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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Pedro e seu primeiro caldo

Pedro é menino do Rio, apaixonado por praia e frequentador desde muito pequeno. Desde sempre gosta de entrar no mar e correr das ondas. Também sempre gostou de cavar buracos próximos ao mar, onde a onda vem e faz uma "piscina".

No final de semana passado, quando o sol apareceu e nos brindou com dois dias maravilhosos de praia, não foi diferente. Mamãe passou a mão no Pedro e foi correndo para praia enquanto eu precisei ir até o centro da cidade resolver um problema de trabalho. Logo que tudo estava resolvido, também corri para a praia e cheguei a tempo de ver o moleque se divertindo pra valer junto com outras crianças em um buraco bem grande perto do mar.

Parece que um pai com muitos filhos levou uma daquelas pás de obra para fazer um buraco grande o suficiente para todos os seus filhos (e os filhos dos outros pais que estavam ali por perto). Logo que eu cheguei, meu telefone tocou e o tal problema que estava resolvido se mostrou não tão resolvido assim. Então estava eu ao telefone enquanto o Pedro brincava no meio do tal buraco, junto com mais duas ou três crianças. Bem pertinho dele, acompanhando tudo com olhos atentos, mas de costas para as ondas estava a mamãe.

E tudo estava calmo quando uma mega onda, daquelas maiores que todas as outras que estavam chegando, atingiu com força e volume de água o tal buraco. E a cara do Pedro! Mamãe, apesar de estar de costas para a chegada da tsunami, estava atenta e resgatou o pequeno em menos de um segundo. Mas nesta altura ele já tinha descoberto um novo significado para a palavra caixote. E não estava curtindo tanta areia e água salgada nos olhos, nariz, boca, cabelo...

Mamãe o pegou no colo, lhe deu carinho, segurança e afeto. Também correu com ele para a água doce para limpá-lo enquanto eu praticamente desliguei o telefone na cara da pessoa que falava comigo. Quando Pedro estava limpo e mais calmo falei com ele que tinha sido apenas um susto e que poderíamos voltar para o buraco. Eu disse "papai agora quer entrar com você, vamos?". Mas aí ele respondeu ainda com carinha de desolé:

"Não, não quero porque vai vir um monte de água me pegar de novo...".

Tadinho do moleque, traumatizou. No dia seguinte ele quase não chegou perto do mar e todas as vezes que foi, ficou mega desconfiado das ondas. Mas tenho a convicção de que, com o tempo, isso vai passar e Pedro voltará a ser peixinho do mar. Mais até do que o pai porque alguma coisa me diz que o moleque vai virar surfista de grandes ondas...

Beijos do papai-que-já-tomou-muito-caixote

Rei da piscina.

Agora dividindo com alguns amigos.

E aqui, o buraco depois da tsunami.
Pedro já havia sido resgatado.

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