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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Essa casa é minha...

Pedro está soltando a língua e, como era de se esperar, cada dia solta uma nova pérola. Como ainda não tem um pingo de censura em suas falas, muitas vezes deixam papai e mamãe morrendo de vergonha. É claro que aproveitamos estes momentos justamente para ensiná-lo que não precisamos (na verdade, não devemos) botar para fora tudo que vem à nossa cabeça e que as regras de educação e convívio social requerem, além das palavrinhas mágicas (dá licença, por favor, obrigado, bom dia etc.), que deixemos alguns pensamentos ocultos.

Um dia desses estávamos em casa iniciando o nosso dia naquela tranquilidade peculiar de quem tem uma criança de dois anos em casa. Pedro voando com o "vião" de um lado para outro, papai se arrumando para malhar enquanto enquanto tomava café da manhã em pé, mamãe preparando a bolsa da creche e Salete lavando uma mamadeira ou chupeta. Brinquedos já estavam espalhados pela casa e o colchão que a Salete dorme estava ocupando todo o chão do corredor que liga a sala aos quartos (Pedro achou que ficava legal ali).

Toca o interfone avisando que o "Andé" (André, o personal) tinha chegado e o Pedro grita lá de dentro "quem ié?". Salete responde que o professor chegou e quase que imediatamente toca a campainha: era a menina que iria começar a massagem-tortura na Ligia. Abri a porta para deixá-la entrar, já pedindo desculpas pela confusão enquanto engolia uma geleia de mocotó e com outra mão calçava o tênis.

Pedro olhou aquela desconhecida entrando e já falando "oi" para ele e sua mãe e manda direto na lata da menina "Nããão! Essa é a minha casa, não é a sua casa não!... Não é a sua casa não!...". Pedro tem a mania de repetir a palavra "não" várias vezes na mesma frase, para deixar muito claro o que ele está querendo dizer. Expliquei a ele que a casa era nossa e que deveríamos receber melhor as pessoas, mas nesta hora acho que ele já estava voando novamente com o "vião" em direção ao quarto.

Beijos do papai-duda.


Um comentário:

  1. Quem diria, hem, Pedro... com essa cara de anjinho da foto! Fez igualzinho ao Mig, nosso ex-vizinho de porta; sorridente e gentil quando não estava em casa. Mas, tenta se aproximar da casa dele: porta batida na cara, "sai, sai", "minha casa", etc & tal. E mãe e pai mortos de vergonha!!!

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