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terça-feira, 1 de março de 2011

As visitas

De todos os temas discutidos na aula sábado, este foi um dos mais polêmicos: como lidar com as visitas? Acho que nenhum pai ou mãe saberia dar uma resposta definitiva neste assunto. Queremos muito que as pessoas visitem nosso filho, vejam como ele é lindo, esperto e parecido com os pais. Queremos que ele receba muito carinho de nossas familias e de nossos amigos. Queremos mostrar o quartinho, as roupinhas e tudo o que foi preparado na casa para sua chegada.

Mas nem sempre a visita chega na hora em que gostaríamos, nem sempre fica o tempo que achamos necessário e nem sempre concorda que o nosso filho é lindo e esperto, mas continua achando que ele parece com a gente. Sem dúvida, as pessoas não vão agir exatamente como nós gostaríamos. Mas se é exatamente isso que torna o mundo um lugar tão interessante, qual é o problema?

Como já disse aqui, sou um pai teórico, estudioso e observador. Isso me dá certas vantagens, como falar qualquer besteira e usar a desculpa de que ainda não passei por isso. Usando mais uma vez desta vantagem, vou registrar aqui o que eu acho positivo neste caso das visitas a um recém-nascido. Depois eu conto se as minhas teorias se comprovaram ou não.

Primeira regra: nunca apareça de surpresa na casa de um recém-nascido.

Eu acho que, por mais intimidade que uma pessoa tenha com a outra, aparecer de surpresa é a química certa para o caos. Eu acredito no ditado que "Deus escreve certo por linhas tortas" mas, como não somos Deus, acho que sobre nós vai imperar a Lei de Murphy. Ela seria mais ou menos assim: "se existe uma pequena possibilidade de você chegar na pior hora possível na casa de um recém-nascido, ela sempre ocorrerá quando você chegar de surpresa!".

Então troque o "estava passando por aqui e resolvi fazer uma visitinha" pelo "estou morrendo de saudade de vocês. Qual a melhor hora para eu passar aí?". Na nossa casa posso garantir que também estaremos morrendo de saudade de você!

Segunda regra: acredite, não é pessoal.

Em geral, a casa de um recém-nascido de pais de primeira viagem será a melhor representação possível de um caos. Estamos nos preparando como podemos para evitar que isso aconteça, mas tenho certeza que as coisas fugirão ao controle em alguns momentos. Se isso acontecer justamente na hora que você foi nos visitar, por favor, acredite que não foi pessoal. Em algum momento a nossa vida voltará ao equilíbrio (acho que será mais ou menos quando o Pedro estiver casando, mas enfim...). Por enquanto será o Pedro quem determinará se a casa está em paz e de braços abertos para as visitas ou fechada para balanço.

Se você está lendo este blog é porque eu fiz um sucesso inesperado ou porque é uma pessoa querida. Neste caso, é claro que vamos querer a sua visita. Por favor, não nos abandone! Estaremos loucos para contar as peripécias do nosso filhote (coisas do tipo: o cocô dele mudou de marrom para amarelo...). Mas se por acaso eu disser "acho melhor deixar a visita para amanhã, estamos meio enrolados aqui" não fique triste. E volte a ligar amanhã, para eu não ficar triste, combinado?

Terceira regra: sem frescura, mas com cuidado.

Não queremos uma criança cheia de frescuras. De fresco, basta o padrinho. Mas temos que tomar cuidado com uma criança que ainda está aprendendo a enfrentar as bactérias e vírus deste mundo perverso. Então adotaremos as regras simples de que qualquer um poderá pegá-lo no colo, mas deverá lavar as mãos e, de preferência, usar uma fralda na roupa da rua. Pelo menos no início. Depois ele mesmo vai aprender com o primo a esfregar o biscoito no chão antes de comer e aí, seja o que Deus quiser!

Beijos do papai cicerone.

4 comentários:

  1. Nunca vi um recado mandado com tanta categoria... beijos! E prepare-se para a resposta do dindo!!!!

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  2. Filhos, não esqueçam da vassoura !
    Vovó Soninha

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  3. Tratarei do assunto pessoalmente ...
    Vou respeitar o Blog do pedrinho ...

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  4. Já encomendei 100 litros de álcool 70 na farmácia...
    E que história é essa que "de fresco já basta o padrinho"???

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