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sábado, 31 de maio de 2014

Reims e Bastones

Acordamos supertarde e até arrumarmos tudo para fazer checkout e sair, acabamos perdendo o último horário da manhã da visita a qualquer champanheria da região. Mamãe queria ir na Tattinger ou Pomery (que fica em um castelo lindo) mas papai leu o livro da viúva Clicquot e estava doido para ir lá. Então fomos. Foi a visitação mais chata que fizemos neste estilo e Pedro ficou bem entediado, assim como todos nós, mas em criança tem outro efeito. 

Ao descer nas caves o clima mudou, pois o pequeno entrou numa mistura de medo e curiosidade, achando que ali embaixo, naquele lugar escuro e cheio de túneis morava o dragão. Então hora ele queria ficar no colo e ir embora e hora ele descia do colo pois tinha se armado de coragem para matar o inimigo e proteger a mamãe. "Mamãe, não precisa ter medo, eu mato ele!". 

No final valeu pois vimos uma garrafa achada em um naufrágio de 1825, que ainda está boa (quem achou o lote doou três garrafas para a Veuve Clicquot, uma o especialista bebeu, a outra ele escondeu e a terceira foi para exposição) e eu descobri o motivo de não gostar tanto desta champanhe: é a única feita com predominância de pinot noir e eu não curto esta uva. Acho forte. É a marca registrada da Veuve. Segundo a guia, qualquer pessoa que tenha o mínimo de conhecimento em vinhos reconhece uma Veuve Clicquot. Achei muito legal isso. 

De lá partimos para Bastone, mas Pedro só acordou na hora que estávamos indo embora da cidade. Se deparou com um tanque de guerra e achou aquele "robozinho" sensacional. Tivemos que ficar procurando robozinho por um bom tempo até chegar em Bruxellas. 




No parquinho fazendo hora para a Veuve Clicquot abrir.

Muito chique este pequeno.

Pedro adorou o cartaz com o "avião-balão".

E quis ele mesmo bater uma foto.

Com medo, no colo do papai.

A garrafa de 1825!

Um brinde à ocasião.

Que delicia de momento.

Em Bastones, assim que acordou, vendo o "robozinho"

Chegada na França

Para nossa experiência de vôo (digo isto pois tenho certeza que nenhuma é 100%, nós que não voamos o suficiente para ter o primeiro problema), Air France e KLM são as melhores companhias aéreas. E ainda prefiro a KLM pelo simples fato de não pousar no charles de gaule. Tenho implicância mortal com este maldito aeroporto.

Para variar, descemos na pista e um ônibus aquecido a 300 graus nos levou por um longo e tenebroso caminho até a entrada do aeroporto. Eu fiquei impaciente e Pedro também, claro. 

Ao entrar, relaxamos e nosso pequeno quis fazer número dois. Ser pai é uma constante aventura! Depois foi pegar as malas que já nós esperavam e buscar o carro. Pedro ficou animadíssimo que papai estava "comprando" um carro novo e queria um pra ele também. Ficou um tempão escolhendo. Chegou a conclusão de que o vermelho pequenino era o melhor (um Porsche - o moleque já sabe escolher!). 

Tudo pronto, pé na estrada, rumo a Reims. Ele achou o lugar lindo! Para manter o clima de festa tratamos logo de achar um parque para Pedro brincar. Diversão garantida. Depois fomos relaxar na piscina indoor do hotel e saímos para finalmente comer. Pedro dormiu na esquina para nosso desespero pois já eram umas cinco horas. 

Nada de entrar no fuso. Desmaiei às dez e papai logo em seguida. Só escutávamos de vez em quando uma vozinha ao fundo dizendo "eu não estou com sono, eu quero brincar". E por volta da meia noite a vozinha sumiu. Pedro finalmente dormiu também.



Na rua do nosso hotel a caminho da procura de um parque

Achamos e olha a cara de felicidade do pequeno! Havia chuvido e mamãe correu na venda da esquina para comprar papel para enxugar os brinquedos.

Com papai na piscina indoor mas não aquecida. Coisa pra macho!

 

Mamãe finalmente provando um Bollinger. Realmente muito gostoso!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Baby in Bélgica

Resolvemos, sabe-se Deus por que, combinar a festa de 40 anos da tia Luba com uma ida a Bélgica. Que papai e mamãe iam amar, não havia dúvida, mas já Pedro... Enfim, para variar, depois de "rodar quase toda a Europa" em pensamento para escolher um destino, consideramos a Bélgica a melhor opção. Antes do Pedro, o mundo era o limite de nossa imaginação até faltar uma semana para férias, quando tínhamos que escolher algo e assim fazíamos. Agora o planejamento tem que ser maior, embora uma semana antes da viagem não tivéssemos hotéis escolhidos nem carro alugado o que quase dava margem a mudar o roteiro. Mas seguimos em frente e descemos em Paris sabendo que nosso primeiro destino seria Reims.

Já estivemos antes em Reims, também como primeiro destino de uma viagem sensacional de volta a França em 18 dias, entre as quatro melhores de nossas vidas, que fizemos com um casal de amigos amados demais. 

Mas antes de falar da viagem em si vou começar pelo vôo. Estávamos realmente apreensivos com 10 horas de vôo com o Pedro. Ainda mais um vôo que parecia estar lotado. Ao entrarmos no avião ainda descobrimos que os dois únicos lugares em que a poltrona não levanta o braço são nas primeiras fileiras de cada categoria e na nossa!!!! Deu aquele frio na barriga mas não tinha o que fazer além de rezar e ter uma boa anotação mental de quais fileiras nunca escolher (no final do post explicou para os pais que como nós não sabíamos a malandragem). Não somos fãs a toa da Air France. A comissária deve ter visto nossa cara de desespero e veio dizer que o vôo estava vazio e que poderíamos tentar trocar de lugar quando o embarque terminasse. E o melhor: ela não saiu do nosso lado até poder nos dizer para trocar de lugar pois o avião tinha fechado as portas. 

