótico... quem chora é a mamãe aqui! rs

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