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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Chove Chuva!


Depois da confusão do supermercado no primeiro dia o Pedro dormiu no carrinho e fomos almoçar no café La Bela, como comentei aqui. O almoço foi um ótimo desacelerador e quando o Pedro acordou no carrinho, com aquela carinha de "donde estoy" e o cabelo todo pra cima e amassado, papai e mamãe já estavam mais calmos e prontos para mergulhar em bolas gigantes de Fredo e voltar para o quarto do hotel. Só que quando saímos do restaurante em direção ao hotel (a sorveteria ficava no caminho, pois um dos critérios de escolha do hotel era ter pelo menos duas lojas do Fredo no máximo a três quadras), Pedro começou a indicar as direções que ele queria seguir.

"Atí, ali, atí não...". Fomos nos afastando de nossa rota, mas felizes em ver que o menino estava começando a curtir mais a viagem. Parecia até que ele sabia para onde ir, pois fomos adentrando na praça em frente ao cemitério da Recoleta. Ou seja, ao invés de sair do buxixo, as ordens dele nos levaram direto para o centro nervoso do turismo brasileiro na Recoleta. Sim, porque a única coisa que eu não encontrei nas ruas de Buenos Aires foram argentinos. Mas fomos andando, andando, andando e de repente nos vimos de frente ao shopping Buenos Aires Design.

Queríamos muito ir a este shopping e, principalmente a uma loja chamada Morph porque sabíamos que encontraríamos objetos bacanas. Então... por que não? Descemos as escadas rolantes e mergulhamos na loja. Pedro, claro, quis descer do carrinho nos primeiros 2 segundos de loja e ficou mexendo em absolutamente tudo. Foi uma repetição do supermercado, mas nesta hora mamãe e papai já estavam mais calmos e descansados. Apesar disso, controlar os 15 bracinhos que o Pedro tem nestas situações não é fácil. Tanto que uma agente de segurança veio reclamar com a Ligia. Minha primeira reação foi de indignação, mas... ela estava certa. O monstrinho estava tocando o maior rebú na loja e deixando tudo espalhado.

Bem, depois de quase uma hora rodando a loja com a coluna torta, olhando onde o moleque mexia e brincando de reposição das prateleiras, resolvi olhar lá para fora na cobertura de vidro e descobri que algum argentino sacana tinha ligado o chuveiro de São Pedro sobre nós. Sério, aquela chuva não era de Deus! Parecia que Santa Perón queria lavar a brasileirada de su Buenos Aires querido em um jorro só. E nós, tipo... e agora? O moleque de volta à força total, correndo na velocidade da luz pelo shopping.

Teve uma hora que eu falei para ele "Pedro, sério, tô de altos. Não sei brincar disso, vou embora do play". Mas o cara não deu a menor bola! Achou o maior barato ficar brincando na porta automática do shopping. Corria para perto, a porta abria, ele caía na gargalhada, voltava correndo, derrubava uma velhinha aqui, uma prateleira de obras de artes ali, caía na gargalhada, voltava para abrir a porta... ufa! E a chuva não dava trégua. Era muita água e brasileiro à beça para molhar! Desistimos de esperar e resolvemos enfrentar a tsunami que vinha do céu.

Por sorte, havíamos comprado um guarda-chuva bonitinho para o Pedro na tal da Morph e em uma esperança inocente cogitamos o fato dele aceitar ficar sentado no carrinho segurando seu guarda-chuva novo sobre a cabeça enquanto enfrentávamos o dilúvio. "Ligia, duvido que ele vá ficar quieto no carrinho, mas enfim, vamos tentar". E fomos nós para descobrir que... o moleque adorou! Ficou sentadinho e paradinho no carrinho! Segurando o guarda-chuva que nem gente grande. Lindo demais!

Queríamos tirar algumas fotos, mas o nosso case para fotos submarinas ficou no Rio, então vocês terão que usar a imaginação.

Besos molhados.

"Esse papai, preocupado com uma chuvinha boba...."

Um comentário:

  1. Quem conhece a Morph com suas milhares de mercadorias coloridas pode imaginar Pedroca solto por lá...

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