A vida está bem tumultuada e, por isso, está difícil escrever aqui no blog. Não é só a chegada de um quarto membro na família, mas isso somado uma série de outros fatores... o tempo vai passando e vamos deixando sem registro. O que é bem ruim já que memórias deliciosas acabarão se perdendo.
Bernardo, por exemplo, tem desenvolvido seu novo vocabulário. Dizem que ele já havia balbuciado mamãe há alguns meses, mas agora as palavras são nítidas e têm significado, embora na maioria das vezes não sejam palavras no nosso idioma. Mas isso me lembra uma fase deliciosa em que nós, e apenas nós, entendíamos tudo o que Pedro dizia. Bê está entrando nesta fase agora.
As palavras que ele mais repete são uma demonstração direta daqueles que estão mais presentes em sua vida. Ele vive dizendo Nanã (que, no caso, é a "mamãe"), Tatai ("papai"), Mão ("irmão") e Tuzz ("Buzz Lightyear", famoso patrulheiro do comando estelar). Arrisco dizer, inclusive, que esta última foi a primeira palavra que ele passou a pronunciar conscientemente, sabendo exatamente o que ele queria.
Com o tempo, porém, "tuzz" passou a ter um significa mais amplo. Agora significa "ei você, me coloca ali sobre a bancada, bem perto da TV, liga o AppleTV, entra no Netflix e deixa que eu escolho com meus dedinhos o programa que eu quero assistir". Sim, eu sei, é incrível o que um bebê consegue dizer com apenas 4 letrinhas.
O vocabulário tem se ampliado diariamente. Ele já reconhece e chama as vovós de "uouó". O vovô também é "uouó", afinal não há motivo para aprender acentuação nesta fase da vida. "Aua" é água, que pode ser normal ou de coco. "Mamá", a primeira palavra que algumas pessoas de forma nem um pouco parcial disseram se tratar de "mamãe", agora significa mamadeira.
Incrível é que ele já começa a se perceber como um indivíduo. É muito comum que as crianças passem uma grande parte do tempo referindo-se à si próprias pelo nome (característica que o Pelé, por exemplo, nunca perdeu). Mas o Bernardo já responde "uu" quando quer dizer "eu". A gente pergunta: "quem quer tomar banho" e ele levanta o dedinho e diz "uu". Papai e mamãe se derretem com a esperteza do filho, aí o mais velho pergunta "quem quer fazer cocô nas calças" e o bebê responde do mesmo jeito "uu". Enfim...
"Oito" é biscoito e ele sempre pede "tês" que, segundo a Suba, significa que ele quer três biscoitos, um em cada mão e o terceiro na boca. Eu já acho que "tês" quer dizer "vai logo mermão", mas só vamos descobrir com o tempo. Agora existem duas palavras que ele pronuncia corretamente, sem chance de má interpretação: "cocô" e "pum". Mamãe, vovó e Suba correm para dizer que "ele agora avisa que vai fazer cocô", mas na verdade todas as vezes que ele vê uma fralda suja ele repete "cocô", mesmo que ali tenha somente xixi (palavra que, aliás, ele nunca falou).
E com isso vamos aprendendo a nos comunicar lá em casa. Não tem brincadeira mais legal do que o moleque gritar "Tataíííí" e eu responder "Bernarrrrrrrrrdo". "Tataíííííííí"... "Bernarrrrrrrrrrrrdo". E assim ficamos a tarde toda. "Tataííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí"... "Bernarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrdo".
Beijos do tataííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí
Bernarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrdo
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