Páginas

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe é mãe

Dizem por aí que mãe é mãe. Se for assim, pai é pai, vó é vó e vô é vô. Todos têm espaço no coraçãozinho miúdo de uma criança. Mas é verdade que a mãe é muito mais exigida nos primeiros momentos desta nova vida e acaba criando um laço físico e emocional muito forte. Pai, vô, vó, dinda, tios e tias estão apenas envolvidos na gestação. A mãe está totalmente comprometida.


Carregar uma criança na barriga por trinta e poucas semanas, dividindo energia com uma coisinha que cresce de forma assustadoramente rápida não é mole. Deve ser delicioso também, infelizmente nunca saberei como é o sentimento, apenas posso imaginar. Mas a gestação, na opinião de um observador atento, é um momento mágico e, ao mesmo tempo, de grande agressão à mulher.



Ao mesmo tempo que a mamãe vê crescendo uma nova vida dentro do seu corpo e passa a contar com uma gentileza geral e irrestrita das pessoas que estão à sua volta, seu corpo precisa passar por uma mudança radical e ainda surgem inúmeras pressões sociais. Como se não bastasse o estômago precisar chegar para o lado, a bexiga descer e todo o corpo ser bombardeado por litros e mais litros de hormônios novos, a mãe ainda precisa abrir mão do adoçante porque pode fazer mal ao bebê, a comida japonesa porque pode pegar toxoplasmose, a cervejinha por causa do álcool. Tem que fazer exercício para não ter dor nas costas e não engordar, mas tem que ganhar peso para alimentar o bebê.



Depois vai chegando a hora do parto. Vai tentar normal? Vai fazer cesária? Em qual hospital? Parto de cócoras? Na água? Comeu a placenta? Peraí, como assim comer a placenta?!?! Não pode comer nem salmão cru e vai comer a placenta??? Depois vão inventar que tem que beber o xixi do filho...



Mas se tem uma coisa que a mãe tem de especial quando vê seu filho é o olhar. Podem observar que é um olhar diferente. Quando olhei o Pedro pela primeira vez senti um carinho e um amor inexplicável de tão grande. Este é o olhar de um pai: carinho, amor, proteção. O olhar que a Ligia e o Pedro trocaram, porém, foi diferente. Também tinha carinho, amor e proteção. Mas tinha alguma coisa diferente, difícil de explicar. Se eu tivesse que chutar diria que foi reconhecimento. Como se aquelas duas pessoas estivessem pensando: nunca te vi, mas conheço com você. Olá, sei quem você é.


Este é o primeiro dia das mães da mamãe Liginha. Sei que ela está muito feliz e emocionada e aproveito esta data para fazer o meu olhar de reconhecimento. Li, sempre que vejo você e o Pedro juntos reconheço com orgulho a mulher que eu escolhi para ser mãe dos meus filhos. Reconheço a mulher que me deu a honra e aceitou ser a mãe de meus filhos. Um obrigado enorme de agradecimento por mim, pelo Pedro e por todas as outras crianças que criaremos juntos.



Te amo. Parabéns.

Um comentário:

  1. Duda, já vivi tudo que vc está escrevendo, duas vezes. E por mais paizão que sejamos, temos que confesar que o sentimento entre mãe e filho, é diferente. Tenho que dizer, que me sinto orgulhoso pela mulher que vc escolheu para ser mãe do meu(s) neto(s).

    Beijos

    Vovô ( oficial e único)

    ResponderExcluir