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quarta-feira, 15 de março de 2017

Enquanto Duda estava internado...

Mesmo com a vida tumultuada, tenho que elogiar meus pimpolhos, pois durante a ausência do pai eles não deram nenhum trabalho. Principalmente Pedro, que até me ajudou muito. 

Fiquei bem preocupada com o bom andamento da casa, em não atrapalhar a rotina deles, de minimizar a falta do Duda, explicar ao Pedro direitinho o que estava acontecendo etc. Então procurei manter atividades e horários, além de uma comunicação diária via filmes e fotos na fase UTI e Facetime na fase quarto.

Alertei na escola e na fono para que eu pudesse ter uma avaliação mais profissional do estado emocional dos meninos. O feedback foi positivo sempre. Inclusive quando a tia da escola perguntou ao Pedro como o pai dele estava, ele respondeu que estava doente no hospital e levaria 10 dias para voltar para casa. Ou seja, aparentemente muito bem resolvido, obrigada.

Quando o pai voltou para casa e ainda antes do tempo previsto, Pedro ficou pelo menos uma semana louco! Mais agitado do que ele fica quando está sob efeito de corticoide. Aí ficou claro como o pequenino estava sentindo falta do superpai.

Mas segurou a onda melhor do que ninguém! Não chorou, não deu nenhum defeito, deu suporte com o Bernardo. Foi mais adultinho que qualquer dia normal dele em casa.

Obrigada, meus filhos, por serem tão tão especiais.




Papai, você fez muita falta!

segunda-feira, 13 de março de 2017

Bicharada!

Realmente o efeito Bernardo é impressionante. Tantos momentos bacanas e tão pouco registro. Eu nunca podia imaginar que ter dois filhos é muito mais que o dobro de trabalho. 

Achei que era frescura minha, que eu que não estava segurando bem o rojão, mas sábado, conversando com três outras mães de dois, descobri que a sensação é exatamente a mesma para todas. A inexistência de um momento de tranquilidade que não seja a hora que se põe a cabeça no travesseiro (e que lá em casa não dura muito mais que 2h seguidas) quando já não tenho forças nem mais para conversar é desesperadora.

No auge você pensa em sair correndo, mas daí vem aquele beijo gostoso ou aquele sorriso lindo e tudo passa instantaneamente.

Bem, o post é sobre a paixão do Pedro por bichos e não sobre minha incapacidade de gerir a vida de mãe de dois. Então, agora que justifiquei a falta de publicações, vamos lá!

Ano passado, Pedro quis trazer para o Rio um besouro que achou em Teresópolis. Papai colocou o bichano em um pote (acreditam como ele está valente?), fez furos na tampa, pesquisamos o que a espécie comia para não deixa-lo morrer de fome e ficamos aguardando o dia da novidade da escola para o pequeno poder levar e mostrar aos amigos. Coisa que não aconteceu, pois Pedro desistiu ainda na recepção e mamãe teve que trazer o inseto para o trabalho. Só posso imaginar que ele não deu conta de ser o centro das atenções, pois estava numa empolgação mor.

No feriado de 20 de janeiro subimos e, desta vez, durante nossa incursão ao morro, encontramos uma tarântula, que a pedido do Pedro foi devidamente capturada pelo papai (está demais o rapaz, não?) e também colocada em um recipiente vedado mas com entrada de ar. A alimentação foi bem mais complicada pois, além de não sabermos se a aranha era venenosa, descobrimos que ela se alimenta somente de pequenos animais vivos. Uma espécie caçadora. A coordenadora estava de férias e a substituta não permitiu a entrada da aracnídea na unidade – o que eu imaginava – e também não conseguimos descobrir a tempo como cria-la em cativeiro, como bicho de estimação e a pobrezinha veio a falecer.

É incrível como Pedro se empolga com bichos. É muito fascínio. Continuaremos tentando cultivar este amor, mas nada de trazer para casa pois quando morrem é muita tristeza, principalmente para a mamãe.

Então agora é ensinar o valor da liberdade e incentivar a admiração e preservação da natureza.











quarta-feira, 1 de março de 2017

Seis dias

Foram apenas seis dias internado, mas pareceram muito mais. Aquilo que começou parecendo uma gripe ou uma enxaqueca acabou complicando. Ainda me lembro de pensar na madrugada de domingo para segunda: "caraca, esta está incomodando muito. Amanhã vou à reunião de manhã mas, se bobear volto para casa de tarde". Não fui à reunião, fui à emergência, passei o dia lá e me descobri com uma meningite. Da emergência direto para a UTI, preocupado com as possíveis complicações, como uma meningite bacteriana que pudesse ter passado para o Pedro e Bernardo. Ou para o João, meu afilhado, que passou o sábado comigo. Ou para uma das 28 crianças que estavam na festa também no sábado à noite.

No final acabou se tornando uma meningite viral e de vírus comum, o que me permitiu (ótima notícia!!!) voltar para casa antes do que eu estava esperando. As nossas melhores previsões eram que eu ficaria pelo menos 10 dias no hospital. As piores é que seriam 21 dias. Acabaram saindo por seis, o que foi um lucro fenomenal. Ficar no hospital, sobretudo na UTI, é muito chato. Mas o pior, sem dúvida, foi ficar afastado das crianças. Ligia, meus pais e meu irmão acabaram fazendo visitas e companhia constantes, mas foi muito duro ficar tanto tempo sem o Pedro e tanto tempo sem o Bernardo.

Para diminuir um pouco a angústia e, ao mesmo tempo, tentar dar um pouco mais de tranquilidade para o Pedro, gravei vídeos. Em resposta, recebi vídeos gravados com tanto carinho pelo pequeno-grande que sempre me deixavam emocionado. Bernardo não gravou vídeo, mas distribuiu sorrisos e olhares desconfiados quando "nos falamos" por facetime. Este contato virtual, apesar de não substituir nem de perto o contato real, abrandou um pouco a saudade. O carinho que também veio de todos os lados acabou ajudando neste período. Foram muitas mensagens, telefonemas, pessoas acompanhando, pessoas pesquisando na internet e até flores com um cartão emocionante (desculpem repetir tanto esta palavra...) que me fez chorar, mas me deu forças para saber que o pior havia passado e que dali para frente era apenas questão de tempo.

Não tenho como agradecer o carinho de todos mas, principalmente, não tenho como explicar quão especial é a minha família. Se tinha algo que me deixava tranquilo quando estava lá dentro, era saber que as crianças estavam com todo o suporte aqui fora. Obrigado a todos, mesmo. Pedro e Bernardo se comportaram maravilhosamente e tudo correu bem. Já estou de volta, ainda em repouso exigido pela médica, mas curtindo cada minutinho que posso até voltar à luta.


beijos do papai-recuperado.