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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Diversão no Jardim Botânico ou A Dinâmica do Parquinho


Então chegamos no parquinho, Pedro sentadinho no carrinho e o papai empurrando atrás. Logo que reconheceu o local e percebeu as dezenas de crianças correndo de um lado para o outro o Pedro se sobressaltou e, por pouco, não simplesmente saltou do carrinho e saiu correndo. Dei uma segurada nele, estacionei no canto, tirei os tênis do rapaz e soltei a fera!

Como sempre, foi muito divertido. De novidade o Pedrão desta vez pediu para subir no balanço e adorou. Das outras vezes que eu o coloquei em um balanço, ele ficou meio cabreiro e logo pediu para descer. Desta vez ele morreu de rir todas as vezes que foi e voltou. E depois ficou pedindo para trocar de balanço. Do azul para o verde. Do verde para o amarelo. Do amarelo para o verde...

Ele também brincou na casinha, no cavalinho, no escorrega e ficou apontando a água que tem no meio do parquinho, mas ficou bastante tempo mesmo foi na caixa de areia junto com outras crianças. Eu tinha levado um baldinho, algumas pás e bichinhos que ele usou bastante.

Só que a vida e a dinâmica de um parquinho é muito interessante. Primeiro que é uma grande mistura de crianças, como se fosse um caldeirão. Tinham bebês bem pequenos, com menos de um ano, e crianças com dez anos. Tinha criança de todas as cores, cariocas, gringas e brasileiras de outros estados. Algumas eram de famílias ricas, outras de famílias menos abastadas. Todas estavam acompanhadas por pais, mães, tias, vovós e/ou babás.

Nesta estória o caldeirão também tem outro sentido. Todos estavam se divertindo, mas ao mesmo tempo dá para sentir um clima tenso no ar. As crianças brincam juntas e interagem, então a qualquer momento pode dar merda. Uma criança joga areia no olho de outra, pega o brinquedo ou acerta o balanço na cabeça de uma mais distraída e o caos pode rapidamente se instaurar. Por isso os adultos ficam controlando o caldeirão para o caldo não entornar.

Além disso, todo adulto quer aproveitar o momento para educar o seu filho, então as frases mais ouvidas são "deixa o amiguinho brincar com a sua pá", "este brinquedo é do amigo, pergunta se ele empresta", "desce um pouco para a amiga brincar também" ou "não pisa na cabeça do bebê com esta força toda porque os olhinhos dele podem pular para fora da órbita".

Enfim, é uma mistura interessante de diversão com adrenalina. Mas há uma coisa que as crianças do parquinho têm e que, infelizmente, irão perder conforme forem virando adultas. No parquinho todos são amiguinhos e amiguinhas e isso lhes dá uma liberdade tremenda.

Saí de lá imaginando se o mundo não seria muito mais legal se nós adultos mantivéssemos este sentimento de que o outro adulto sentado à mesa ao lado no restaurante é apenas o nosso amiguinho e que podemos simplesmente pedir para brincar ou conversar com ele sem que isso signifique um assédio, uma loucura ou um assalto. Será que o caldo entornaria?

Beijos do amiguinho de vocês.

Esta foto não tem nada com o post, mas eu coloquei aqui porque...
...ele tá tão lindo!

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