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domingo, 7 de outubro de 2012

Estrela aos 36 não é mole


Um filho de um ano e meio cheio de energia e algumas latinhas cerveja nas férias nos deixa com uma certa ilusão de que somos crianças novamente. Depois de correr de um lado para o outro, chutando as bolas de futebol, gritando gooooool, jogando bola no telhado, correndo atrás das cachorras e rindo de gargalhar, já não dava muito para saber quem era a criança e quem eram os pais.

O moleque, que veio com baterias extras, estava tão feliz fazendo farra que tinha energia sobrando, pra dar e vender. E foi então que o papai e a mamãe resolveram usar um pouco desta energia para mostrar a ele como se dá uma estrela na grama. É estrela, sabe? Aquela pirueta que fazemos com os braços e pernas esticados como se fôssemos ginastas em uma competição de solo. Tudo bem que este movimento está na introdução do solo, deve ser a primeira lição da ginástica olímpica, mas para nós que nunca fomos ginastas, costumava ser uma brincadeira interessante.

Só que a ultima vez que demos uma estrela nós deveríamos ter, sei lá, dez anos?! Ou seja, já faziam uns bons anos que não tentávamos a tal pirueta facinha de dar. Na hora não fiz nem a conta de quanto anos se passaram porque eram as férias e este assunto podia me deixar um pouco deprimido. Mas, enfim, faz muito tempo. "E daí..." pensei enquanto me preparava para apresentar o ousado movimento ao Pedrão. "Fazer estrela é igual a andar de bicicleta, a gente não esquece nunca".

O moleque, já prevendo que o papai faria algo novo, inusitado e engraçado estava olhando ansioso, esperando para ver o que sairia daquela apresentação na grama. "Então vamos lá, não é difícil, 1, 2, 3 e já....". E no meio da corridinha que precede a pirueta eu rapidamente me lembrei que não tenho mais dez anos e que vinte e seis anos pesam pra ca$€|*¥~ (palavra censurada porque tem criança que lê o blog).

Os braços não esticam, as pernas pesam, os joelhos rangem e dá um medão danado de cair de cabeça. A pirueta, que deveria parecer uma estrela,, lembra muito mais um caramujo bêbado dando cambalhotas e quando os pés aterrissam no chão, a sensação que sobra é que fui atropelado pelo carrinho do Pedro, mas estou feliz de não ter me estatelado de cara na grama. A Ligia, muito incentivadora, grita lá no fundo "Caraca que estrela horrorosa!!!" e o Pedro ainda está decidindo se deve rir ou sair correndo para chamar uma ambulância.

Como a vingança vem dando piruetas mortais, mamãe Ligia também resolveu tentar e mostrar como é que se faz. Terminou o belo e gracioso movimento com o músculo da coxa distendido. No final o moleque riu muito e tentou sua própria versão de estrela, que além de mais segura é muito mais engraçada, divertida e bonitinha!

Beijos de estrela dolorida.

"Não parece mais uma boa ideia... posso desistir?"

"Sobe perna, sobe perna. Vai! Vai!"

"Estrela estilo perereca plantando bananeira"

"Oba, aprendi!"

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