Apesar de não ter certeza do que aconteceria, tinha uma vaga suspeita de que isso estragaria o material. Mas, como acho importante dar asas à curiosidade do moleque (e à minha também), não o impedi de levar. Conclusão: a massa ficou melecada e foi parar no lixo. Alguns dias depois eu fui a uma papelaria comprar algumas coisas para o escritório e dei de cara com massinhas vendidas de forma "avulsa", ou seja, sem os acessórios mágico-fantásticos que encarecem o produto. Resolvi levar uma para o Pedro.
Quando cheguei em casa, depois de fazer festa e brincar um pouco com ele, lembrei da tal massinha e falei:
Pai: Ah Pedro, eu comprei uma coisa para você hoje!
Filho: É presente?
Pai: É filho. Mais ou menos. Comprei uma massinha já que a sua estragou.
Filho: Êba! Onde está? É do McQueen? (estava se referindo ao Relâmpago McQueen, o carro vermelho personagem principal do filme "Carros", da Disney).
Pai: Não filho, é só a massinha mesmo. Para você poder brincar com a sua fábrica!
Neste momento eu já estava falando com uma voz meio exaltada, ligeiramente estridente e totalmente ridícula, pois já tinha percebido a cara de decepção do moleque. Mesmo tentando compensar com o tom e o jeito de falar, Pedro nitidamente murchou ao ver o potinho de massa sozinho...
Filho: Ah, só a massinha?...
Aí neste momento ele pega o potinho da minha mão e, com aquela cara que as crianças fazem quando ganham uma cueca amarela na véspera de Natal, correu para a mãe dizendo "Mamãe, mamãe, olha o que o papai comprou. Foi só a massinha. Ahhhhhh...". E se vocês acham que parou por aqui? No dia seguinte, logo que acordou e fomos brincar em seu quarto, ele olhou no fundo dos meus olhos e disse serenamente: "papai, foi só a massinha"...
Beijos do papai-que-já-deu-presentes-mais-impressionantes
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