A questão é que mantenho este segredo escondido do Pedro para que ele não se sinta tão desconfortável perante lindas cigarras, admiráveis besouros e baratas fofas. Mais ainda para ele não ficar dando escândalo porque tem um mosquito de banana voando por perto. Como esta relação afetuosa com insetos é congênita, estamos fazendo um trabalho sério e consistente para ele lidar melhor com os tais bichos do que certos adultos que o cercam.
Mas, para isso, precisamos de uma certa colaboração dos bichos, certo? E não é que os bichos escrotos são... como posso dizer... bem escrotos. Abre parênteses: a palavra "escroto" não é palavrão e cabe perfeitamente neste blog-família. Tecnicamente é uma palavra tão comum e nobre como qualquer outra usada em anatomia. Assim como as palavras "dedo", "olho", "coração" ou "cotovelo" apenas descreve uma parte do corpo. Então, por favor, não me julguem mal. Fecha parênteses. Voltando aos bichos. Eles não têm colaborado com a nossa campanha. Afinal, como explicar o foto do Pedro ter sido mordido por dois bichos na mesma semana?!
Segunda-feira estávamos no play da nossa casa. Enquanto eu terminava minha sessão matinal de tortura chamada "ginástica", Pedro brincava com um primo de quinto grau no brinquedo de madeira das crianças. De repente escuto um choro desesperado e saio correndo para vê-lo debater-se por causa de uma mordida de bicho. Não vimos o bicho, mas desconfio que foi uma formiga. Pedro chorou de dor, mas também ficou magoado, sem entender o motivo de ter sido mordido.
O engraçado é que ele sofre pela dor e pela visão do machucado. Por isso ele gosta de esconder o local da mordida, geralmente grudando a ferida em nosso corpo. Ele já fazia isso quando era pequeno e continua fazendo agora. O seja, ele ficou no meu colo com a perna mordida dobrada e colada na minha barriga e os braços agarrados no meu pescoço. Só aliviou um pouco quando começamos a jogar "ágüinhagelada" com ele pediu.
Pois bem, passou a semana e no domingo fomos ao aniversário da tia Lauretts em uma casa de Santa Tereza. Pedro estava livre-leve-e-solto brincando com crianças mais velhas que ele, correndo de um lado para o outro e se achando o menino grande quando, de repente, começa a gritar e se sacudir com algo que havia lhe mordido a barriga. Novamente não vimos o bicho, mas o aspecto da mordida foi avaliada por profissionais competentes* que estavam no local e a conclusão final é que deve ter sido outra formiga. Passamos gelo, pomada e álcool, mas daí para frente o moleque ficou amuado no meu colo.
Beijos do papai
* profissionais presentes na avaliação: médica, biólogas, ecólogo, química, psicóloga e engenheiro. O parecer final foi: passa gelo que deve ter sido uma formiga.
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ResponderExcluirE o mais fofo foi quando disse que ia matar o bicho e ainda assim ele defendeu o inseto dizendo "não precisa, mamãe, ele era pequenininho, tadinho". Meu pequeno rabugento é demais!
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