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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Chulézinho

O Pedro tem chulé. Eu acho estranho um bebezinho de cinco meses ter chulé. Ainda mais um bebezinho tão cheirosinho, limpinho e gostoso como o Pedro. Mas ele tem chulé. Não é aquele fedor de adolescente que passou o dia de All Star sem meia, mas quando ele fica suado depois de um dia de calor, tem cheirinho. Acho estranho, mas também acho bonitinho. Coisa de pai.

Mas este post não é apenas para revelar características odoríferas e constrangedoras do meu menino, é para contar como a saudade do filho pode chegar de maneiras bem inusitadas. A história do chulé é um exemplo. Estava eu no metrô um dia desses quase chegando no escritório depois de rodar pelo Rio de Janeiro. Estava concentrado na leitura de um livro quando chegou na minha estação. Fecho o livro, desço do trem e com o canto do olho capturo a palavra "chulé" em uma propaganda. Imediatamente lembrei do Pedro! Imediatamente uma frase se formou na minha cabeça: "ai que saudade do meu chulézinho!".

Engraçado que eu ainda não tinha me referido ao Guigo assim. Mamãe e eu já tínhamos conversado sobre o chulézinho do garoto, mas só isso. E de repente, do nada, no metrô a frase "saudade do meu chulézinho" aparece na minha cabeça. Comecei a rir e ao mesmo tempo fiquei emocionado de lembrar o chulézinho, que eu não via há quase quatro horas!

Desde que o Pedro nasceu e eu voltei para as ruas, sempre que eu vejo um bebê fico com cara de babaca. Não vejo a minha cara, mas tenho a consciência que ela assume imediatamente a cara de bobão-babão. Aliás, qualquer criança me faz lembrar imediatamente da minha criança, que está em casa dando vários sorrisos perdidos. Perdidos no sentido de que eu não estou lá para vê-los!

E assim segue o meu dia: trabalhando, batalhando, suando a camisa e ficando estressado. Mas de repente um lampejo me lembra que falta pouco para eu chegar em casa e ser recebido com um sorriso. Falta pouco para eu beijar a barriguinha do Pedro e ouvi-lo dando gargalhadas. E falta pouco para eu beijar, morder os seus pés em forma de risole e sentir aquele chulézinho gostoso!

Beijos do pai



2 comentários:

  1. A saudade dói....
    Mas o sorriso que nos recebe compensa a dor de toda a ausência.
    Bjs Vovó Soninha

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  2. Meu deus!!!!!!!!!! Fiquei emocionada lendo esse post!!!!!
    Q. saudades de vcs três!

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