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quarta-feira, 1 de março de 2017

Seis dias

Foram apenas seis dias internado, mas pareceram muito mais. Aquilo que começou parecendo uma gripe ou uma enxaqueca acabou complicando. Ainda me lembro de pensar na madrugada de domingo para segunda: "caraca, esta está incomodando muito. Amanhã vou à reunião de manhã mas, se bobear volto para casa de tarde". Não fui à reunião, fui à emergência, passei o dia lá e me descobri com uma meningite. Da emergência direto para a UTI, preocupado com as possíveis complicações, como uma meningite bacteriana que pudesse ter passado para o Pedro e Bernardo. Ou para o João, meu afilhado, que passou o sábado comigo. Ou para uma das 28 crianças que estavam na festa também no sábado à noite.

No final acabou se tornando uma meningite viral e de vírus comum, o que me permitiu (ótima notícia!!!) voltar para casa antes do que eu estava esperando. As nossas melhores previsões eram que eu ficaria pelo menos 10 dias no hospital. As piores é que seriam 21 dias. Acabaram saindo por seis, o que foi um lucro fenomenal. Ficar no hospital, sobretudo na UTI, é muito chato. Mas o pior, sem dúvida, foi ficar afastado das crianças. Ligia, meus pais e meu irmão acabaram fazendo visitas e companhia constantes, mas foi muito duro ficar tanto tempo sem o Pedro e tanto tempo sem o Bernardo.

Para diminuir um pouco a angústia e, ao mesmo tempo, tentar dar um pouco mais de tranquilidade para o Pedro, gravei vídeos. Em resposta, recebi vídeos gravados com tanto carinho pelo pequeno-grande que sempre me deixavam emocionado. Bernardo não gravou vídeo, mas distribuiu sorrisos e olhares desconfiados quando "nos falamos" por facetime. Este contato virtual, apesar de não substituir nem de perto o contato real, abrandou um pouco a saudade. O carinho que também veio de todos os lados acabou ajudando neste período. Foram muitas mensagens, telefonemas, pessoas acompanhando, pessoas pesquisando na internet e até flores com um cartão emocionante (desculpem repetir tanto esta palavra...) que me fez chorar, mas me deu forças para saber que o pior havia passado e que dali para frente era apenas questão de tempo.

Não tenho como agradecer o carinho de todos mas, principalmente, não tenho como explicar quão especial é a minha família. Se tinha algo que me deixava tranquilo quando estava lá dentro, era saber que as crianças estavam com todo o suporte aqui fora. Obrigado a todos, mesmo. Pedro e Bernardo se comportaram maravilhosamente e tudo correu bem. Já estou de volta, ainda em repouso exigido pela médica, mas curtindo cada minutinho que posso até voltar à luta.


beijos do papai-recuperado.

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