Quando eu era criança, bem mais velho que o Pedro é agora, havia alguns dias da semana em que eu ficava em período integral na escola. Em um destes dias, às quartas, meu pai me buscava e saíamos para almoçar juntos. Era uma tradição que eu adorava pois, além de ser mais divertido do que almoçar na escola, eu me sentia um pouco adultinho, sabe? Tipo, era o dia em tínhamos "conversas de homem para homem".
O Pedro e meu pai também já têm as suas tradições. Duas vezes por semana meu pai vai buscá-lo na creche. Chova ou faça sol o vovô está lá esperando por ele. Quando não vai é porque tem um assunto muito sério e os dois ficam chateados. Hoje em dia o Pedro não chega a reclamar, como fazia antes todas as vezes em que encontrava a Salete sozinha na recepção esperando por ele. Mas a diferença na animação quando o vovô está é notável.
Há algumas semanas o vovô precisou faltar duas vezes seguidas a este compromisso, mas quando ele apareceu foram sorrisos de orelha a orelha. Do moleque e do vovô, é claro. Quando comecei a escrever este post pensei até em chamá-lo de "Duas crianças" porque é assim que os dois ficam, como se fossem duas crianças soltinhas na marola.
Esta semana, por exemplo, Ligia e eu chegamos mais cedo em casa e por pouco não cruzamos com o vovô. Ele havia saído há menos de cinco minutos e assim que abrimos a porta o Pedro nos viu e gritou "Vovôôôô". Ele sabia que éramos nós chegando, que não era o vovô voltando, então concluímos que ele estava nos contando que o vovô estava ali e tinha acabado de sair. E ele em seguida começou a nos contar várias coisas que nós, infelizmente, não compreendemos porque não fomos capazes de assimilar o seu idioma pedrês.
No dia seguinte de manhã, como também já virou costume, meu pai me telefonou para perguntar como o Pedro tinha passado a noite e me contar como foi divertido o dia anterior. Me contou que foi buscá-lo de carro por causa da chuva e que não havia vaga, então a Salete desceu e foi até a recepção da creche. Quando o Pedro viu o vovô no carro fez a maior festa. Depois meu pai conta todas as brincadeiras, descobertas e novas palavrinhas que o Pedro tenha dito. Ouvi-lo contando é quase tão divertido quanto presenciar estes momentos.
Vovô e Pedro também têm uma outra tradição: dançar como loucos no carro do vovô. Eu já sabia que o Pedro se divertia no carro do vovô pelas estórias que os dois me contam. O Pedro já acordou várias vezes dizendo "carro vovô, carro vovô!". Mas presenciar mesmo a festa que é o carro do vovô eu só presenciei em Terê. Mas aí o Post já ficou muito grande e terei que contar esta estória amanhã...
Beijos do pai-filho.
"Vovô, presta atenção como faz..." |
"Não vovô, faz direito cara!" |
"Vovô, ganhei este chapéu hoje... e cabe na minha cabeça!!!" |
"Ai vovô, você é tão engraçado!" |
"Ai ai, o carro do vovô é tão mais animado..." |
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