Chutou!

Acho muito estranho quando alguém diz "legal, você vai ser pai" como se o meu filho, o nosso Pedrinho, ainda não existisse. Antes da Li engravidar eu também tinha a estranha noção de que uma pessoa só passa a existir depois que ela nasce. Mas hoje, pai do Pedro, percebo que isso não é verdade.

O meu filho já existe, já tem vida, já interage comigo. Enfim, hoje eu já sou pai. Pensando direitinho sou até capaz de dizer que o Pedro já tem vontade própria e até suas opiniões formadas. Em resumo, ele só faz o que quer (a mamãe já ouviu esta frase em algum lugar, não é?).

Se vocês não acreditam, tentem fazer o moleque chutar quando algum estranho coloca a mão na barriga da Li! Tentem fazê-lo tirar as mãos da frente porque o papai está gastando R$200 na ultra 3D! Pedrinho chuta quando tem vontade, acalma quando quer e mexe quando a gente menos espera.

Mas esta hora de mexer é boa demais. A mãe tem o privilégio de sentir seu filho o tempo todo. O bichinho (é carinhoso falar assim!) está lá dentro crescendo, engordando, aprendendo a se movimentar e alongado seus bracinhos e perninhas. Mas o pai, coitado, precisa ficar sussurrando perto do umbigo da mamãe pedindo um chutinho, uma mexidinha.

Já fiz de tudo: chamo pelo nome, invento apelidos, ponho música, converso, canto rock, canto MPB (a mamãe aproveita e vai corrigindo e me ensinando a letra correta). Já estou quase tentando o funk, "som de preto e favelado, mas quando toca, ninguém fica parado". Isso tudo porque, de verdade, quando ele chuta ou quanto ele mexe, para mim, é simplesmente incrível. É a hora em que me sinto mais PAI.

Pedrinho, estou louco para você chegar logo (na hora certa de chegar)!

Beijos, papai.