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sexta-feira, 4 de março de 2011

Feliz Aniversário, dindo

Tenho poucas lembranças de quando eu tinha quatro anos, mas uma imagem sempre foi muito forte na minha memória. Eu estava em pé do lado de fora de uma parede de vidro, como se fosse uma vitrine, e do outro lado uma enfermeira levantou um bebezinho minúsculo, que chorava muito e estava todo vermelho. Isso foi o que ficou mais claro na minha cabeça, aquela criancinha era muito vermelha! Então, meu pai falou "este é o seu irmão".

Isso aconteceu há trinta anos e acho muito engraçado que eu não tenho a menor lembrança de como eu cheguei à maternidade, de como era a minha mãe grávida ou do que aconteceu depois. Mas o momento em que o vi pela primeira vez ficou marcado na minha memória e, com certeza, nunca mais sairá. Alguns anos depois, eu ainda era criança no curso de inglês e a professora nos pediu para escrever sobre o dia mais feliz de nossas vidas. Foi sobre este mesmo momento que eu escolhi escrever. Foi o dia em que eu comecei a aprender que ter um irmão é muito bom!

(meu irmão, por exemplo, tirou a sorte grande porque ganhou um irmão ótimo!)

Hoje aquele bebezinho vermelho faz 30 anos e está se preparando para ser o padrinho do meu primeiro filho. Muita coisa aconteceu entre estes dois momentos mas, ao mesmo tempo, fico com a impressão de que vida passou rápida demais! Que não deu tempo de brincar tudo o que deveríamos ter brincado, que ainda poderíamos ser crianças por muitos anos e que ainda temos muito o que conversar.

Como dois bons irmãos também brigamos bastante! Ficamos muitas vezes de castigo no quarto, de cara para a parede, por causa de uma briga. Meu irmão, por exemplo, tinha mania de jogar as coisas em mim quando brigávamos. Uma vez, porém, ao jogar um playmobil que estava em sua mão durante uma briga o brinquedo caiu pela janela do apartamento onde morávamos e ele começou a chorar (ele adorava os bonequinhos de playmobil dele). No início achei muito engraçado, mas depois fiquei com pena e desci com ele para procurar na garagem. Não achamos mais o boneco e ele continuou jogando as coisas em mim no meio de uma briga.

Em geral, porém, tivemos uma convivência bem pacífica e eu gostava muito quando ele, pequeno, me chamava de seu "rimão". Para a maioria das pessoas era apenas um jeito errado de uma criança falar. Para mim sempre foi um apelido carinhoso. Mais do que um irmão, eu era O rimão. De repente, o rimão mais novo cresceu, é gerente financeiro de uma multi-nacional, está quase casando (viu Ju, continuo dando uma força!) e hoje completa três décadas. Nossas brincadeiras mudaram do playmobil para a meia-maratona que corremos juntos e já faz muito tempo que ele não joga nada em mim.

Mas para mim, no fundo, ele continua sendo um neném (chorão e vermelho) e que vai crescendo "de gavarinho". Continua me mostrando todos os dias que é muito bom ter um irmão e é por isso que o Pedro, mesmo antes de nascer, já sabe que pode esperar um irmãozinho (ou uma irmãzinha) caçula.

Feliz Aniversário, Nando.

Beijos, seu rimão.

A cabeça continua sendo de gordinho... olha a cara de felicidade do moleque!

Sem comentários...

Companheiro de corrida

5 comentários:

  1. Duda, ter irmão deve ser uma coisa muito boa. Principalmente igual a vcs dois. Me orgulho muito de vcs e da amizade entre os dois. Nem fico com ciumes quando ele leva os problemas dele para vc ao invés de falar comigo (talvez um pouquinho). Isso mostra a confiança que ele tem no RIMÃO.Amo vcs de todo o coração.

    Pai e Avô

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  2. Você esqueceu de contar que foi você que escolheu o nome dêle, e que até hoje êle agradece.O carinho entre vocês sempre foi muito grande.A primeira coisa que você fez quando Nando chegou do hospital foi dar à êle o seu travesseiro, aquele travesseiro que você não se separa até hoje e que Dona Elza muito carinhosamente reformou para você.Bjs Mamãe

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  3. Nandinho, FELIZ ANIVERSARIO!!! Mais uma vez o blog do Pedrinho vai fazer voce chorar, tenho certeza. Vai fazer a Ju sorrir muito e a Ligia pensar que vai precisar MESMO voltar a ser magrinha depois que o Pedro nascer... Beijos! Eliane

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