Sério, nosso anjo da guarda é FOD...  PRA CARA.... ! O vôo não estava cheio, viemos deitados e Pedro dormiu o vôo inteiro. Acordou animado, assistiu filme e logo pousamos. Nota 1000.

Dica: papai havia escolhido a fileira 39 porque era a primeira fileira de apenas três cadeiras no meio. Assim não teríamos companhia caso Pedro desse defeito. Acontece que, sendo a primeira fileira onde não casava o número de poltronas com a fileira da frente (três na nossa, quatro na frente), não havia como instalar as mesinhas no encosto da frente. Assim, a opção dos engenheiros da Airbus foi usar aquelas cadeiras que a mesinha fica embutida no braço. Consequência: o braço não levanta e não teria como o Pedro esticar as perninhas... ainda bem que mudamos.




sábado, 10 de maio de 2014

Corre cavalinho!!!

Uma das primeiras brincadeiras da viagem no hotel foi a corrida de cavalos. No caso, Pedro e Rafa eram os cavaleiros (com espada e tudo) enquanto papai e titio eram os cavalos. Titio tinha até nome: poeira. Até hoje não sabemos se foi uma homenagem à música da Ivete ou se foi porque o outro cavalinho corria tanto, que o deixou para trás comendo poeira.

O cavalinho do Pedro, por outro lado, chamava-se apenas "cavalinho". Apesar de ser bem tratado, bem alimentado e receber carinho e atenção todos dias, na hora da corrida o cavaleiro não tinha pena. Segurava firme nas rédias (no caso, meus cabelos), batia forte com os calcanhares (ufa, faltaram as esporas) e gritava: "coooooorre cavalinho!!!".

O cavalinho, muito bem treinado, corria na hora. Mas, carregando 14 quilos nas costas, logo se cansava. Então ele tinha o costume de olhar para trás e ver, no meio da poeira, que havia conquistado uma certa vantagem de terreno para o outro competidor. Com isso resolvia aproveitar para descansar um pouco as pernas.

Só que o cavaleiro Pedro foi treinado no BOPE da montaria, onde não há descanso e um cavalinho sério, que pretende usar a cela preta, não pode desistir. Se não estiver aguentando, pede pra sair. Ou então, coooooooorrre!!!

Beijos do papai-cavalinho

Didi tentou...

...teve boa intensão...

...mas não aguentou e pediu pra sair.

Poeira aguentou até o final

Embora perpetuando o segundo lugar.

Ok, nem o tempo todo.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ensaio para ter dois filhos

Em um dos quinhentos feriados de Abril fizemos uma viagem para o Portobello e levamos o Iel Rafa junto. Sabíamos que isso seria a garantia de diversão para o Pedro porque, com o Iel Rafa, qualquer passeio para a esquina se torna um programão. Imaginem passar três dias juntos em um hotel em frente à praia?!

Mas confesso que estávamos ansiosos pelo resultado, pois era a primeira vez que o Rafa viajava com a gente sem sua mamãe por perto. Também era a nossa primeira experiência com duas crianças, o que não deixa de ser um ensaio para quando o Pedro arrumar um irmãozinho ou irmãzinha, né? Então fomos felizes, passamos na Barra da Tijuca para pegar o Iel Rafa e partimos para a nossa aventura.

Para sermos completamente justos, não estávamos tão desamparados assim. Vovó Beth, Didi e Titio nos encontrariam no hotel, então éramos um staf de peso para cuidar das duas crianças. Aliás, suspeito que a presença de toda a equipe foi um dos fatores que convenceram a mamãe do Rafa. Em suas palavras "não é que eu não confio em vocês sozinhos com as duas crianças... mas acho que seria muito pesado...".

No final preciso confessar também que as duas crianças juntas, às vezes, pareciam ser dez crianças correndo e pulando pelo quarto. Mas tudo correu bem, todas as crianças e adultos se divertiram demais e, pelo menos para mim, a experiência de ter dois filhos continua parecendo tranquila. Tranquilamente trabalhosa, caótica e louca. Mas deliciosa, pois adorei ter uma turminha de manhã no quarto para começar bem o dia (lembrem-se, era dois, mas parecia uma turma!).

Menção honrosa para o primo Iel Rafa que se comportou maravilhosamente bem! Não deu defeito, não brigou, obedeceu e foi carinhoso com todos. Ficou um pouco constrangido de tomar banho sem a mamãe no primeiro dia e chegou a chorar um pouquinho, mas depois desencanou e passou a ser o vencedor da corrida para o chuveiro nos outros dias. Além disso a convivência dos dois foi ótima e em um dia o Pedro já estava fazendo xixi sozinho no vaso, escovando os dentes na pia do banheiro (lá em casa ele costuma escovar no banho) e escolhendo o próprio almoço no buffet. É o poder da observação do primo mais velho.

Mas o que mais valeu foram duas reações que as crianças tiveram. A primeira foi o Rafa dizendo espontaneamente no carro, na volta para casa, que a viagem para o hotel tinha sido muito divertida. A outra foi o Pedro acordando no dia seguinte. Suas primeiras palavras foram "Acho que estou com saudades do Iel Rafa...".

Beijos do papai-duda-tio-dudu

Tá confortável aí, tia Lili?

"Corre cavalinho, coooooorre!!!"