Assim que saímos da visita ao Mickey e almoçamos, passamos em uma loja para satisfazer outro tipo de diversão e enquanto o Pedro escolhia os produtos que queria levar e convencia algum dos adultos a comprar para ele, fui procurar um banheiro ali por perto. Até porque deste jeito seria impossível que eu fosse o adulto convencido, certo? Bem, não achei o banheiro mas descobri uma caverna de dragão. Lá dentro dormia (e de tempos em tempos acordava) um gigantesco dragão verde.
Pedro saiu da loja todo serelepe com as recentes aquisições, mas ficou interessadíssimo quando lhe contei que tinha descoberto a tal caverna do dragão. Naturalmente ele quis ir correndo, mas assim que chegou na porta da caverna descobriu que tinha medo. Era, na verdade, um grande misto de excitação, curiosidade e medo. Ele queria muito entrar naquela caverna escura de onde saiam os barulhos do dragão ("papai, você está ouvindo o dagrão?"). Mas estava morrendo de medo, tadinho.
O que acabou acontecendo foi um processo muito interessante de exploração cuidadosa onde ele foi entrando na caverna aos poucos e vencendo aquele medo. Primeiro ele só entrou no nosso colo e não quis chegar muito perto. Ficamos, na verdade, olhando de trás de uma pedra. De lá ele conseguia ver e ouvir o dragão, mas imagino que na cabeça dele o dragão não conseguia vê-lo. Ficamos um pouco e depois, à pedido dele, saímos.
Ele foi correndo contar para os avós, cheio de sorrisos e alegria. Ficou um pouquinho por ali e falou "Acho que eu quero ir ver o dagrão de novo". E lá fomos nós, com ele no colo e, desta vez, chegando um pouco mais perto do bicho. Ainda ficamos na ponta da caverna, entre uma pedra e outra, mas em um local mais exposto. Aposto que ali onde estávamos o dragão já sentia o nosso cheiro e talvez até visse as nossas sombras.
Saímos novamente e depois voltamos, chegando mais perto. E mais uma vez. E outra vez. E outra...
Acho que acabamos entrando e saindo da caverna umas dez vezes. Foi muito interessante ver o processo de construção da coragem do Pedro, feita do jeito que ele quis, no ritmo que ele achava bom. No final ele já estava no chão, o mais perto possível do dragão grande e com o bracinho esticado mostrando para o bicho o seu "dagrão" de brinquedo. No segundo dia, quando voltamos à caverna, ainda rolou o seguinte diálogo:
Pedro: - Papai, posso montar neste dagrão?
Papai: - Não filho, montar nele não pode...
Pedro: - Por que? Ele mata a gente?
Papai pensando "What?!?!?!?!": - Não filho, ele não mata a gente. É que aqui tem muitas crianças e se todas montarem nas costas dele, ele vai ficar muuuuuuuito cansado...
Beijos do papai-duda.
Comprinhas... |
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